Geraldo Rubens, ex-presidente do Banco do Povo, deve ser convocado pela Câmara para explicar prescrição de dívidas
Sem ao menos apresentar uma justificativa, o secretário municipal de Planejamento e Gestão, Geraldo Rubens Pereira, não atendeu ao convite da Câmara para compareceu à reunião das comissões temáticas nessa quinta-feira (29). Na reunião, ele deveria esclarecer o porquê de não ter cobrado as dívidas vencidas com a Associação de Crédito Popular de Itabira (Banco do Povo) – e que após cinco anos foram prescritas, causando prejuízo à instituição de crédito popular.
O convite para o secretário comparecer à reunião foi formulado pelo vereador Reginaldo das Mercês Santos (PTB). O não pagamento desses empréstimos levou a instituição a uma situação pré-falimentar, com dívida acumulada de cerca de R$ 80 mil, a maior parte de débito trabalhista.
“Com todo respeito, o secretário de Planejamento teve cinco anos para cobrar e não executou (as dívidas). Isso parece jogo de compadre”, classificou o vereador.
“Ele (Geraldo Rubens) foi presidente do Banco do Povo e deixou a dívida prescrever, por isso deve essa explicação, além de apresentar o motivo de o governo municipal não ter atendido ao pedido de reestruturação da instituição.”
O requerimento do vereador já foi protocolado e será votado na próxima reunião legislativa, na terça-feira (4/12).
O vereador André Viana Madeira (Podemos) considerou um desrespeito o fato de o secretário não atender ao convite sem que fosse apresentada uma justificativa.
“Preocupa-me quando uma autoridade não aceita um convite para vir a essa casa prestar esclarecimentos. Vou votar a favor do requerimento do vereador Reginaldo e espero que os demais vereadores façam o mesmo. Regimentalmente, se o requerimento for aprovado, o secretário é obrigado a comparecer a esta Casa.”
Prevaricação
O secretário Geraldo Rubens foi presidente do Banco do Povo por oito anos, entre maio de 2006 a maio de 2014. Segundo relatório da instituição de crédito, em sua gestão 12 tomadores de empréstimos ficaram devendo R$ 215 mil em valores nominais, o que corrigido pelo salário mínimo já ultrapassa a casa de R$ 750 mil.
Segundo o presidente do Banco do Povo, João Torres Moreira Júnior, em seus 18 anos de existência, a instituição fez 1,2 mil empréstimos a microempreendedores itabiranos.
“Eles (os inadimplentes) representam 1% dos tomadores de empréstimos. São pessoas de classe média que têm condições de pagar, que têm casas e carros próprios, inclusive moto importada”, afirmou João Tôrres na reunião das comissões temáticas na quinta-feira (22).
O vereador André Viana disse que irá propor uma comissão de estudo para melhor conhecer a situação do Banco do Povo, assim como as responsabilidades pelas dívidas vencidas e prescritas. “Se surgir um problema maior, podemos até solicitar a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)”, adiantou.
Se os tomadores de empréstimos não fossem da classe média e sim o pobres não teria inadimplência. Se há inadimplência é por má fé de quem tomou o empréstimo (o pior ladrão) e da irresponsabilidade de quem dirige. E seria bom se publicitassem um relatório completo dos empreendimentos e nome dos empreendedores. Banco popular não é pra classe média (sempre os mesmos caloteiros) é pra empreendimentos de pessoas de baixa renda.
Não deixem morrer o banco popular.