Pitacos da rodada esportiva
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM
Briga de cartolas ajuda criar clima de intolerância no clássico mineiro
Foi uma semana vergonha de dar vergonha de ser mineiro em se tratando de futebol. Eu considero o mineiro como sendo cidadão inteligente, de boa cultura, escolaridade e gentileza.
Na semana de nosso maior clássico, mais um Cruzeiro e Atlético disputado no palco maior de Minas Gerais, mas o que vimos foram os dirigentes do dois clubes esquecerem de tudo isso e protagonizaram ao longo da semana uma ridícula troca de farpas, uma ação jurídica para se manter um preço aceitável a ser cobrado ao torcedor visitante no estádio, que é do povo mineiro
Nós, da imprensa esportiva de forma geral batalhamos incansavelmente para repatriar novamente o torcedor, de voltar com a família aos campos de futebol. Por outro lado, dirigentes os penalizam com preços absurdos, ao bel-prazer, simplesmente para desagradar o oponente rival.
Cabeça fraca, dirigentes amadores e tantos outros torcedores, imprensa e tudo mais, omissos quando deviam exigir um basta geral nessas atrocidades que continuam assolando o nosso futebol.
Ao mesmo tempo, tivemos nessa mesma semana na prévia do clássico que lamentar tais condutas, acompanhamos no sábado, pela TV, o clássico carioca Vasco e Flamengo sendo jogado em Brasília no Distrito Federal.
A certa altura da partida aconteceu um choque entre dois atletas do Vasco em uma disputa de bola. Um deles, Bruno Silva, fica desacordado e obriga a paralisação do jogo e entrada da ambulância para seu atendimento.
Nesse momento, médicos do Vasco e do Flamengo se unem e juntos praticam o socorro, esquecendo-se de rivalidade e tantas outras besteiras que o mundo do futebol nos oferece.
Ao final, até de forma hilária a ambulância deixa o gramado em direção ao hospital levando o atleta para melhor atendimento, sendo a mesma empurrada – isso mesmo, empurrada – pelos jogadores de Vasco e Flamengo. A partida da ambulância teve de ser no “tranco”.
Um clássico sem emoção e com manifestação homofóbica
Óbvio que o Galo chegaria com força máxima no clássico. Afinal, é sua única obrigação nesse restante de ano esportivo, chegar bem ao final.
O clássico, caro leitor, você deve concordar, foi muito fraco. Houve muita expectativa criada, mas o que se viu foi pouca emoção e produção.
No final, o empate sem gols acabou sendo terrível para ambos os times. Havia necessidade de vitória para os dois lados. E nada disso ocorreu.
Entendo também que a maior decepção ficou para o Atlético por ter usado os seus principais jogadores. Mas mesmo com força máxima, apenas equilibrou o jogo no primeiro tempo. E foi visivelmente dominado pelo Cruzeiro no tempo complementar.
O Atlético retorna à sexta posição na tabela. Encontra-se a oito pontos atrás do líder. E, o Cruzeiro se mantem na sétima colocação, a oito pontos atrás do Atlético. Do líder, a distância é de 16 pontos.
Não da para contestar o plano de trabalho do treinador Mano Menezes ao priorizar as competições do meio de semana – e que se encontra em fases decisivas.
É correto devido a esse longo calendário. Se ele está certo ou errado, somente o tempo dirá. Abrir mão de uma competição por outra se faz valer por conquista. Vamos aguardar.
A lamentar, ainda, no clássico mineiro, o comportamento de parte da torcida atleticana, que hostilizou os rivais entoando canção homofóbica, o que é inaceitável.
Time copeiro, Cruzeiro enfrenta o Boca Junior nas quartas de final da Libertadores
Passado o clássico – e pelo bom desempenho do time alternativo do Cruzeiro – a atenção agora se volta para a copa Libertadores das Américas. Parada federal na quarta em Buenos Aires contra o Boca Junior pelas quartas de final.
Fazer um resultado fora de casa tem sido a tônica dos comandados por Mano Menezes. Será outra oportunidade para um time extremamente copeiro.
De empate e derrota, América ronda a zona de rebaixamento
Mais uma derrota. Ao que parece, o efeito explosivo da chegada de Adilson Batista vai ficando para trás.
O América vem de empate e derrota. E vai ter pela frente o São Paulo na próxima rodada.
O Coelho vota a rondar a zona de rebaixamento e não é nada bom. Reencontrar com o bom futebol e com a vitória é tarefa urgente. É vencer e vencer, caso queira permanecer na elite do futebol brasileiro.
Valério também vacila e só empata, mesmo tendo um jogador a mais
Um domingo que começou com chuva e um jogo equilibrado. Foi o que encontrou o Valério em São Gonçalo do Rio Abaixo contra o Atletic de São João Del Rei.
Jogo morno no primeiro tempo com pouca criação de ambos os lados. E baixa qualidade na definição das jogadas.
O segundo tempo foi de domínio valeriano, principalmente a partir dos quinze minutos, quando o adversário teve um jogador expulso. A partir daí o adversário passou a não querer jogo. Fez cera, retardou a partida.
Por outro lado, o Valério dominava de forma ansiosa. Errou muitos passes, perdendo oportunidades para fazer seu gol.
Não foi uma boa jornada. A chuva não fez bem ao Dragão. Perdeu os cem por cento de aproveitamento em São Gonçalo – e a liderança da disputa.
Toda atenção daqui pra frente é pouca. O Valério passou a ser um time a ser batido. É bom ir se preparando. Daqui para frente, dificuldades como essa da última partida viram rotina.
É preciso fazer a diferença, principalmente agora que se aproximam os momentos cruciais do campeonato. E, também, para a ascensão do time itabirano, que tem a missão de retornar, passo a passo, à elite do futebol mineiro.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM