Utopia Garrucheira
Por Cristina Silveira
[já não vivo sem uma Procopada periódica]
Há muitos anos um descendente do Garrucheiro, o mestre Trajano Procópio – Ti-Trajano, em garruchês –, indagou se eu ouvira falar no Colégio das Palmeiras, de quando o Caué ainda alumiava a Cidadezinha.

Não pude satisfazer o amigo e agora sei que bastava um alô para o erudito Antônio Lage, “advogado graduado antes de 1964”, que a resposta viria falada em gozo gozoso, de necessidade pneumotórax. Diga trinta e três e “a vida inteira que podia ter sido o que não foi” pela deplorável ausência de interlocução à altura do erudito-malandro.
E sem tardar receberia num embrulho pardo amarrado em barbante fino, cuidadosa transcrição de documentos de cartório apensados de papelins com preciosas anotassões (dr. Camões, favor não revisar) em tinta azul grifadas de vermelho e verde, e,talvez, quem sabe,uma xeroques de um certo Coqueiro… Procopada? Cauêite?Confesso, há muito me declarei…
Afinal…. continuo sem saber do Colégio das Palmeiras, dirigido pelo Guarda-Mor Custódio.
Tantos anos depois, no Sebo Academia do Saber, me chama a atenção na mais alta prateleira uma toreba de livro, Figuras Notáveis de Minas Gerais, edição de 1973-74. Vou ao índice e lá encontro itabiranos notáveis, que podem ter estudado no Colégio das Palmeiras:
o desembargador João Batista de Carvalho Drumond, o Dr. Ciriri;
o médico Alexandre de Carvalho Drumond, como vereador inaugurou na Itabira de 1915, o abastecimento de luz e água canalizada;
o farmacêutico João Camilo de Oliveira Penna, o Sêo Jota, civilista que impressionou Carlos Chagas pela popularidade amiga na região de Curvelo; deixou 289 bisnetos e 119 trinetos;
o médico José de Grisolía, fundador do Colégio Sul-Americano e patrono da cadeira n. 101 da Academia Mineira de Medicina. E possuidor da mais apurada e rica biblioteca de literatura na Cidadezinha, além da impecável elegância no vestir;
E finalmente na página 490, encontra-se a biografia municipal de Trajano Procópio e nela uma referência ao Colégio das Palmeiras, apenas uma referência.
Interessante detalhe da história, o mal informar de escolas do passado.
Belo texto, nha amiga Cristina.
Mauro, agora sei que o dr. Ciriri, aos 19 anos, fundou o Colégio das Palmeiras que depois passou a chamar Cel. Jose Batista. Uma pena, dado que uma palmeira é muito mais interessante do que um velho barbudo… Fico imaginando que ao invés de Escola Estadual Prof. Manoel Soares (???) seria Escola Estadual Jatobá Velho na Curva do Caminha da Fazenda da Dona…. muito melhor, uma aula de botânica, química, geografia e história. Mas a personalidade está acima do princípio não é mesmo?