Bituca: Universidade de Música Popular, de Barbacena, reabre as portas com processo seletivo
Com o show Em Trânsito, do cantor e compositor Lenine, no dia 7 de junho, no Cine Theatro Central, na cidade de Barbacena, foram abertas as inscrições para músicos que queiram participar da Bituca: Universidade de Música Popular. A tradicional escola de música, que homenageia o cantor e compositor Milton “Bituca” Nascimento, está instalada em um complexo arquitetônico do século passado, cercada por Mata Atlântica. As inscrições para o processo seletivo 2018-2019 podem ser feitas até 9 de julho, pelo site da Bituca ou na própria escola e são gratuitas.
A escola é uma das atividades culturais mantida pelo grupo Ponto de Partida, criada em 2004. O grupo Ponto de Partida ficou conhecido em Itabira a partir do projeto Um Novo Olhar sobre Itabira, uma parceria da trupe de Barbacena com a empresa Vale, lançado em 2007 e que se estendeu até agosto de 2010.
O projeto foi encerrado com um belo espetáculo com o coro Mineiros de Itabira (Canto de Um Povo de um lugar), desenvolvido com a parceria. A apoteose do projeto na terra de Drummond foi com a apresentação, no fim do ano de 2007, do espetáculo Cortejos de Reis e Auto de Natal, com participação especial de Milton Nascimento. O cortejo seguiu da Casa de Drummond até o adro da Catedral, onde ocorreu o Auto de Natal.
A Bituca: Universidade de Música Popular é hoje referência no ensino de música popular no Brasil, tendo cerca de 80% de seus ex-alunos inseridos no mercado de trabalho. Em seu último ciclo, recebeu aprendizes de 65 cidades que se exercitaram no processo de formação integral criado e sistematizado pelo Ponto de Partida, há 38 anos.
A “Pedagogia do Espelho” busca aproximar os aprendizes de seus ídolos para que eles aprendam se refletindo neles. Assim, além dos mestres que são alguns dos melhores músicos do país, já passaram pela escola nomes como Dori Caymmi, Wagner Tiso, Hamilton de Holanda, Mônica Salmaso, Grupo Pau Brasil, Arismar do Espírito Santo, Juarez Moreira, Gilvan de Oliveira, Toninho Ferragutti, Marco Pereira, Carlos Malta, Cléber Alves, entre outros. O convite ao Lenine para realizar o seu novo show Em trânsito se insere como parte dessa premissa.
Para o novo ciclo, que terá duração de um ano, a Bituca apresenta como novidade o curso Palavra Poética, com foco no estudo e composição de letras, que terá os mestres Eucanaã Ferraz, Noemi Jaffe e João Bandeira. Também haverá encontros de Música Avançada com o violonista Marco Pereira, o pianista Nelson Ayres e o baterista Ricardo Mosca e o workshop de Produção e Gestão de Carreira, com Marcos Portinari, sócio e empresário do bandolinista Hamilton de Holanda.
Os cursos regulares são Guitarra & Violão, com o mestre Leandro do Carmo, Baixo elétrico & Acústico, com Enéias Xavier, Bateria, com Gladston Vieira, Piano & Teclado, com o itabirano Felipe Moreira, Percussão, com Serginho Silva, Canto, com Andréa Amendoeira, Engenharia de Áudio & Produção Musical, com César Santos.
Todos os aprendizes participam de uma formação complementar que compreende: Musicalização pelo método Kodaly e Harmonia, com o húngaro Ian Guest, Percepção musical, com Felipe Moreira, Prática de conjunto, com Mauro Rodrigues, Pitágoras Silveira e Ponto de Partida, Preparação para o palco, produção e ética, com o Ponto de Partida, Improvisação e criação, com todos os mestres. Gladston Vieira, mestre de Bateria, e Pitágoras Silveira, coordenador e mestre de Prática de Conjunto, são músicos formados pela Bituca que passam a ser integrados em seu corpo docente.
Para participar, não é exigido nenhum grau de escolaridade ou faixa etária específica, apenas talento. A Bituca só aceita iniciantes para os cursos de baixo, percussão, piano & teclado. A seleção é feita através de audições individuais, pelos mestres, e podem ter uma segunda chamada. Para possibilitar o acesso de alunos de todo o Brasil, as aulas são semanais.
Para saber mais
A Bituca está instalada em Barbacena, desde 2004, num dos prédios da atual Estação Ponto de Partida, antiga fábrica de seda do Brasil, cuja história se embaraça com a imigração italiana em Minas Gerais (1888), com o desenvolvimento industrial do início do século, com o trabalho feminino no Brasil.
O conjunto foi restaurado pelo Ponto de Partida e parceiros. E se transformou-se em um centro cultural, onde estão localizadas também a Casa do Ponto e a Casa Palavra. É cercado por nacos de Mata Atlântica e um jardim de 5.000 m2, criado em parceria com o Instituto Inhotim.
Restaurada e equipada, a escola oferece as melhores condições de estudo, pesquisa e trabalho para a formação profissional dos seus alunos. Em suas instalações, mantém ainda um estúdio de gravação com tecnologia de ponta, onde abriga aula de engenharia de áudio e produção musical, um piano de cauda para concertos e gravações, um baixo acústico e instrumentos de todos os cursos que oferece.
Um salão de 180 lugares, de múltiplos usos, equipado para realização de shows, concertos, oficinas, seminários, lançamentos, exposições, exibição audiovisual; biblioteca, audioteca, sala multimídia e espaços de convivência.
Ponto de Partida
Criador e coordenador da Bituca, o Ponto de Partida é um grupo de teatro fundado em Barbacena, em 1980, por artistas que decidiram que não deixariam a cidade, mas também não aceitariam os limites da província.
Assim, tornou-se uma companhia de repertório itinerante e independente com 20 profissionais em exercício permanente. O grupo inventou e sistematizou métodos e processos de produção e criação. Desenvolveu uma linguagem e uma dramaturgia brasileira que sustentam seus 36 espetáculos.
Fiel às suas origens de movimento cultural, atualmente o Ponto de Partida é responsável direto pela formação ou trabalho de 323 pessoas que se dividem e se somam em seus diversos programas e projetos.
SERVIÇO
Inscrições para o processo seletivo
De 7 de junho a 9 de julho, pelo site bituca.org.br ou na própria escola
Rua Luiz Delbém s/n – Colônia Rodrigo Silva
Barbacena – MG, CEP 36.200-689
Informações: 32 3331-0348