Pitacos da rodada esportiva

Pedro Abílio*

A Copa do Mundo é o grande palco dos povos, mas também de misoginia

Dezesseis jogos para os próximos quatro dias. Haja Copa do Mundo! Interessante perceber como a tradição se mantém, se revigora. Falo com relação à mobilização, mesmo. Ainda que a resistência sobre o tema “futebol” cresça em nosso país, notei o quanto parece difícil resistir a um encontro tão curioso como é o mundial. Eu nem tento! Um país como a Rússia, enorme, diferente, recebendo toda a diversidade cultural que a Copa carrega… É claro que dá jogo!

Nos últimos 11 dias – sem contar os últimos que antecederam o início dos jogos – recebemos da mídia, diariamente, informações e imagens que nos remetem a um grande encontro dos povos. São senegaleses e japoneses recolhendo o lixo das arquibancadas, enquanto a polêmica dos jogadores suíços com a Sérvia se aflora por questões de diplomacia e os sul-coreanos, eliminados, são “punidos” com a interrupção de suas carreiras futebolísticas para servir o exército no país. Alguns dos muitos exemplos que mostram não ser apenas futebol.

A Copa do Mundo também trata de humanidade. Os brasileiros na Rússia ilustram isso. Houve filmagens de compatriotas limpando arquibancadas, cantando músicas de incentivo à seleção, etc. Mas, como nem tudo são flores precisamos, em pleno século XXI, falar sobre o machismo e o assédio às mulheres, protagonizados por homens que representam uma parte de nosso povo acostumada com a impunidade e com a sensação de estar acima de qualquer valor moral.

Seleção brasileira vence, mas precisa ser mais inteligente

Desculpem-me, é difícil falar de Copa do Mundo sem tentar entender tudo o que está ao redor dos grandes (e atrasados, e superfaturados) estádios da Rússia. Na última sexta-feira (22) o Brasil venceu a Costa Rica, por 2 a 0, nos acréscimos. O nervosismo da estreia citado na crônica da semana passada, de fato, ficou pelo caminho. Porém, mesmo mais propositiva e criativa, a equipe brasileira teve seus momentos de impaciência.

Vejam o exemplo da Espanha. Para vencer o Irã por 1 a 0, na quarta (20), insistiram na posse de bola e na confiança. Foi premiada com um gol de sorte do brasileiro naturalizado Diego Costa. Os brasileiros causam nervosismo ao próprio jogo, com o excesso de passes longos e finalizações improváveis, imprecisas. Philippe Coutinho e Marcelo seguem sendo os mais lúcidos. E mesmo com as lesões de Douglas Costa e Danilo, vejo uma base mais solidificada após as duas primeiras rodadas.

Depois de amanhã (quarta-feira, 27), contra a Sérvia, Tite precisa incentivar seus jogadores a se movimentarem mais e compactarem o jogo. Paciência, mais passes certos. Um empate pode resolver a classificação, mas a vitória dá moral e o primeiro lugar no grupo (dependendo do saldo de gols). Espero que tenhamos mais futebol de qualidade do que choros para comentar.

Outros grupos

Com quatro jogos por dia (dois às 11h, e dois às 15h) a terceira rodada da fase de grupos terá as duas partidas de cada chave nos mesmos horários, entre hoje e quinta-feira.

Nesta segunda-feira (25) Uruguai e Rússia vão se enfrentar pela liderança no grupo A. Portugal (contra o Irã) e Espanha (contra o Marrocos) precisam apenas de empates para confirmar o favoritismo no grupo B.

O grupo C tem a indefinição de quem acompanha a França na classificação às oitavas, com a Dinamarca muito próxima e a Austrália torcendo por seu tropeço (além de precisar vencer o Peru). No grupo D, a Argentina precisa vencer a Nigéria e torcer por uma derrota da Islândia contra a já classificada Croácia, que deve liderar a chave.

No grupo E, a Suíça enfrenta a já eliminada Costa Rica e precisa vencer para não depender do resultado da partida entre Sérvia e Brasil, que definirá um dos classificados. Enquanto isso, no grupo F, a Alemanha enfrenta a Coreia do Sul, embalada pela vitória no último lance diante da Suécia e a possibilidade de encontrar o Brasil na próxima fase, ao mesmo tempo em que um empate diante dos suecos garante o México no mata-mata.

No grupo G, Inglaterra e Bélgica (ambas com seis pontos) definem a ordem de classificação. Já no grupo H, Senegal e Colômbia, Japão e Polônia, são as partidas que definem quem passa de fase. Os poloneses já estão eliminados e os senegaleses lideram até aqui com quatro pontos, enquanto Japão e Colômbia têm três cada uma.

Começa o segundo semestre para os times mineiros

A segunda-feira marca o fim da folga dos jogadores de América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro, que tiveram 10 dias de férias. Eles voltam aos treinos com novidades.

No Coelho a grande mudança no período foi o comando técnico. O então diretor Ricardo Drubsky vai ser a aposta para treinar o time. Desde a curta passagem de dois meses pelo Fluminense, em 2015, ele não trabalha em um time de série A como treinador. Enderson Moreira vai fazer falta.

O Galo precisa resolver logo a situação de Roger Guedes. Artilheiro do Brasileirão, ele inicia a intertemporada com os companheiros, mas pode ser negociado com o futebol estrangeiro. Os atacantes Denílson e Edinho, além dos meias Chará e Terans, serão as novidades para Thiago Larghi.

A Raposa, por sua vez, não contratou ninguém. Mantém a esperança na recuperação de jogadores como Deivid e Fred, machucados, além do aprimoramento da forma física dos seus desgastados jogadores (devido ao grande número de jogos na primeira parte da temporada). Mano Menezes e seus comandados terão nada menos que três competições para conciliar. A necessidade é a de opções ofensivas.

E o Valério terá Fábio Júnior?

A semana do Valério deve ser decisiva na montagem do time que vai disputar a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. O trabalho de diretoria e departamento de futebol está sendo dificultado pela falta de recursos. Fontes do clube me revelaram que a busca por patrocinadores segue sendo prioridade. A apresentação deve ser agendada nos próximos dias para que comecem os treinos.

Sobre os boatos que correm na cidade, apurei que existe sim a possibilidade de Fábio Júnior, ex-atacante de América, Atlético, Cruzeiro (Roma, Seleção brasileira…) vestir a camisa do Dragão aos 40 anos. A situação, porém, também depende da arrecadação para se definir.

*Pedro Abílio é jornalista e repórter esportivo da rádio Itabira-AM.

 

Posts Similares

2 Comentários

  1. Quem é mulher tem Reclamação feminista: Nesta foto não se sabe se é futebol ou embromeicho sexual. Cês tão de brincadeira.
    Viva Dilma e Marta!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *