Pitacos da rodada esportiva
Luiz Linhares*
Lágrimas que não são de crocodilo
Foi um final de semana em que o futebol foi tomado pelas lágrimas em algumas situações distintas. E nada teve a ver com a magrela ou com o sofrimento que a população brasileira tem passado pela falta de combustíveis e bens de consumo. Primeiro, no jogo do Atlético contra o Flamengo, o centroavante Alerrandro foi substituído e caiu em choro pelo mau rendimento. Em outra partida, o lateral Mantuan, do Corinthians, falhou feio também em lance que originou o gol do Internacional. No fim do jogo, caiu em prantos e teve de ser consolado por seus companheiros. E, por último, na final da mais importante competição mundial, o goleiro do Liverpool, da Inglaterra, falha em dois gols do Real Madrid. Após a partida, consciente de seus erros, chora e pede desculpas ao torcedor.
Alienação, a paralisação dos caminhoneiros e o desprezo pela torcida
Falei em Inglaterra e é para lá que ontem à tarde a Seleção Brasileira embarcou para dois amistosos, para a segunda parte da preparação para a Copa do Mundo. O que me chamou mais a atenção é a distância desses profissionais com as coisas que aqui acontecem. Ouvi um ou outro a lamentar a falta de abastecimento que assola o país com a paralisação dos caminhoneiros.
Nada ou nenhuma declaração de um ou outro ou solidarizando ou demonstrando apoio ou algo desta natureza. Vi sim uma Confederação Brasileira de Futebol enfiando goela abaixo uma rodada do brasileiro e pouco se lixando para como o torcedor faria para comparecer ao estádio. No final uma rodada com péssima presença de público.
Como quem não faz toma, Atlético perde a liderança mesmo jogando bem
O Atlético não mereceu perder a liderança do brasileiro contra o Flamengo, palavras de seu treinador Tiago Larghi após o jogo. Concordo que o time teve o domínio da partida, criou muito mais, se posicionou para atacar e teve inúmeras chances de fazer. Mas uma diferença é básica que é a falta qualidade, de equilíbrio e personalidade. É a tal da diferença entre ganhar cem ou mil. Verdade que o Flamengo veio para jogar por uma bola, por um gol.
E assim fez de forma competente, tendo no todo um time equilibrado e com condições de fazer, por isto venceu. Uma coisa é super certa e foi tema te perguntas em coletiva ao treinador do Atlético. O time precisa urgentemente de meio atacante e atacantes para equilibrar o grupo, ganhar força para poder se manter entre os melhores e brigar por algo também maior.
Cruzeiro mostra que tem conjunto e qualidade para definir
Se por um lado eu achei que faltou ao Atlético qualidade para definir a seu favor no sábado, gostei demais da técnica mostrada por Cruzeiro e Santos.
A partida no domingo teve lances de qualidade que fizeram o espetáculo ganhar brilho, lembrando, ainda que distante, a técnica apurada do futebol brasileiro dos anos 80.
Jogo equilibrado que se definiu pelo grupo que tem o Cruzeiro, tendo mexido bem o treinador com as peças em jogo. Foi de uma dessas mudanças que o gol aconteceu. A vitória coloca o time azul entre os melhores, brigando por uma posição entre os melhores da competição.
América luta bravamente mas perde a primeira em casa
Acompanhei atentamente o jogo entre América e São Paulo. O Coelho é azarado mesmo, enquanto o Nenê fez sua melhor partida com a camisa do São Paulo. Foi ele quem mudou a história do jogo, um de pênalti e um golaço ao seu estilo na cobrança de falta.
O América foi páreo no primeiro tempo, mas perdeu boas chances de pular na frente. Na segunda parte, a força de grupo foi preponderante. O tricolor mostrou que tem um time de primeira, só restando ao América lutar. Perdeu a sua primeira partida em casa para um time que tem muita força e vai aos poucos se tornando o verdadeiro tricolor paulista.
Vamos, Valério!
O Valério já sabe o caminho para subir um degrau rumo à sua volta para a divisão principal do futebol mineiro. No início de agosto começa a batalha. Serão doze jogos iniciais até a hora da verdade. Torcer para que uma estrutura firme seja montada e todos trilhem ao lado do Dragão por esse caminho. O Valério precisa e Itabira necessita pensar grande, tornando a ser o que sempre foi.