Pitacos da rodada esportiva
Pedro Abílio*
Atlético joga muito melhor que o campeão, mas é preciso falar da arbitragem
Um time marca o gol, comemora, o árbitro confirma. Quase dois minutos depois ele volta a decisão, e anula o lance. Seja lá qual for a irregularidade, o tempo é muito grande para que a decisão seja consenso entre a equipe de arbitragem. O Atlético-MG venceu o Corinthians jogando no Independência em um jogo de vários pontos que podemos destacar.
Com a bola rolando, vimos – nós e Tite, técnico da seleção, que estava no Horto para assistir ao jogo – o atual campeão como ele realmente é. Atualmente, o Corinthians dificilmente assume o papel de propositor, dominando o adversário. O time era o único que, até então,conseguira duas vitórias nos dois primeiros jogos. Ainda assim não assustou o Galo. As grandes equipes precisam encarar grandes jogos como tal, principalmente em casa. É necessário vencer e por isso os atleticanos atacaram de forma incisiva, porém organizada. Mas ainda falta tranquilidade na finalização dos lances.
Outro ponto importante foi, de fato, a arbitragem. As discussões são constantes, permanentes. Três rodadas e o principal campeonato de clubes do país já tem uma coletânea de decisões polêmicas dos juízes. Não há preparação adequada. Não adianta a crônica debater sozinha, sem que a CBF se posicione. A bola que bate na mão do Ricardo Oliveira, no lance do gol anulado, cabia diferentes interpretações que completam o pensamento – e a certeza: o árbitro Dewson Fernando de Freitas e sua equipe erraram. O braço não poderia estar em outro lugar! O lance é involuntário! A distância da bola para a mão é muito curta! Se o toque tivesse sido na mão do zagueiro, o árbitro marcaria pênalti? Duvido. E a demora na anulação do lance remete a impressão de interferência externa, o que é ilegal. Ainda bem para o Galo que Roger Guedes tinha mais um golzinho para gastar no segundo tempo e salvou três pontos com o placar mínimo.
Cruzeiro prioriza Libertadores e segue sem vencer no Brasileiro
Se os titulares fizeram dois jogos pragmáticos contra Grêmio e Fluminense, seria pretencioso imaginar que algo diferente fosse acontecer com os reservas diante do Inter, em pleno Beira-Rio. Confesso que pela inconstância recente do time gaúcho e a necessidade de jogadores do banco do Cruzeiro mostrarem serviço, até tinha esperanças. Mas, realmente, não dá.
O Internacional só não venceu o jogo porque o goleiro Rafael foi o único que resolveu mostrar – mais uma vez – que está pronto para o caso dos titulares precisarem. Os nomes conhecidos do Inter como D’Alessandro ou o próprio Lucca – que estreou pelo clube no segundo tempo e quase marcou duas vezes – destoam da pouca fama de Odair Hellmann, técnico de 41 anos que coloca o time pra tocar a bola e ser paciente. Faz do colorado uma equipe consistente, com volume de jogo, mas que apresenta falhas na recomposição defensiva. Principalmente por ter dois laterais que vão muito ao ataque. Basicamente, o Rafael não mereceu sofrer gol, o Internacional não mereceu perder e então, ficamos com um zero a zero mesmo.
Pensar na partida da Libertadores no momento é o melhor que Mano Menezes poderia fazer. Sei que muitos não concordam com isso de poupar jogadores, mas há de se convir que o pensamento já estava na quarta-feira, quando o time enfrenta o Vasco. O que não pode é acordar para a vida tarde demais. Em nove pontos no Brasileirão, o Cruzeiro tem só um.
América encara o Vitória nesta segunda-feira
Quanto mais pontos um time soma no início do campeonato, maior o respaldo dado ao trabalho pela torcida, imprensa, diretoria… Os jogadores ganham confiança. Isso é muito necessário ao América agora. O time precisa encarar a primeira divisão como time de elite do futebol brasileiro – embora o elenco ainda possua alguns jogadores “de segunda”. Não tem outra opção que não seja ganhar do Vitória, da Bahia, em casa.
Uma vitória coloca o América entre os primeiros colocados. Além do citado respaldo, é como se o time começasse a se livrar de uma obrigação. O primeiro pensamento é permanecer na Série A, e para isso o time não pode perder os pontos provavelmente conquistáveis, como é o caso de hoje.
Itabira tem futebol feminino, sabia?
Quero deixar registrada a luta do Vila Nova, de Itabira, no futebol das meninas. Eu pelo menos desconheço outro time de futebol feminino que dispute competições representando nossa cidade. O projeto começou no ano passado, quando o bom time chegou à decisão de um torneio estadual. Neste ano, mais uma final.
Neste domingo (29) o Vila perdeu para o Ipatinga. As tigresas do Vale do Aço já haviam vencido o jogo de ida da final da Copa Leste por 2 a 0, aqui em Itabira no final de semana passado. Ontem, no Ipatingão, as donas da casa venceram por 5 a 0 a partida de volta. Mas, não dá para comparar. Lá o projeto tem apoio, diferente daqui.
Quanto mais o futebol feminino for apoiado, mais novas talentosas jogadoras aparecerão. Em um momento de decadência do esporte itabirano, projetos como o Vila Nova feminino me fazem manter a esperança de que isso pode ser possível. Conhecendo e comparando as duas estruturas, de Ipatinga e Vila, eu diria que foi um segundo lugar de campeãs!