Pitacos da rodada esportiva

Atlético patina mais uma vez

Luiz Linhares*

Estou quase me rendendo ao fato de que o Campeonato Mineiro não vale nada. Já tem anos que fico irritado quando o chamam de rural, de laboratório para o que vem pela frente. É com o que o Atlético tem realizado no ano este meu pensamento oscila. O Galo é o campeão mineiro e nada mais conseguiu neste ano. Vinha de uma vitória interessante contra o Cruzeiro, seu maior rival e esperava que se encontrasse contra o Botafogo, que o conjunto, uma semana a mais de preparação resultasse em frutos, em uma atuação mais contundente principalmente na forma ofensiva de atuar.

Mas não foi desta vez. O que se observou na partida de ontem foi uma alteração de domínio e com pouca qualidade no conjunto da equipe, com o individual atleticano já bem neutralizado por boa parte dos times que o enfrentam. É muito previsível o que se faz o Marcos Rocha, o que se produz o Fabio Santos e a postura de ação praticada por Elias, Robinho e Fred.

Algo diferente é o que se esperava, mesmo que fosse uma explosão ao modo atleticano de ser, raça, guerrilhar pela bola e buscar o caminho do gol. Um empate foi muito pouco, e o que vimos, no final da partida, foram os jogadores atleticanos justificarem o mau resultado pelo que o adversário não propôs realizar. Ou seja, como os visitantes não se lançaram para o jogo aberto, não conseguindo se impor.

E não posso esquecer: o Botafogo chegou uma única vez, e só não conseguiu seu feito pela presença outra vez de são Vitor. Pontos perdidos dentro de casa fazem cada vez mais o Atlético se distanciar, ou tornar mais difícil uma vaga para a próxima Libertadores, sonho para os grandes clubes brasileiros. Restam sete partidas e jogos de certa forma considerados complicados. É preciso voltar a vencer e buscar um nível melhor de disputa para o próximo ano, por sinal, de Copa do Mundo, eis o grande desafio atleticano.

Cruzeiro na briga pelo segundo ou terceiro lugar

O Cruzeiro vai a campo nesta segunda-feira contra o Palmeiras, escrevo antes do acontecido, e a partida ganha maior importância após a derrota do Corinthians diante da Ponte Preta. Em caso de triunfo palmeirense, a disputa pela ponta do Campeonato Brasileiro ficará por três pontos, sendo que na próxima rodada estarão se enfrentando os dois paulistas.

Louco, muito louco o futebol brasileiro. O nosso campeonato não condiz com suposições antecipadas. Até há pouco, dávamos ao Corinthians como certo o título brasileiro. Isso pela margem de pontos alcançada no primeiro turno, pela regularidade nas atuações, abrindo doze pontos para o segundo colocado.

E agora, vantagem se foi. Verdade que há muita água para se passar por debaixo da ponte, mas agora aumenta a incerteza quanto à conquista. Vale a pena seguir os próximos capítulos.

O Cruzeiro entra nesta briga pelo adversário desta rodada. Não tem como conquistar o título, mas o time tem como para brigar pelo vice ou terceiro lugar, faturar uma grana a mais e fechar um ano de bem com sua torcida. É, digamos, franco-atirador daqui para a frente. Tem perdido jogadores por contusão, desgaste até pela forte temporada, certo é, que pode jogar pelo Corinthians e para se posicionar entre os cinco melhores.

América cede empate               

Estar vencendo de dois a zero e ceder o empate ao Boa Esporte em Varginha nos dez minutos finais de partida é algo frustrante quando a vitória daria a manutenção da vice-liderança e uma aproximação ao líder. Falhas acontecem e devem servir de alerta. Faltam seis jogos, sendo três em Belo Horizonte, foco total, vencer e vencer para voltar à série A. Nada deve ou pode atrapalhar o América neste momento, o que passou, passou.

Ipatinga ressurge das cinzas

O Ipatinga ressurge das cinzas, conquista a Terceira Divisão do Futebol Mineiro, disputa no ano que vem o Modulo II e quer voltar a ser forte em Minas Gerais. Cidade, poder público e bom gerenciamento acho que são os alimentos corretos para que isto volte a acontecer.

Engraçado. Para o Democrata de Sete Lagoas também conseguir o acesso, dependia de derrota do Coimbra (time do grupo BMG) diante do Poços de Caldas. O Coimbra vencia de dois a zero e tomou a virada.

Dependia também de o Democrata vencer o Atlético B na Cidade do Galo. Estava perdendo por três a zero no primeiro tempo e, num passe de mágica, o Democrata virou o jogo e ganhou de quatro a três. Os Deuses acontecem, não é mesmo? O Coimbra perdeu, o Galo B também. Dá-lhe Jacaré, terceirona não. Tudo isso é engraçado e estranho!

*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM

 

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