Vereadores pedem ao Ministério Público o indiciamento de Damon por malversações e superfaturamento na construção da UPA Fênix
Declaração do ex-prefeito dizendo que faltou vontade política para colocar a UPA em funcionamento é rechaçada na Câmara
Foi forte a reação do vereador Neidson Freitas (MDB), ex-líder de Ronaldo Magalhães (PTB) na Câmara, na terça (25), ao rebater a declaração do ex-prefeito Damon Lázaro de Sena (2013-16), para quem a UPA do Fênix só não entrou em funcionamento por desinteresse de quem o sucedeu na Prefeitura de Itabira.
“A falta de uma gestão com visão de futuro e compromisso com a população deixou a Upa chegar a este triste e lamentável estado”, disse o ex-prefeito, por meio de sua assessoria de imprensa. Leia aqui.
“Damon se manifestou na imprensa (após o sinistro), quando nada deveria ter dito”, disse Freitas, contrariado com as versões dos que querem atribuir culpa à administração de Magalhães por não ter colocado a unidade de saúde para funcionar por má vontade política. “As urnas já deram uma resposta a esse senhor.”
Segundo levantamento dos vereadores da CPI instalada pela Câmara, a UPA de Itabira custou cerca de quatro vezes mais que as UPAs similares construídas no Rio. Foi orçada inicialmente em R$ 1,8 milhão, mas por meio de sucessivos aditivos, teve custo final de R$ 4,1 milhões, repassados pelo governo federal. Leia também aqui.
Para Neidson Freitas, se a UPA estivesse em funcionamento a tragédia poderia ter sido maior, com tanto material inflamável na composição estrutural da edificação. “Com muita responsabilidade, Ronaldo Magalhães não autorizou o funcionamento de uma unidade de saúde nesse prédio”, apoiou.
“Poderia ter pessoas trabalhando e pacientes internados”, disse o parlamentar ao assegurar que a UPA não entrou em funcionamento por não ter condições mínimas para abrigar um serviço de saúde e prestar assistência à população com segurança e conforto.
Segundo ele, a CPI demonstrou a inviabilidade dessa unidade que, ao seu ver, não poderia ter sido chamada de UPA. “Não havia condição sanitária para a desinfecção do local, ventilação inadequada, a estrutura estava comprometida, conforme pareceres técnicos”, relacionou.
“Por 15 votos a zero o conselho municipal de saúde votou favorável à decisão de Ronaldo Magalhães de não ocupar o prédio como UPA”, frisou.
“Tenho ouvido muitas falas vazias, procurando politizar o assunto, que é político, mas com bravatas, sem conhecimento de causa”, disse Freitas, sem citar os nomes de quem, segundo ele, procura tirar proveito partidário desse triste sinistro.
Responsabilização
“Que o Ministério Público Federal dê prosseguimento às investigações da CPI da Câmara”, cobrou o vereador Neidson Freitas, que pede o indiciamento do ex-prefeito Damon e de todos os envolvidos nessa mal acabada construção pública, destruída pelo fogo.
“No calor de cumprir promessas de campanha, muitas ações que não são viáveis acabam sendo executadas, como é o caso dessa UPA, que deu problemas do início, meio e fim”, relembrou.
“Que a nossa cidade não mais seja surpreendida com projetos de cunho eleitoral, que possam ser implantados sem fundamento, trazendo outros prejuízos para a cidade”, advertiu o vereador, hoje na oposição à administração de Marco Antônio Lage (PSB).
O pedido de continuidade das investigações da CPI pelo Ministério Público foi também endossado pelo presidente da Câmara, vereador Weverton “Vetão” Andrade (PSB). “Por que os promotores ainda não tomaram as providências cabíveis, indiciando os responsáveis?”, questionou.
Vetão lembrou que a empresa responsável pela construção da UPA de Itabira é a mesma que construiu o “Ninho do Urubu”, no Rio, que incendiou em fevereiro de 2019, matando dez jovens atletas da base do Flamengo. “A Câmara fez a sua parte, cabe agora à Justiça punir os culpados.”
Está CPI é literalmente uma prova de fogo pra gente saber se determinado órgão atua na cidade de forma imparcial e se a justiça se fará pontual .
os vereadores, vereando o nada para o nada
Fênix
e se o incêndio fosse na Câmara municipal de vereadores?