Hoje é aniversário do médico mais charmoso, simpático e cordial de Itabira: doutor Colombo faz 100 anos

Para Eny Figueiredo de Alvarenga, 96 anos, sua mulher e namorada há 74 anos, esta quinta-feira (17) é um dia de muita alegria para doutor Colombo Portocarrero de Alvarenga, assim como tem sido a vida do casal, mas agora por um motivo muito especial:

“Colombo está aniversariando hoje. Ele está muito emocionado e alegre com as mensagens que tem recebido de amigos e parentes”, conta, feliz ao lado do marido, na residência no bairro Pará.

Para Eny, o segredo da jovialidade do marido mesmo aos 100 anos, e que ela também compartilha, é rir bastante. “A vida para ser bem vivida tem que ser alegre”, ensina. “Franco, meu irmão, dizia que mesmo nos momentos triste da vida devemos achar um motivo para sorrir.”

Doutor Colombo concorda: “Eny está sempre sorrindo e isso é contagiante”, diz ele com um sorriso tímido, mas sempre presente ao conversar com as pessoas. “Temos que enfrentar a vida do jeito que ela aparece, cada dia é um dia, não temos que ficar pensando quanto tempo ainda temos para viver”, prescreve.

“A nossa vida é tranquila de um casal sem filhos, mas com muitos amigos, vivendo sem discriminações, tratando a todos da melhor maneira possível”, afirma o médico, curtindo o aniversário.

“Já recebi muitos telefonemas de parentes e amigos. Ri e chorei muito. Estou muito emocionado, não esperava viver tantos anos e com saúde”, afirma, lúcido e feliz com a vida mesmo tendo testemunhado tantos acontecimentos que assustaram a humanidade, como essa pandemia que nunca acaba.

“A pandemia ainda está muito perigosa, por isso é importante todo mundo vacinar. Eny e eu já estamos imunizados”, diz o médico, que tomou as duas doses assim que teve início a campanha de imunização.

Mas doutor Colombo se preocupa com quem ainda não foi imunizado, lamentando a lentidão da campanha de vacinação no país. No início da pandemia, em 13 de abril do ano passado,  o médico fez uma recomendação em entrevista a este site – e que continua valendo, principalmente para as pessoas que ainda não foram vacinadas.

“Fiquem em casa. É a única maneira de evitar a propagação da doença. Se não for assim, não teremos médicos nem enfermeiros, muito menos vagas nos hospitais para atender a todos que vão precisar de assistência para não morrer”, disse ele naquela ocasião, reforçando as recomendações das autoridades em saúde que não atropelam a ciência. Leia mais aqui.

Doutor Colombo e Eny recomendam rir bastante para a vida ser mais feliz e harmoniosa (Fotos; Carlos Cruz)

Segredo revelado

Para doutor Colombo, o segredo de viver bem e com saúde, além de rir bastante como recomenda Eny, está nos cuidados do dia a dia. “Faço caminhada uma hora toda amanhã aqui no terreiro de casa, depois de comer frutas e tomar café com leite e pão. Alimento nas horas certas e o nosso almoço é simples de salário mínimo”, conta.

“Levamos uma vida sem ostentação. Dormimos cedo para acordar cedo, mas não sei porque cheguei nessa idade”, surpreende-se. “Às 10h30 já estamos almoçando, à tarde tomamos café e à noite uma sopa ou caldo, bem leve. Às 18h vamos dormir e acordamos às 5h. Somos bons de cama”, revela o médico, contando como é a rotina do casal.

“É como se estivéssemos ainda vivendo na roça”, ele relembra o tempo antigo de ainda menino, quando vivia na fazenda Morro Escuro, em Santa Maria, onde nasceu há um século.

Mas doutor Colombo reconhece que a genética também ajuda para tanta longevidade: “Quase todos os meus irmãos passaram dos 90 anos, só cinco não chegaram a tanto, sendo que duas irmãs foram aos 99 anos”, conta, referindo-se aos filhos e filhas de Álvaro e Haydée Bonaparte de Alvarenga.

Homenagem

Juntamente com o ex-bispo de Itabira dom Mário Gurgel (1921-2006), que completaria 100 anos em outubro, doutor Colombo está sendo homenageado pelo prefeito Marco Antônio Lage e vereadores que aprovaram o reconhecimento pelo centenário.

“Ele (o prefeito) vem me visitar hoje à tarde. Fico feliz com a homenagem, mas não sei se sou merecedor de tudo isso”, afirma, com modéstia, mesmo reconhecendo que não é comum aos homens ter uma vida tão longeva.

“Mulheres viverem 100 anos é mais comum, homens geralmente vivem menos”, constata. “Saem mais de casa, correm mais riscos, negligenciam com a saúde e bebem mais”, relaciona, para em seguida enumerar as suas contemporâneas e vizinhas no bairro Pará que já ultrapassaram um século de existência:

“Dona Margarida Silva Costa já está fazendo 101, dona Mercês fez 100 há pouco mais de um mês, a mãe da Silvana, da Corpo e Saúde, também já fez 101 anos”, homenageia.

Pela vida que leva com alegria e sem se estressar, daqui a quatro anos Eny também entra para o rol das itabiranas com mais de 100 anos. E doutor Colombo faz questão de estar ao seu lado para cantar parabéns e rirem bastante, deixando a vida seguir como está hoje para eles, com “a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo”.

Para saber mais sobre a vida de doutor Colombo, acesse:

Doutor Colombo, garrucheiro (ele nunca teve uma garrucha) de Itabira do Mato Dentro

Doutor Colombo não quis ser prefeito de Itabira, mesmo sendo médico estimado. Ganhou a medicina

 

 

 

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