Bernardo Mucida continua favorito para prefeito de Itabira, mas Ronaldo Magalhães passa à frente de João Izael, indica nova pesquisa DataMG
Se as eleições municipais fossem hoje, o pré-candidato Bernardo Mucida (PSB) já teria assegurado a sua posse da cadeira número um do terceiro andar do paço municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira, pois venceria com 3,3% de vantagem sobre o segundo colocado, em cujo ranking figura agora o atual prefeito Ronaldo Lage Magalhães (PTB).
É o que revela a última rodada de pesquisa do Instituto DataMG, realizada entre os dias 20 e 25 de março, já no início da “quarentena” decretada pelo prefeito: Mucida teria 20,1% dos votos, enquanto Ronaldo Magalhães seria derrotado com 16,8%. Ambos já se lançaram como pré-candidatos. Leia aqui.
A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número MG-01699/2020, conforme determina a legislação. http://www.tse.jus.br/eleicoes/pesquisa-eleitorais/consulta-as-pesquisas-registradas. Leia mais aqui.
Ainda que tenha o prefeito ao seu encalço, nessa amostragem o pré-candidato oposicionista oscilou positivamente, já que na anterior, realizada em dezembro de 2019, ele já figurava em primeiro lugar, mas com 18,6% das intenções de voto.
Entretanto, o maior salto foi dado pelo prefeito Ronaldo Magalhães, que deixou para trás a terceira posição com apenas 7,7% das intenções, ficando agora com 16,8%. Magalhães possivelmente cresceu com a desidratação do ex-prefeito João Izael (PP), que caiu de 18,6% para 13,9%.
Universo
Para a amostragem foram ouvidas 309 pessoas com mais de 16 anos, 51% mulheres e 49% homens, distribuídos conforme o último censo do IBGE. As respostas foram espontâneas, sem que fossem apresentados os nomes dos pré-candidatos.
Serve de base para uma percepção da avaliação momentânea dos eleitores, quando ainda faltam 159 dias para as eleições municipais de 4 de outubro – isso se não houver adiamento pelo TSE.
Ainda por essa amostragem, o vereador e sindicalista André Viana (Patriotas) permanece em quarta colocação. Mas ele também sofre um ligeiro decréscimo nas intenções de voto – tinha 6,4%, agora está com 5,2%.
A soma de outros nomes apresentados pelos entrevistados ficou com 1,9%, enquanto os que disseram que irão votar em branco ou irão anular o voto somaram 3,9%.
Já os que não sabem ou não quiseram responder ficaram em maioria, com 38,2% – um indicador de que a eleição para prefeito de Itabira está longe de ser decidida. Antes, o percentual dos que ainda disseram não ter candidato era de 28%.
Oscilação positiva do prefeito deve ser atribuída a vários fatores
Segundo o diretor da DataMG, Adilson Simeão, a oscilação positiva do prefeito Ronaldo Magalhães não pode, ainda, ser atribuída ao seu posicionamento frente à pandemia do novo coronavírus. “Foi logo no início, teve pouco reflexo”, ele avalia.
O seu melhor desempenho nesta rodada pode ser explicado, em parte, pelo início de várias pequenas obras em todo o município, que as oposições chamam de eleitoreiras.
Como também pode ser explicada pelo marketing mais agressivo da Prefeitura, tendo como âncora a realização de grandes avenidas (Machado de Assis e Espigão), que devem ser inauguradas em breve, assim como ao anúncio da parceria com a mineradora Vale para expandir o campus local da Universidade Federal de Itajubá (Unifei).
Outra explicação pode ser também pelo fato de o ex-prefeito João Izael ter-se esquivado de lançar a sua pré-candidatura, assim que se filiou ao PP, alegando que não era momento de discutir eleições, logo no início da pandemia. “A preocupação agora é com o coronavírus”, disse ele à reportagem deste site (leia aqui).
Avaliação
O melhor resultado do prefeito nas intenções de votos é também resultado de uma melhor avaliação de seu governo.
De uma série de pesquisas que vem sendo realizada pelo instituto DataMG, no início de sua gestão, em 2017, Magalhães teve avaliação positiva de apenas 20% no universo pesquisado.
Já na metade do ano passado para o inicio deste ano, as pesquisas registraram significativa melhora na avaliação do governo municipal, chegando agora, em abril, a 31% de aprovação.
Mas o prefeito ainda amarga forte rejeição ao seu nome, embora nesse quesito a pesquisa também registre queda significativa. Isso mesmo com o desgaste que tem sofrido com a recorrente falta de água em vários bairros.
E, também, com medidas impopulares como a demissão de vigias da Itaurb, além de críticas diversas ao fisiologismo político, ao manter grande número de correligionários e apoiadores em cargos comissionados.
Em abril de 2017, a pesquisa revelou uma reprovação de 36% ao seu governo, tendo chegado a 56% em dezembro do mesmo ano, mantendo-se acima de 50% durante todo o ano seguinte. Já na pesquisa de dezembro do ano passado, a rejeição caiu para 33%. E pela última pesquisa ficou em 28%.
Nada mal para quem quer se reeleger prefeito de Itabira. Embora preliminar, esse resultado deve acender o sinal amarelo no comando da pré-candidatura de Bernardo Mucida. É fato que a sua candidatura ainda não ganhou as ruas, o que só deve ocorrer a partir das convenções partidárias, previstas para acontecer entre 20 de julho e 5 de agosto. É quando a sucessão municipal começa para valer.
Retrato momentâneo
Mesmo distante das eleições, e ainda com a incerteza já praticamente descartada pelo TSE, que confirma a realização do escrutínio ainda neste ano, a pesquisa eleitoral é instrumento importante para conhecer a conjuntura política. Mas é só um retrato momentâneo.
As peças ainda não estão devidamente posicionadas no tabuleiro desse jogo político que irá mexer com os corações e as mentes dos itabiranos nas próximas eleições, depois de arrefecida a pandemia, que também terá reflexos eleitorais importantes.
A corrida sucessória deu uma paralisada com o isolamento social. Mas em breve retorna o seu curso, com as articulações e coligações majoritárias sendo fechadas.
Para o prefeito Ronaldo Magalhães quanto maior for o número de candidatos, tanto melhor. Já as oposições trabalham na perspectiva de articular uma frente ampla capaz de derrotar o governo, ainda que diga que irá ocorrer com base em negociações programáticas – e não fisiológicas. A conferir.