Voto a voto, candidatos disputam a Prefeitura de Itabira e promovem demonstrações de força na João Pinheiro e pelo centro histórico
A manhã deste sábado (14) foi movimentada com muita gente aglomerada, ainda que de máscara, nas caminhadas organizadas pelos comitês de campanha do prefeito Ronaldo Magalhães (PTB), candidato à reeleição, e de Marco Antônio Lage (PSB), que não se encontram.
A caminhada da coligação Frente Itabira, Ação e Desenvolvimento teve concentração na praça Acrísio de Alvarenga. Depois seguiu pela avenida João Pinheiro, com parada para manifestação de seus candidatos em frente ao Mercado Municipal Caio Martins da Costa. A dispersão aconteceu na estação rodoviária Genaro Mafra. Foi uma grande manifestação de força na reta final de campanha.
Já a manifestação organizada pelo comitê Novo Marco não ficou para trás. Teve também muita gente concentrada em frente rodoviária, para depois seguir pela rua Água Santa, passando pelo centro histórico. Retornou pela avenida João Pinheiro até a rodoviária, onde se dispersou.
Caça aos indecisos
Marco Antonio Lage e o seu vice Marco Antônio Gomes (PL) pediram aos seus correligionários e apoiadores que persistam no convencimento dos indecisos –e propagandearam que a virada já aconteceu.
“O amor vai vencer o medo”, garantiu Marco Antônio, repetindo o que disse a então candidata a presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010, que por sua vez parodiou Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele disse que “a esperança venceu o medo” após a sua vitória eleitoral.
Ronaldo Magalhães também insistiu com a necessidade de buscar os votos dos indecisos, em mais um indicativo de que a eleição está polarizada – e é disputada voto a voto. Leia mais aqui.
E criticou, sem citar nome, o seu opositor Marco Antônio Lage. “O outro candidato não conhece Itabira e tem feito promessas absurdas, como a de um metrô para Itabira. Não deixem que um candidato inexperiente, que apresenta falsas promessas, venha governar Itabira”, conclamou aos seus correligionários, pedindo que se esforcem “até a meia noite” no corpo a corpo para convencer os indecisos.
Proposta é cabível, ainda que não seja um metrô
A proposta de aproveitar trecho da linha férrea, que deve ser desativada com mudança de trajeto pela mineradora Vale, foi apresentada pelo candidato Marco Antônio Lage no bate-papo eleitoral com a OAB.
Sendo eleito, ele disse pretende negociar a mudança da linha férrea coma Vale. “Já existem estudos para a Vale retirar a linha férrea de dento da cidade”, disse ele, que criticou a possibilidade de se abrir uma nova avenida.
“Podemos ter um metrô relativamente barato passando pelas bitolas já existentes. Podemos ter estações saindo do Campestre, seguindo pelo Pará/Vila Paciência, Vila Amélia, Areão, uma estação central na Mauro Ribeiro, passando pelo Caminho Novo, Praia. E ao lado podemos ter uma ciclovia”, projetou o candidato.
Críticas
Foi o bastante para virar chacota entre os seus opositores, como se a proposta fosse inteiramente descabida e fora de propósito. “Ele não tem ideia do custo de um metrô. Belo Horizonte ainda não conseguiu concluir o seu metrô por falta de recursos, assim como outras grandes cidades também estão tendo dificuldades. Propor isso é não conhecer a nossa realidade”, alfinetou Ronaldo Magalhães.
Só que a proposta não pode ser descartada por inteiro, ainda que não se concretize por meio de um metrô.
É que no bojo das negociações de um pacote de compensações pela concessão antecipada da malha ferroviária das estradas de ferro Vitória a Minas (EFVM), Carajás (EFV), Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e LVI Logística, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), está incluída a mudança do trajeto do ramal ferroviário de Itabira, que, partindo da estação de João Paulo deixaria de passar pela Vila Amélia, Areão, liberando a área para solucionar conflitos urbanos.
“Entre as medidas, que a administração municipal concorda, está a relocação do ramal ferroviário que sai da estação João Paulo, próximo do estádio do Valério, e que segue até o final da avenida Mauro Ribeiro”, disse, na ocasião, o secretário de Obras, Ronaldo Lott, em entrevista a este site. Leia mais aqui. “Pela proposta serão eliminadas três passagens de nível (Vila Paciência, Vila Amélia e Alto Pereira)”, acrescentou.
Em nota encaminhada à redação deste site, a Vale disse, também na ocasião, que participa do debate pela renovação antecipada das concessões ferroviárias, o que inclui a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM).
E confirmou ter apresentado um pacote de investimentos para mitigação de conflitos urbanos – e que está sob análise da ANTT. “Dentre os investimentos, a empresa propôs a implantação de variante para uma parte do ramal ferroviário de João Paulo, localizado em Itabira.”
Veículo leve sobre trilhos
Em contraponto a proposta de abrir uma nova avenida nesse trecho ferroviário, na mesma reportagem o servidor municipal José Luiz de Araújo propôs o aproveitamento do trecho para circulação de veículos leves sobre trilhos (VLTs), uma alternativa para o transporte coletivo urbano, ao invés de privilegiar o transporte individual e a especulação imobiliária
“É muito mais útil, prático, barato e necessário. Os VLTs fariam o transporte de passageiros, ligando o final do bairro Praia ao Campestre com várias pequenas estações pelo trajeto”, é o que o servidor municipal vem propondo já há algum tempo.
Absurdo essa aglomeração. Votei nele e já estou arrependida. Não estamos em época de comemorações.