Vereador faz duras críticas ao governo e chama o prefeito Ronaldo Magalhães de safado
Aproveitando-se que a tropa de choque governista na Câmara Municipal estava desguarnecida com a ausência do vereador Neidson de Freitas (PP), presidente do legislativo itabirano e dublê de líder do governo, a “bancada” oposicionista partiu para cima do prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) na sessão dessa terça-feira (17/10).
Do mesmo partido do prefeito, mas integrando a oposição desde o início do mandato, quando teve os seus interesses particulares e do distrito de Senhora do Carmo contrariados, o vereador Reginaldo das Mercês Santos (PTB) não poupou pesados adjetivos contra o seu correligionário.
“Eu gostaria de estar aqui elogiando o prefeito que é do meu partido, mas infelizmente ele é um safado. Promete fazer as coisas e não cumpre”, disparou o vereador, protegido pela imunidade parlamentar, o que impede que ele seja processado por palavras e atos praticados no exercício da função legislativa.
Ainda de acordo com o vereador, o governo faz propaganda enganosa com o programa Cidade Limpa. “Procurem ver como está a periferia, os distritos e verão a realidade”, disse o vereador, para quem esse é um governo voltado só para os ricos.
“Querem fechar escolas, acabaram com a patrulha agrícola e com a Casa de Apoio em Belo Horizonte (que recebia pacientes de Itabira em tratamento na capital mineira), faltam médicos nos postos de saúde e no pronto-socorro”, enumerou.
Segundo o oposicionista, o governo só tem dinheiro para atender a ‘panela’ do prefeito. “Mantém cabide de empregos na Conservo (empresa de contratação de mão de obra), onde o irmão do presidente desta Casa é chefe”, disparou, para gáudio do pequeno público presente na sessão legislativa, em sua maioria também de oposição ao prefeito.
O discurso inflamado do ex-correligionário do prefeito ocorreu após ser encerrada a discussão e a votação de uma inócua pauta vazia, com apenas duas bobagens para apreciação dos edis itabiranos − como se nada de importante estivesse acontecendo na cidade.
Mais denúncias
Com a palavra franqueada aos vereadores para gastar tempo e a sessão não terminar em cerca de meia hora, que foi o tempo suficiente para esgotar a pauta, a oposição nadou de braçada.
“Uma campanha eleitoral milionária gera governos corruptos e alguém vai ter de pagar a conta. Infelizmente, é o povo que está pagando”, afirmou o outro parlamentar da “bancada” oposicionista, vereador Weverton “Vetão” Leandro Santos Andrade (PSB).
“Se eu for relacionar o tanto de erro que esse governo vem cometendo nesses dez meses, o meu tempo aqui vai estourar. Mas não posso deixar de registrar que o servidor público está desmotivado, até hoje a categoria não teve um posicionamento do governo em relação ao acordo coletivo. O prefeito só não corta gastos com os serviços terceirizados”, repetiu o vereador, lembrando ainda que o pacote de maldade do governo municipal não para só nisso.
“Em novembro, o Saae irá subir a taxa de água em 18,8%, mesmo sabendo que temos cerca de 20 mil desempregados na cidade”, disse ele, salientando que esse número não é oficial, mas é o que se avalia na cidade − e é o número que os vereadores repetem à exaustão.
Defesa tímida
Timidamente, o vereador Allaim Figueiredo Gomes (PDT), líder do prefeito, esboçou uma reação. Sem o reforço sempre providencial do presidente da Câmara, ele se perdeu mais uma vez na função. E falou o que não devia, ao tentar contestar a observação do vereador Vetão quando disse que campanha cara acaba em corrupção.
“Se existe dúvida a respeito, o Ministério Público existe para isso. É só fazer a denúncia”, sugeriu, esquecendo-se que o mandato de Ronaldo Magalhães foi cassado em primeira instância por ilicitudes na prestação de contas de sua campanha eleitoral. O prefeito recorreu e o processo aguarda julgamento em segunda instância pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais.
Na defesa do do governo, o líder do prefeito apresentou os mesmos argumentos situacionistas para justificar a inércia, os erros e as opções preferenciais da administração municipal. “Herdamos uma dívida de R$ 146 milhões”, repetiu Allaim a mesma ladainha, dizendo que Ronaldo tem experiência e que nenhum prefeito faria de bom o que ele fez até agora.
(Nesse momento ouvem-se vaias da claque contrária, a ponto de o vereador André Viana (PTN), que presidia a reunião, ameaçar encerrar mais cedo a sessão, como se esse não fosse o desejo da maioria dos edis ainda presentes na Câmara).
O vereador Agnaldo “Enfermeiro” Vieira Gomes procurou apoiar o líder na defesa do governo. “Na área de saúde, estão voltando os medicamentos na farmácia popular. E até o fim do ano, os cerca de 200 pacientes que estão na fila para fazer operação de catarata serão atendidos. Acho prematuro fazer um julgamento que vai valorar (sic) quatro anos de governo”, contestou.
Idiotice
Embora com atraso, após o assunto ter saído de pauta, o vereador Heraldo Noronha Rodrigues (PTB) também saiu em defesa do governo. “Eu sei que o prefeito está com grandes dificuldades, está sem dinheiro. Mas dizer que ele não está fazendo nada, chega a ser injustiça e cegueira de quem diz isso”, discordou.
O vereador enumerou o que considera conquistas importantes. “Na área rural, pegamos a estradas que eram caminhos de boi. Ainda está ruim, mas estão sendo melhoradas. No início do governo faltavam 190 medicamentos na farmácia popular. Caiu para 90 e hoje ‘só’ faltam 50 remédios.”
Ele relacionou ainda como “grandes conquistas do governo” a limpeza do parque Água Santa e a reforma da concha acústica no Pico do Amor. “Dizer que o governo não está fazendo nada chega a ser uma idiotice”, disparou como último petardo.
E assim, boquifecharam-se os vereadores oposicionistas. E a sessão legislativa foi enfim encerrada ao som do hino à Itabira, que diz ter “beleza a minha terra, a cidade mais gentil e pitoresca e que não há outra no Brasil.” Só se for para “inglês ver”.
Até hoje os vereadores não sabem diferenciar , farmácia popular de farmácia municipal .Imaginem questões que dependem de conhecimentos técnicos e jurídicos .
É muito bom assistir de camarote os partidários do prefeito se engalfinhando assim.
Para diferenciar uma coisa da outra é preciso saber interpretar texto. Eles sabem?
Me expliquem antropólogos e sociólogos, porque os políticos da direita são feios, com cara de…. de.., os adjetivos me rejeitam neste momento.