Vale não confirma nem desmente a informação de que irá investir na construção de novos prédios da Unifei
Carlos Cruz
A informação do secretário municipal de Obras, Ronaldo Lott Pires, de que a Vale irá investir na construção dos novos prédios para concluir a implantação do campus avançado da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) em Itabira não é confirmada, mas também não é desmentida pela assessoria de imprensa da mineradora.
O secretário informou sobre essa possível nova parceria com a mineradora em palestra na reunião itinerante da Associação Mineira de Municípios Minerados (Amig), realizada no dia 27, no auditório do It ItabiraHotel.
Em resposta a este site, a empresa apenas confirma que “integra desde o princípio o Grupo de Trabalho (GT) criado no ano passado para buscar alternativas de diversificação econômica para Itabira”, mas de forma evasiva diz que “está avaliando, juntamente com a Prefeitura e demais entidades do grupo, a melhor forma de apoio aos projetos apresentados”.
Ronaldo Lott participa do GT. Portanto, o que ele adiantou certamente está sendo negociado com a mineradora. O GT foi instituído pelo prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) para avaliar e propor saídas que assegurem a sustentabilidade socioeconômica e ambiental de Itabira após a exaustão de suas minas, prevista para 2028.
Segundo o secretário, é certo que a Vale irá participar dos novos investimentos no projeto universitário de Itabira. Isso não só da construção dos novos prédios, mas também da implantação do Parque Científico Tecnológico.
O parque é uma das propostas que foram apresentas pela Unifei desde o início da instalação do campus, há mais de dez anos. Na atual fase, segundo o secretário, terá inicio com as startups (empresas embrionárias), que serão montadas no próprio campus universitário, com participação de estudantes, professores e empresários.
Para isso, diz o secretário, a Prefeitura irá investir R$ 1,1 milhão, que sairão do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico (Fundesi), que recebe recursos dos royalties do minério, para aquisição de equipamentos e mobiliários.
“O investimento da Vale é uma forma de a mineradora participar mais efetivamente da diversificação econômica de Itabira com base no desenvolvimento de empresas tecnológicas”, acredita o secretário.
Ronaldo Lott reconhece que a empresa já cumpriu o que foi pactuado, inicialmente, para implantar o campus universitário. Foram R$ 38,5 milhões, em valores da época, alocados na aquisição dos laboratórios demandados pelos cursos já instalados. “São equipamentos de ponta, referências no país.”
Mas a participação da Vale deve ir além. Para Lott, esses novos investimentos da empresa no projeto universitário de Itabira não é decorrente de condicionantes. “Serão parte dos compromissos da empresa com o desenvolvimento sustentável de Itabira.”
Cobrança anterior
A repactuação em torno do projeto Unifei foi proposta, pela primeira vez, em novembro de 2017 pelo vereador Neidson de Freitas (PP), quando ele ainda era presidente da Câmara.
O vereador entende que a parceria público-privada para a implantação do campus ficou desequilibrada, com a parte maior das obrigações financeiras ficando com o município. Leia mais aqui.
“A Prefeitura não tem como arcar sozinha com esse investimento (na construção dos prédios)”, sustentou o vereador na ocasião. Neidson também participa do Grupo de Trabalho que avalia propostas para incrementar a diversificação da economia local.
Pela parceria, o município já investiu R$ 63 milhões na construção de dois prédios – e teria que arcar com mais R$ 400 milhões até concluir as edificações do campus universitário, o que inclui a instalação de um Centro Científico Tecnológico em terreno já à disposição, no antigo Posto Agropecuário, ao lado do Distrito Industrial.
Anúncio de novas parcerias com a Vale pode ocorrer em agosto, diz secretário
De acordo com Ronaldo Lott, pelo andamento das conversas e negociações no Grupo de Trabalho, é bem possível que em agosto seja anunciado um pacote de investimentos estratégicos para alavancar a economia local, com a diversificação de negócios na praça itabirana.
O carro-chefe da política municipal de diversificação será mesmo o projeto universitário, que tem a Unifei à frente, mas juntamente com outras faculdades instaladas e que estão se instalando na cidade.
Além disso, o secretário não confirma, mas é certo que a repactuação deve passar também por outras frentes abertas pela Prefeitura, que está levantando o passivo da mineração com Itabira. Isso para que o município se prepare para as negociações que virão com o descomissionamento das minas locais.
Cauê já exauriu no início deste século, embora a cava ainda esteja sendo utilizada para disposição de rejeito da usina homônima – e também para armazenamento e captação de água para o beneficiamento de minério. Essa decisão foi tomada pela empresa, que considera a área como sendo ainda operacional.
As Minas do Meio também estão em fase de pré-descomissionamento. Mas, antes, a Vale já se prepara para utilizar a extensa cava para dispor rejeitos e material estéril, inclusive dos “inservíveis” que virão de minas de outros municípios.
Nesse caso, diferentemente do que ocorreu com Cauê, é preciso abrir a discussão com a sociedade itabirana. Afinal, a disposição de rejeitos e estéril nessa cava não pode comprometer o acesso às águas dos aquíferos Cauê e Piracicaba. Esse acesso fora prometido pela Vale como grande legado da mineração para o desenvolvimento sustentável de Itabira após a exaustão das minas.
Portanto, espera-se que o mês de agosto seja mesmo de boas notícias para o presente e o futuro do município, ainda incerto e não sabido. Pode ser até que a repactuação, nessa fase, fique só em torno da Unifei. É um bom começo, para o início da ampla pauta de negociações que virá.
A parceria, Governo Federal, Prefeitura de Itabira e Vale para o projeto UNIFEI, será a solução para diversificação Econômica do Município de Itabira. A Vale cumpriu seu compromisso com construção dos Laboratórios, A prefeitura fez o investimento na construção das duas unidades e já dá início na terceira unidade. O Conjunto será de 5 unidades. As duas restantes existe uma nova negociação, esperamos que a Vale S/A dê a nossa Itabira um grande presente antes de encerrar as suas atividade que em 2028 irá completar 78 anos explorando a mineração em nossa cidade.