Uma Europa aguardando pelo inverno

Instrutores militares ucranianos e do exército dos EUA participam de exercícios

 Foto: Reuters

Veladimir Romano*

Dos compromissos encarados pela União Europeia, com exemplos nem sempre coordenados pelas correntes de comando, sem muita clareza, mas usando consentimentos mútuos, na coação pouco unida contra a Rússia, o que se vê é uma Europa subordinada, subtraída dos seus valores

Isso ocorre antes dando vassalagem, apostando no motim como aparelho coercitivo, dissimulando violência quando proclama paz para a Ucrânia. Entretanto, despeja mais armamento agora sofisticado e absurdas quantias financeiras, acirrando o conflito.

Essa estranha “pedagogia” torna-se impossível de aceitar numa inserida textura sem conformidade, vil baixeza quer política e dissimulada moral, qualquer sublinhado jurídico ou desastre diplomático.

E, por ocasião, inerte, espera pelo inverno para ver quem vai aguentar melhor limites, confusão desta necessidade energética. O que se observa e um ocidente extremamente obsceno, sugado nas fórmulas de Milton Friedman no que toca ao fanático neoliberalismo econômico.

Essa situação ilustra sem moderação uma Europa promovendo embaraços e que acaba ela mesma sofrendo seus desarranjos ao cair em armadilhas, alavancando múltiplas crises em que o custo de vida em países de menor economia aumentou três vezes e dois terços dos trabalhadores perderam seriamente seu poder de compra.

Empresas do serviço energético, incluindo a água, anunciam para depois de outubro aumentos de 30% enquanto o Banco da Inglaterra avisa que a inflação vai subir entre 13 a 14%, como nunca aconteceu nos últimos 30/40 anos.

Greves são deflagradas por todos os setores laborais. Nada de bom as guerras trazem. Porém, obedece ao instinto desesperado do ser humano quando vê a sua liberdade, economia e soberania ameaçada pelas velhas tentações colonialistas dos demais usando a capa democrática como ataque e defesa das frenéticas invasões, com tônicas tendencialmente dominadoras.

Afinal, o Estado, neste instante, não passa de obediência, organização elitista de grupos forçando o sistema em benefícios de certos particulares que só entendem lucros a determinadas ortodoxias e submissão, ofendendo regras destes hierocráticos do dinheiro, com evidência canalizada nas interrogações com quais agora os povos andam vivendo, analisando sem convicção como será este futuro. Perde justeza, balanço e raciocínio.

*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano.

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2 Comentários

  1. Os europeus do Norte, por meio da OTAN, estimularam e agora estão patrocinando a Ucrânia nessa disputa insana contra a Rússia.
    E de quebra arrastaram os europeus do Sul a participarem desta besteira total!

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