Um vírus monopolizando a vida no planeta

Imagem: Reprodução
Wikipedia

Veladimir Romano*

Na mais recente divulgação da revista médica NetWork Open, publicação da American Medical Association, depois de acurado estudo desenvolvido no centro hospitalar Mount Sinai de Nova York, avalia toda uma corrente de efeitos secundários provocados pelo surto viral covid-19.

Isso depois da examinação de 740 doentes que manifestaram efeitos secundários com diagnósticos ao nível neurológico [memória, inflamação do miocárdio, fibrose pulmonar, insuficiência renal, perda de apetite e paladar].

São preocupações extras incomodando quem governa sistemas de saúde numa situação de crise onde pânico já é palavra de ordem mesmo no país considerado de fartos recursos.

Por outro lado, na Europa, depois de setembro até finais de outubro, novos internamentos que representavam 1/3 em relação a 2020, juntando diminuição de óbitos, elevou muito o otimismo legítimo olhando na janela outro horizonte sanitário quando se atingiu apenas 6% no aumento dos diagnósticos.

Com o a gripe também chegando, aumentou a preocupação nas camadas mais idosas ou fragilizadas de baixa capacidade imunitária, com risco maior de serem vítimas de próximas vagas. Daí a necessidade da vacinação de reforço.

Entretanto, é fato que o vírus avançou. Então, dito e feito, eis que uma nova mutação surpreende [parece que não aprendemos nunca] apavorando novamente o mundo.

O terror de novas ondas fechando a economia, com mais doentes ocupando leitos hospitalares, aumentando a preocupação de quem governa e ou administra áreas sanitárias, laboratórios, sistemas de saúde quase esgotados.

A Holanda, que até ao momento nunca havia feito restrição alguma, fechou até dia 14 de janeiro. Na Suíça, em apenas um dia, 9 mil infecções, na Alemanha: 11 mil.

Em Londres, em 24 horas aparecem 26 mil, Portugal notifica já 20% das novas infecções, Espanha em 24 horas, junta 55 mil com a Ômicron entrando o novo ano e derrapando nas margens infecciosas sempre subindo.

O “Deutsche Welle” dá conta que unicamente 66% da população ficou vacinada enquanto o governo austríaco sinalizou coima de 3 mil e 600 euros para não vacinados onde apenas 46% estavam totalmente imunizados [depois do anúncio, muitas pessoas se foram vacinar].

Segundo informa o Instituto Robert Koch, nos primeiros sete dias de dezembro, num dia, 666 vítimas com nova variante de um vírus monopolizando a vida de cada ser e de todo o planeta, deram entrada nos hospitais.

Contudo, não faltam longas marchas de grupos persistentes antivacina e até aqueles que não acreditando na existência viral, assanham mais perturbação social na hora do manifesto, ocupando praças, ruas e avenidas das maiores capitais europeias, elevando o braço de ferro contra ordens administrativas e aconselhamento dos especialistas.

Até março, organizações sanitárias estão prevendo mais 60% de carga nos hospitais, numa Europa com mais 100 milhões de pessoas infectadas.

Governantes terão de pensar seriamente em como desenvolver novas filosofias positivas, investindo recursos vultosos que melhorem os sistemas de saúde e laboratórios onde a ciência acontece.

Caso contrário, os vírus vão atrapalhar e bastante o nosso mundo.

*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano.

 

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