Tomei a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Que venha a segunda dose no tempo certo. Viva a Ciência, viva o SUS

Carlos Cruz

No feriado de quarta-feira (21), fui um dos 1,2 mil idosos itabiranos, com 64 anos, a receber a primeira dose da vacina AstraZeneca, nos drive-thru instalados nos estacionamentos da Prefeitura e da Funcesi.

Daqui a cerca de três meses, tomarei a segunda dose, quando se completa a imunização, mas sem deixar de tomar os cuidados necessários para não propagar o vírus.

Isso porque, mesmo após ser imunizado, posso ainda ter o vírus em meu organismo que não me fará mal, mas que pode se espalhar e contaminar pessoas de minha convivência, parentes e amigos.

E também para não contaminar gente que não conheço, mas que posso encontrar pelas ruas da cidade, embora tenha a intenção de me manter por mais um bom tempo em isolamento social, até que a maioria da população seja vacinada.

Infelizmente isso ainda vai demorar. As previsões não indicam que teremos uma imunização coletiva ou de rebanho, como prefere o presidente que não comprou outros imunizantes em tempo hábil quando foram oferecidos ao governo brasileiro.

Jair Bolsonaro segue menosprezando a pandemia e desdenhando dos mais de 380 mil brasileiros que perderam a vida para essa doença misteriosa e fatal em muitos casos, mesmo em pessoas sem doenças anteriores (comorbidades) e mais jovens.

Imunizantes

A primeira dose contra a Covid-19 a gente nunca se esquece (Fotos: Carlos Cruz)

Por inércia e má gestão do governo federal, temos apenas duas vacinas disponíveis, entre as que já foram aprovadas pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, além da vacina de Oxford, desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Ambas são eficientes imunizantes e demandam duas doses para produzir o efeito desejado e por todos esperado.

A AstraZeneca, que tomei, utiliza tecnologia conhecida como vetor viral recombinante, sendo produzida a partir de uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés – e que não causa doença em humanos.

Segundo os fabricantes, a esse imunizante foi adicionado o material genético usado na produção da proteína spike do novo coronavírus (Sars-CoV-2). A proteína é usada para invadir células, induzindo os anticorpos.

A vacina da Universidade de Oxford, produzida no Brasil em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, comprovou eficácia média de 70,4%, com até 90% de eficácia no grupo que tomou a dose menor.

Já a CoronaVac foi desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, sendo que no Brasil está sendo produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo. Apresenta eficácia global de 50,4% e prevê a aplicação da segunda dose entre 15 e 28 dias após a primeira.

Essa vacina também utiliza vírus inativados (mortos), expostos em laboratório a calor e produtos químicos para não serem capazes de reproduzir, mas suficiente para gerar uma resposta imune e criar no organismo uma memória de como nos defender contra uma ameaça. O processo de imunização começa logo após a aplicação da vacina.

Segundo os especialistas, as células que dão início à resposta imune encontram os vírus inativados e os capturam, ativando os linfócitos, células especializadas capazes de combater microrganismos.

Os linfócitos produzem anticorpos, que se ligam aos vírus para impedir que eles infectem nossas células. Ambas as vacinas comprovaram eficácia de 100% para as formas graves da doença.

Vacinação Solidária

Mesmo com o Brasil estando distante de obter a tão esperada imunidade coletiva, com baixo índice de imunização no país, o resultado da campanha de vacinação já começa a desafogar o sistema de saúde, com redução de número de óbitos, principalmente entre os mais idosos, como também de pessoas de outros grupos prioritários.

Portanto, não fique sem vacinar quando chegar a sua hora. E não deixe de participar da campanha Vacinação Solidária, que tem início nesta quinta-feira (22), com a aplicação da segunda dose para idosos na faixa etária de 79 anos.

Ao ser vacinado, contribua com a doação de alimentos não perecíveis e ajude matar a fome de mais de 15 mil pessoas que estão vivendo em condições de pobreza e extrema pobreza no município.

Viva solidariedade e a Ciência. E viva o SUS.

 

 

 

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