Seca severa, fumaça de incêndios florestais e poeira de minério deixam o ar de Itabira irrespirável
Vista de Itabira encoberta por fumaça de queimadas e incêndios florestais na tarde desta quarta-feira (4)
Fotos: Carlos Cruz
Não está sendo fácil respirar em Itabira, como não está também irrespirável o ar rarefeito em quase todo o estado de Minas Gerais, provocando uma situação bastante crítica para a saúde humana e o meio ambiente.
Em todo o entorno da cidade ocorreram incêndios florestais, alguns ainda não de inteiramente debelados, além de queimadas por toda a cidade, sendo a região do bairro Gabiroba campeã em ocorrência. É raro um dia que não se tem alguém fazendo queimada em áreas e lotes vagos na cidade.
As condições atmosféricas em Itabira e em Minas Gerais estão bastante críticas há algum tempo, em consequência das queimadas e incêndios florestais, facilitados pela baixa umidade relativa do ar, o que deixa o mato bastante ressecado. E, sobretudo, são decorrentes da ação criminosa dos incendiários, os piromaníacos que sentem prazer ao verem o mato pegando fogo.
Essa combinação imperfeita é agravada ainda mais com a poeira de minério que emporcalha a cidade de Itabira, invade as residências e as vias aéreas respiratórias do desprotegido itabirano.
Esse pouco pode fazer para se proteger, mesmo fechando as janelas, além de umidificar o ar para continuar respirando e seguir em frente com rinite, asma, bronquite e tantas outras doenças respiratórias.
Para amenizar os efeitos da baixa umidade combinada com a poeira, fumaça e fuligem das queimadas, é importante manter-se hidratado e evitar atividades físicas intensas ao ar livre. Portanto, modere-se na corrida, prefira uma caminhada leve com muita hidratação nesse tempo caustico de estiagem severa.
Incêndio em Barão de Cocais
Para agravar a situação na região, Barão de Cocais também ardeu e ainda sofre com incêndios florestais ocorridos simultaneamente nos últimos dias, levando o município a decretar estado de emergência.
Felizmente, das dez ocorrências de incêndios florestais que assustaram e devastaram florestas no município vizinho, a maioria já foi controlada, seguindo-se com o trabalho de rescaldo. Mas a dispersão da fumaça ainda é intensa e chega às cidades vizinhas, muitas também em chamas com o fogo devastando florestas.
A situação em Barão de Cocais ainda é crítica e exige a mobilização de brigadistas, bombeiros militares e voluntários para controlarem os focos de incêndio, além de manter as ações preventivas para que o fogo não retorne.
Estiagem continua
O risco e grande não só na vizinha cidade, mas também Itabira e toda região, uma vez que não há previsão de chuvas para os próximos, apenas pequenos respingos entre 1% e 5% a partir do dia 13, o que é o mesmo que nada de nada, segundo o Clima Tempo.
Segundo o Clima Tempo, historicamente o mês de setembro se apresenta com uma média de 51 milímetros na região de Itabira. Com a continuidade da estiagem severa para os próximos dias, setembro pode ter algo próximo de zero por cento de chuva na região.
Daí que é preciso mobilização permanente de vigilância e combate por parte dos brigadistas, bombeiros militares, para pelo menos amenizar e impedir que o incêndio florestal ameace residências, como se viu em Barão Cocais e também em Itabira, com um incêndio em área da Vale, próximo da Vila Amélia.
Mas é preciso muito mais ainda que os fiscais da Prefeitura e os agentes da Polícia Militar Ambiental entrem em cena, pois não é possível que todas as ocorrências na cidade, inclusive de fogos propagados em função de limpeza de lotes, não se tenham punições severas aos autores, na forma da lei, coercitivas e exemplares, dando-se ampla divulgação.
Enquanto não se prender muitos desses piromaníacos, além de investir em educação ambiental desde as séries iniciais e por toda a vida, com o agravamento das mudanças climáticas, nos próximos anos dias piores virão.
Danos graves à saúde
Como consequência, a população vai continuar sofrendo com o agravo das doenças respiratórias, tendo de conviver com essa combinação maléfica à saúde com fumaça, fuligem de queimadas e poeira de minério.
Como se sabe, a inalação de partículas finas agrava as doenças respiratórias preexistentes, como asma, bronquite, assim como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Isso sem falar na irritação permanente das vias respiratórias, provocando tosse e dificuldade para respirar.
Embora o estudo coordenado em Itabira pelo professor Paulo Saldiva, da Universidade de São Paulo (USP), não tenha sido conclusivo, e precisa ser concluído, a exposição prolongada a poluentes atmosféricos pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão, ataques cardíacos e derrames.
Além disso, essa combinação imperfeita de fumaça, fuligem e poeira de minério pode provocar irritação nos olhos, nariz e garganta, com dor, ardência e lacrimejamento.
Sofrem também os alérgicos com tanta fumaça, fuligem e poeira, com os espirros, coriza, coceira nos olhos.
É sabido que a exposição contínua a poluentes enfraquece o sistema imunológico. É o que deixa as pessoas mais suscetíveis a essas infecções, aumentando a procura por atendimento à saúde, impactando e sobrecarregando a rede de saúde, sobretudo hospitais e prontos-socorros.
Danos ao meio ambiente
Os malefícios das queimadas e dos incêndios florestais para o meio ambiente são devastadores. O fogo remove a cobertura vegetal, mata os micro-organismos que vivem no solo, diminui a sua fertilidade.
Polui as águas, queima as matas ciliares, provoca erosões que assoreiam os cursos d’água, destrói nascentes, espanta quando não mata a fauna silvestre e até doméstica.
Queimadas liberam grande quantidade de dióxido de carbono (CO₂) e outros gases de efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global, acelerando as mudanças climáticas com graves consequências.
As queimadas liberam substâncias químicas, como óxidos de nitrogênio (NOx), que contribuem para a destruição da camada de ozônio.
Com isso, aumenta a exposição da população aos raios ultravioleta (UV), podendo causar câncer de pele e doenças oculares, como catarata.
A destruição da vegetação altera a evapotranspiração e a retenção da água no solo, assim como prejudica a recarga dos aquíferos, que são também afetados.
Com a alteração do ciclo hidrológico aumenta o risco de seca severa, como a que está em curso, além de grandes enchentes como as ocorridas no Rio Grande do Sul – e antes em Santa Maria de Itabira, na madrugada de domingo, 21 de fevereiro de 2021, de triste e trágica lembrança.
Estou ficando louco! Parece que estou fumando um baseadão muito louco. Meus olhos estão vermelhos, e minha narina tem cheiro de queimado. Há fortes indícios sobre o final do mundo. Falsos profetas, usurpadores, pedófilos, feministas, genocidas, queimadas e mais queimadas.
O mundo perdeu a razão. Primeiro foi o Dilúvio, agora o fogo.
Apocalipse now!