Vila de Utopia

Se o Brasil repetisse a votação em Itabira, Lula teria sido eleito no primeiro turno. Cidade fica sem deputados estadual e federal

Eleição na pracinha do Pará

Foto: Carlos Cruz

O candidato da Federação Brasil Esperança (PT, PSB, PC do B, e PV), Luiz Inácio Lula da Silva, obteve 35.025 (50.16%) votos em Itabira, com resultado próximo das pesquisas nacionais dos institutos de pesquisas, o que se repetisse no país, daria vitória ao ex-presidente no primeiro turno.

O candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) angariou 27.203 (39,96%) votos no município, mesmo com as barulhentas carreatas automotivas e toda a agressividade de seus seguidores pela rede social. Amargou a segunda colocação na terra de Drummond.

No país, Lula ficou também em primeiro lugar com 57.257.473 (48,43%) votos, enquanto Bolsonaro obteve 51.071.106 no primeiro turno.

Fonte: TSE

Estadual

Se a eleição municipal foi favorável a Lula em Itabira, o mesmo não ocorreu com o único candidato local a deputado estadual pelo PT. O ex-vereador Alexandre “Banana” Martins da Costa obteve apenas 1.116 votos no município, ficando com 2.274 votos no estado.

A sua pífia votação é reflexo do desgaste do PT no município, desde que findou a administração Jackson Tavares (1997-2000), único petista que se elegeu prefeito de Itabira. Desde então o partido ficou completamente desarticulado no município.

Mas não foi apenas Banana que amargou um péssimo resultado nessas eleições. Embora tenha sido o candidato a deputado estadual de Itabira mais votado, o então deputado Bernardo Mucida (PSB) não se reelegeu.

Ficou com 40.815 votos no estado, tendo angariado apenas 16.492 votos na zona eleitoral de Itabira. Bernardo Mucida ficou agora na segunda suplência do seu partido.

Na disputa estadual em Itabira, o então deputado estadual ficou atrás do ex-prefeito João Izael Querino Coelho (PMN), que obteve 16.779 votos no município e 18.833 votos no estado. Com a divisão de votos, mais uma vez Itabira fica sem representante na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Outra divisão ficou por conta do ex-vereador Carlos Henrique Silva Filho, o Carlim Sacolão. Em dobradinha com o ex-governador Aécio Neves (ambos do PSDB), eleito deputado federal, Sacolão ficou com 1.904 votos na cidade e apenas 2.206 votos no estado.

O líder comunitário Elias Lima (PROS), na disputa estadual, só não ficou atrás de Alexandre Banana e do bolsonarista fundamentalista Dalton Albuquerque (Podemos). Obteve 1.870 votos na zona eleitoral de Itabira e 2.274 no estado.

Albuquerque, que tem desfraldado a bandeira integralista em defesa da família, Deus, pátria, liberdade (sic), obteve a “estrondosa” votação de 67 votos em Itabira e 97 no estado. Para ele, não foi possível surfar na onda bolsonarista.

Sem representante na Assembleia Legislativa, Itabira continua órfã como esteve na atual legislatura, quando se trata da luta por questões maiores envolvendo a eterna dependência do município à mineração e na cobrança da nunca paga dívida histórica dessa atividade, que é também do Estado e da União.

Mas o município fica sem as polpudas emendas parlamentares com as quais Bernardo Mucida pautou a sua atuação na tentativa de se reeleger.

Federal

Para deputado federal, o vereador Neidson Freitas (MDB) foi o mais votado em Itabira. Ficou com 20.207 votos em Minas Gerais, com 15.401 no município.

Embora não tenha sido eleito, a sua votação serviu como balão de ensaio para a disputa municipal em 2024, quando Neidson deve sair candidato a prefeito na sucessão de Marco Antônio Lage (PSB), que vai buscar a reeleição.

Já o presidente da Câmara Municipal, vereador Weverton “Vetão” Andrade (PSB), obteve 7.530 votos em Itabira, somando 8.548 votos em Minas Gerais.

Já a líder comunitária Cibele Machado (PTB) não obteve votos suficientes nem mesmo para se eleger vereadora destas urbe: ficou com 973 votos na zona eleitoral de Itabira e apenas 973 votos em Minas Gerais.

 

 

 

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