Réveillon, a festa da passagem

Rafael Jasovich*

Com a chegada de um ano novo decidi pesquisar porque se usa a palavra em francês para designar a festa da meia noite do dia 31 de dezembro.

Réveillon é o substantivo masculino com origem no idioma francês usado para descrever uma festa de passagem para o ano novo.

A palavra réveillon tem origem no verbo em francês réveiller, que significa “acordar” ou “reanimar” (em sentido figurado).

Inicialmente, essa palavra era usada para descrever uma refeição leve que era feita à noite e que impedia que as pessoas dormissem.

A partir do século XVII, a palavra Réveillon passou a ser utilizada para designar as festas realizadas pela nobreza francesa, que durava a noite toda.

Anos depois, as nobrezas de outros países adotaram o mesmo nome para as suas festas.

Hoje, o termo réveillon é utilizado em grande parte dos países ocidentais para se referir à celebração que acontece na virada do dia 31 de dezembro para o dia 1 de janeiro do novo ano.

As primeiras comemorações de ano novo que se têm registro datam de 4000 anos atrás.

Aconteciam na Mesopotâmia e eram a celebração do fim do inverno e início da primavera, o que acontecia entre os dias 22 e 23 de março do nosso calendário atual.

Essa celebração simbolizava o início de uma nova safra de plantação e era o momento em que as pessoas pediam por alimentos e fartura para o ano.

Para os persas, assírios, egípcios e fenícios, o novo ano era celebrado em setembro e para os gregos em dezembro.

Os romanos foram os primeiros a estabelecer uma data no calendário para essa comemoração.

A princípio, o ano novo romano era comemorado em 1º de março, mas em 153 a.C, estabeleceu-se a data de 1º de janeiro.

Em 46 a.C, os romanos adotaram o calendário Juliano e mantiveram essa data.

Em 1582, com a adoção do calendário gregoriano (que utilizamos atualmente) pela Igreja Católica, a data de 1º de janeiro foi oficialmente estabelecida.

A passagem para o novo ano, no entanto, ainda é celebrada em datas diferentes por alguns povos e religiões.

O ano novo dos muçulmanos, por exemplo, acontece no mês de maio do calendário gregoriano.

Para os judeus, a passagem do ano é celebrada no final de setembro e início de outubro. E, para os chineses, o ano novo se inicia em fevereiro.

As celebrações de réveillon variam conforme o local e as tradições, mas em geral, a passagem de um ano para o outro é o momento de agradecer e fazer desejos para o ano que entra.

É um momento de renovação das esperanças e é cheio de superstições.

As roupas, os rituais e os alimentos, por exemplo, têm significados importantes para essa comemoração.

No Brasil, por exemplo, costuma-se usar roupas brancas e pular sete ondas para Iemanjá quando entra a meia noite.

Ambas as superstições estão ligadas à Umbanda, religião brasileira de matriz africana.

Outra atração muito comum das festas de réveillon são os fogos de artifício.

Diversas cidades no mundo têm espetáculos famosos de fogos, entre elas estão Londres, Sydney, Nova York e Rio de Janeiro.

Bom, destrinchado o mistério (para mim era) do uso da palavra em francês me senti mais culto, da famosa cultura inútil.

Mas espero que tenha servido para o leitor, que como eu, desconhecia a origem da palavra.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional.

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