Reginaldo Lopes apresenta aspectos positivos da reforma tributária para o Brasil e os impactos nas cidades mineradas

Fotos: Carlos Cruz

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) esteve nesta segunda-feira (16) em Itabira, onde participou da entrega de viaturas para o SAMU e visitou a Faculdade de Medicina do UNIFuncesi, cuja implantação contou com seu apoio junto ao Ministério da Educação.

À noite, a convite do prefeito Marco Antônio Lage (PSB), Lopes ministrou uma palestra sobre a reforma tributária, tema que tem sido central em sua atuação parlamentar.

Antes da palestra, Lage destacou a importância da atuação de Reginaldo Lopes para o desenvolvimento de Itabira. Ele lembrou projetos viabilizados pelo deputado ao longo de seus seis mandatos, como a Escola Militar, a Unifei, além de investimentos na saúde, incluindo a instalação do acelerador da radioterapia, que será inaugurado em setembro no Hospital Nossa Senhora das Dores.

Além disso, o prefeito mencionou a atuação do deputado na viabilização da Faculdade de Medicina do UNIFuncesi, autorizada recentemente e considerada um avanço para o ensino superior na região.

“O deputado Reginaldo Lopes é um dos parlamentares mais preparados da Câmara e foi o relator da reforma tributária, um marco para o Brasil”, afirmou Lage, citando ainda debates sobre os impactos da tributação no município, principalmente com o imposto pago no destino e não na origem, que afeta cidades mineradas.

Marco Antônio Lage apresentou Reginaldo Lopes com um dos parlamentares mais preparados da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF)

Os principais pontos da reforma

Em sua palestra, Lopes destacou mudanças estruturais no sistema tributário, como o fim da cobrança de imposto sobre imposto, a eliminação da guerra fiscal, o cashback para consumidores de baixa renda e um sistema automatizado de arrecadação, que ele compara ao “Pix do imposto”.

Segundo ele, o novo modelo permitirá maior transparência na cobrança e arrecadação, com impostos pagos no destino, promovendo equilíbrio regional e competitividade internacional. “Isso corrigirá distorções que penalizavam municípios e setores econômicos”, enfatizou.

Para o deputado, a reforma tributária representa um avanço significativo ao alinhar o Brasil às melhores práticas internacionais de tributação, semelhantes às aplicadas pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“O Brasil está entre os poucos países que ainda adotam um sistema cumulativo de impostos, o que reduz a eficiência da economia e encarece os produtos para o consumidor”, acentuou.

Outro ponto destacado foi o impacto positivo na simplificação do sistema tributário. Lopes ressaltou que, hoje, as empresas precisam lidar com mais de 50 obrigações acessórias, tornando a gestão tributária extremamente complexa e onerosa.

Com a reforma, essas exigências serão eliminadas, permitindo que empresários foquem no desenvolvimento e inovação de seus negócios.

Perspectivas para o Brasil e o empreendedorismo juvenil

Reginaldo Lopes acredita que o novo sistema tributário deve impulsionar crescimento econômico, inovação e empreendedorismo no país

Encerrando sua palestra, Reginaldo Lopes enfatizou que o novo sistema tributário deve impulsionar crescimento econômico, inovação e empreendedorismo. Ele citou que 76% dos jovens entre 15 e 29 anos querem empreender, e que a reforma criará novos modelos de negócios coletivos e sustentáveis.

O deputado defendeu que o Brasil precisa fomentar o empreendedorismo coletivo, apoiando iniciativas de cooperativismo, associativismo e mutualismo, principalmente para os jovens que buscam independência financeira. “A reforma tributária facilitará o ambiente de negócios ao reduzir a burocracia e estimular o crédito para micro e pequenos empreendedores.”

Além disso, Lopes destacou que o Brasil possui vantagens competitivas importantes, como seu potencial agrícola e energético, que podem colocar o país em posição de destaque no cenário global. Ele mencionou a transição econômica impulsionada por energia renovável, produção tecnológica e inteligência artificial verde, setores estratégicos para o futuro do país.

“O Brasil tem condições de se reposicionar internacionalmente. Com a eliminação da cumulatividade tributária e incentivos à competitividade, poderemos fortalecer a indústria nacional, ampliar exportações e promover maior equidade social”, concluiu Lopes.

Impactos para Itabira e a tributação do minério

Em entrevista a este site, após a palestra, Lopes abordou como Itabira será impactada pela reforma tributária. Segundo ele, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) permanece, garantindo os royalties sobre o minério.

Ele também destacou que, apesar de o imposto sobre bens primários ser pago no destino, a reforma preservou uma compensação para cidades mineradas, corrigida pelo IPCA. “A reforma mantém essa compensação, garantindo que cidades mineradas tenham segurança financeira ao longo dos próximos 50 anos”, adiantou o parlamentar petista.

“Itabira será beneficiada porque passará a arrecadar também pelo destino, o que amplia sua participação na distribuição tributária”, afirmou Lopes, explicando que esse mecanismo garantirá estabilidade fiscal ao município, evitando perdas abruptas de arrecadação.

Outro aspecto levantado foi o impacto da Lei Kandir, que historicamente desonerou os bens primários de exportação, como o minério de ferro. Lopes explicou que, embora não haja imposto sobre a exportação do minério, Itabira ainda conta para o Valor Adicionado Fiscal (VAF), que compõe a base de arrecadação municipal.

Aprovada e sancionada, reforma terá período de transição até 2033

A reforma tributária foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada em 2023, por meio da Emenda Constitucional 132. No entanto, sua implementação será gradual, com um período de transição entre 2026 e 2033. Durante esse período, o sistema tributário atual será progressivamente substituído pelo novo modelo.

A partir de 2026, começará a cobrança de uma alíquota-teste de 1% para os novos tributos IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).

Em 2027, PIS e Cofins serão extintos, e a CBS entrará em vigor integralmente. Já entre 2029 e 2032, haverá uma redução gradual das alíquotas de ICMS e ISS, que serão completamente substituídas pelo IBS em 2033, quando o novo sistema tributário passará a valer integralmente.

Lopes explicou que a transição federativa terá um fundo de compensação, assegurando que cidades mineradas e outros municípios não sofram perdas abruptas de receita. “O crescimento econômico previsto com a reforma será suficiente para equilibrar as contas públicas e garantir estabilidade fiscal ao longo dos próximos anos”, afirmou o parlamentar mineiro.

 

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