Proliferação de carrapatos na Serra dos Alves preocupa moradores e turistas

Foto: Carlos Cruz

A infestação e a conseguente picada por carrapatos no povoado de Serra dos Alves, distrito de Senhora do Carmo, Itabira, Minas Gerais, tem preocupado moradores e turistas que vivem e chegam a esse paradisíaco vilarejo para curtir a natureza, mas que acabam sofrendo com as picadas e com os riscos de zoonozes transmitidos por esses parasitas, como é o caso da febre maculosa.

Geralmente são encontrados em trilhas que passam por áreas de pastagens, principalmente de animais de monta.

Com os riscos à saúde humana, é urgente que a Prefeitura de Itabira, por meio da Secretaria Municipál de Saúde, departamento de Vigilância e Controle de Zoonozes, promova uma campanha para o controle dessa praga no povoado, junto aos proprietários de animais vetores desses parasitas.

Para isso, devem ser orientados para o uso de carrapaticidas, para que se tenha um manejo correto. Existe também manejo natural, que deve ser mais indicado para combater esses parasitas, reduzindo os impactos ambientais que são associados ao uso de pesticidas.

Esse controle e vigilância devem ser estendidos a toda zona rural de Itabira, não ficando restrito apenas ao povoado da Serra dos Alves.

Plantas medicinais e seus extratos vegetais têm se mostrado uma alternativa eficiente no controle desses parasitas, cujo receituário pode ser obtido junto aos técnicos extensionsitas da Emater.

“As plantas medicinais são de fácil acesso. E, na maioria das vezes, não deixa resíduos nos produtos finais dos animais, e são de baixo custo de produção e aplicação (Emater MG, 2007).”

Entenda o que é febre maculosa e quais são os sintomas

Foto: Ascom/Prefeitura de Jundiaí

A febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato e causada por bactéria do gênero Rickettsia. No Brasil, os principais vetores são carrapatos do gênero Amblyomma

Agência Brasil – Com 49 casos registrados no Brasil em 2023, e seis evoluções para óbito, a febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato e causada por bactéria do gênero Rickettsia. A doença não é passada diretamente entre pessoas pelo contato. No Brasil, os principais vetores são carrapatos do gênero Amblyomma.

Este mês, três pessoas que estiveram em evento na Fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP), morreram com sintomas da doença. Uma delas, uma mulher de 36 anos, teve o diagnóstico confirmado.

Segundo o Ministério da Saúde, normalmente a doença se manifesta de forma repentina, com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor na cabeça e no corpo, falta de apetite e desânimo. Em seguida é comum aparecerem pequenas manchas avermelhadas, que crescem e ficam salientes.

O quadro é agravado com náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas. Nos casos mais graves, pode haver paralisia, começando nas pernas e subindo até os pulmões, o que pode causar parada respiratória.

Prevenção

A prevenção da febre maculosa é baseada em impedir o contato com o carrapato. Portanto, em locais onde haverá exposição ao bicho, algumas medidas podem ajudar a evitar a infecção, como usar roupas claras para ajudar a identificar o bicho; utilizar calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramados; evitar andar em locais com grama ou vegetação alta e usar repelentes de insetos.

Além disso, o Ministério da Saúde recomenda a remoção – com uma pinça – se um carrapato for encontrado no corpo; não apertar ou esmagar o bicho e, depois de removê-lo inteiro, lavar a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de se contrair a doença.

Diagnóstico

Diagnosticar precocemente a febre maculosa é muito difícil, principalmente nos primeiros dias da infecção, já que os primeiros sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, entre outras.

Mas o que é importante para o caso, segundo o Ministério da Saúde é se o paciente esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas onde possa ter sido picado por um carrapato. O profissional de saúde deverá ainda solicitar exames para confirmar ou contribuir com o diagnóstico.

Tratamento

Segundo o Ministério da Saúde, a febre maculosa tem cura desde que o tratamento com antibióticos específicos seja administrado nos primeiros dois ou três dias da infecção. O medicamento deve ser administrado assim que surgirem os primeiros sintomas, mesmo sem o diagnóstico confirmado, já que ele pode demorar.

Segundo o Ministérios da Saúde, em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A terapêutica é empregada por um período de 7 dias, devendo ser mantida por 3 dias, após o término da febre.

Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito.

 

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