Prestes a completar 50 anos, no 49º Festival de Inverno de Itabira, Alcione, Pitty e Jorge Aragão são as grandes atrações 

No destaque, a cantora Alcione, a Marrom, grande atração no palco de Itabira, em julho

Foto: Reprodução

Lançado em 1974, no governo de Virgílio Gazire (1973-76), sob a batuta da incansável ativista cultural Myriam de Souza Brandão, então chefe da Sessão de Turismo, naquele ano Itabira deu início a sua já histórica efervescência cultural no mês de julho, com o seu primeiro Festival de Inverno ocorrendo simultaneamente com a I Semana do Teatro e o V Festival da Canção Itabirana.

Era um festival que pegava “carona” no Festival de Inverno de Ouro Preto, promovido pela Universidade Federal de Minas Gerais, tendo como atrações grandes músicos da MPB e peças de teatros que faziam sucesso em Minas Gerais e nacionalmente.

Ano após ano, o festival itabirano promovia grandes revelações – e que atraiam para Itabira gente de vários lugares, não tanto como os festivais de inverno de Ouro Preto – e depois de Diamantina, mas o suficiente para animar as noites frias itabiranas, já não sem mulheres, mas animadas também com as pós-apresentações que sempre ocorriam nos botecos e barzinhos (Nilo, Casarão) e na pracinha do Pará.

Leia mais aqui:

Espelhos de Itabira: Myriam Brandão e o Festival de Inverno

Agenda cultural

Para o festival deste ano, entre as grandes atrações já anunciadas está a cantora Alcione, a Marrom, que iniciou a carreira artística no mesmo ano do primeiro Festival de Inverno de Itabira, em 1974. Com voz e personalidade marcantes, Alcione já cantou em palcos de mais de 30 países.

A cantora já tem 42 álbuns (entre lps e cds) e nove DVDs gravados, tendo ultrapassado a marca de dez milhões de discos vendidos – e é, sem dúvida, a principal convidada para se apresentar no 49º Festival de Inverno de Itabira.

Outro grande nome já com presença confirmada no festival é da cantora baiana Priscilla Novaes Leone, a Pitty, que, esteve por um tempo longe dos palcos. Retorna agora para dar seguimento à sua trajetória artística de antes, quando fez grande sucesso na cena underground baiano.

Em seguida vieram outros grandes sucessos gravados em álbuns-solos com as canções “Admirável Chip Novo“, “Teto de Vidro“, “Equalize“, “Semana que Vem” e “I Wanna Be“, todos muito tocados nas emissoras de rádio e de TV. O seu segundo álbum, intitulado Anacrônico, gravado em 2005, vendeu 180 mil cópias.

Ouça Descontruindo Amélia, um de seus grandes sucessos:

Jorge Aragão é outra grande atração confirmada para o festival de Itabira, edição 2023. Aos 74 anos, o cantor deu início à sua bem-sucedida carreira artística com o bloco Cacique de Ramos e depois fez mais sucesso com o icônico grupo Fundo de Quintal. Com a sua voz característica de bom sambista, é sucesso garantido no festival itabirano.

Outras confirmações são do paraibano Chico César, da longeva banda Nenhum de Nós, Melim e Expressão Ativa, além de artistas itabiranos convidados.

Jorge Aragão e Chico César estão na programação do Festival de Inverno de Itabira (Foto: EBC)

Palcos

Serão 12 dias de festival, que no passado se estendia por quase todo o mês julho, Porém, após o advento do parque de exposições, no início da década de 1980, o orçamento para a sua realização foi ficando escasso, quando gastos maiores passaram a ser alocados para pagar os altíssimos cachês de cantores breganejos, que certamente virão a Itabira em agosto,

Para o festival, a organização vai disponibilizar vários palcos. São eles:

-Canta Itabira: para as atividades locais, sendo um palco multiuso visando trazer à tona as diversas manifestações culturais;
– Rock no Paredão da Rua Tiradentes: com o melhor do cover;
– Descentraliza nos bairros da cidade;
– Espaço de artes plásticas José Assunção de Carvalho no Foyer e Galeria da FCCDA;
– Brasil: para a universalização da cultura com grandes nomes da cena nacional.

Os shows vão acontecer na praça do Areão e também na concha acústica José Norberto Martins, na encosta leste do Pico do Amor, no Parque Natural Municipal do Intelecto, bairro Campestre. O festival disporá também de palcos temporários e que ocuparão vários pontos da cidade.

Produzido pela Prefeitura de Itabira, por meio da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), o 49º Festival de Inverno de Itabira será realizado entre os dias 2 e 16 de julho.

Drummondiano Zé Assunção

“Cantaremos Itabira” é o tema desta edição do festival, inspirado na Canção de Itabira, de Carlos Drummond de Andrade.

Sô Antônio Carvalho e sua enxada. Quadro pintado por José Assunção, 1981. Fonte: acervo da família/José Teófilo de Carvalho

O festival deste ano homenageia José Assunção de Carvalho (1911-2003), pintor primitivista que passou a maior parte de sua vida na Cidadezinha Qualquer.

Em Itabira ele se revelou como artista, pintando estandartes para festas religiosas em 1953. Antes foi lavrador, ajudante de mascate, caixa de bar, barbeiro, profissão que exerceu em Itabira, pintando os seus quadros nos momentos de ócio criativo.

Zé Assunção nasceu em São Domingos do Prata. Em 15 de agosto deste ano completa 112 anos de nascimento. O centenário de nascimento do artista foi comemorado com uma mostra, formada por 25 obras, na Galeria de Arte do BDMG, em Belo Horizonte.

Oficinas literárias

Além das atrações musicais, o 49° Festival de Inverno de Itabira oferece ao público oito oficinas, quatro vivências literárias e outras cinco infantis, cinco espetáculos, três apresentações de congado, 20 shows, dois concertos, três performances poéticas, cinco mostras audiovisuais e três exposições.

Da programação, que ainda não está fechada, estão ausentes grandes e pequenas peças teatrais, de Minas Gerais e nacionais, a exemplo do que foram os grandes espetáculos teatrais que marcaram os primeiros festivais de inverno de Itabira, sob a regência de Myriam de Souza Brandão.

Confira aqui a programação do festival.

 

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