Prefeitura promete pôr fim ao represamento da água das chuvas em terreno vago na Vila Paciência assim que chegar a estiagem

Fotos: Carlos Cruz

Não se trata de um problema de fácil solução para o alagamento que ocorre em uma área próxima da garagem da Cisne, na avenida France de Paula Andrade, tanto que se arrasta há mais de 20 anos.

Foi o que relatou na reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema), na sexta-feira (11), o conselheiro Francisco Carlos Silva, representante da Interassociação dos Amigos dos Bairros.

“É um problema recorrente há muitos anos que ameaça moradores que não venderam as suas casas para a Vale. Eles correm riscos com uma possível proliferação de vetores (pernilongo, mosquito da dengue), além de invasão das casas pela água represada”, disse o conselheiro, reivindicando solução para o problema.

O representante da secretaria de Obras no Codema, engenheiro Sérgio Sampaio, disse na mesma reunião não ter conhecimento da causa do alagamento, mas prometeu apurar para dar uma resposta à indagação do conselheiro. “Pelo que eu sei, a rede de drenagem não está funcionando adequadamente, não tem dado vazão à água acumulada com as chuvas.”

O representante do sindicato Rural no órgão ambiental, Itaélio Cabral, contou que o problema se arrasta há mais de duas décadas, sem solução. “Quando teve início, eu sugeri à Prefeitura que fizesse uma perícia no local até para apurar eventuais responsabilidades. Uma das explicações que ouvi foi que ocorreu um descarrilhamento de pedras, o que acabou entupindo o sistema de drenagem”, recordou.

Procurada pela reportagem deste site, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que é necessário um novo projeto de drenagem para a área inundada, o que será executado após o período chuvoso.

“A Prefeitura busca soluções para diversas obras que são necessárias na cidade, como essa para resolver um problema antigo. No ano de 2021 não houve alagamento”, afirmou, alegando que neste ano voltou a ocorrer com as sucessivas fortes chuvas.

Bombeamento

No início deste ano, a água represada invadiu o escritório da construtora Aterpa

Enquanto a solução não vem, a Construtora Aterpa, que teve o seu escritório na rua J invadido pela água empossada no início deste ano, se viu obrigada a fazer o bombeamento para impedir que esse episódio se repetisse, colocando novamente em risco a segurança de seus empregados e a integridade de móveis e equipamentos.

“A água bombeada foi lançada na rede pluvial abaixo do escritório na avenida France de Paula Andrade. Procuramos a Prefeitura na ocasião, mas não tomaram providência. Tivemos que agir fazendo o bombeamento”, disse um encarregado da construtora, que não quis revelar a sua identidade à reportagem.

Segundo ele, para o bombeamento não impactar a vizinhança com a lama que seguiu junto com a água, um caminhão-pipa da empresa lavou a avenida após os sucessivos bombeamentos.

De acordo com a diretoria técnica do Saae, não existe esgoto no local, apenas água represada com as chuvas.

Obstáculo

Em 2020 a Prefeitura prometeu investigar a causa para solucionar o problema que persiste

Embora a Prefeitura tenha prometido resolver o problema assim que passar as chuvas, a solução não vai ser fácil. Em fevereiro de 2020, a mesma situação de alagamento ocorreu no local.

De acordo com o ex-secretário municipal de Obras Ronaldo Lott, mesmo tendo sido bem dimensionado o canal que segue para o córrego da Penha, algum obstáculo tem impedido a livre vazão da água das chuvas.

“A galeria é profunda e só uma vistoria técnica, com profissionais capacitados, poderá indicar o que de fato ocorre nessa localidade para encontrar uma solução definitiva”, disse ele na ocasião, sem que até então fosse dada solução para impedir novos alagamentos.

 

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2 Comentários

  1. No início da avenida Ipiranga, próximo ao viaduto da estrada de ferro no bairro Água Fresca, sempre acontece alagamentos. A água da chuva é represada e demora para escoar. Próximo a avenida tem uma rua de terra, é a rua Roraima, uma rua sem saída, que despeja terra e resto de material de construção que entope as bocas de lobo da região.

  2. Carlos Alvarenga Cruz , como não consegui ver a reportagem na Vila da Utopia para comentar, peço licença para fazê-lo aqui. Esta construtora está assentada na Casa que moramos. Foi vendida, por pressão da Vale e, por questões relativas aos abalos sofridos no imóvel. A época alguns imóveis foram comprados pela citada Empresa, criando verdadeiros buracos. Em dado momento paralisaram as negociações. E, diminuíram o preço ofertado pelos imóveis. Como nesta Cidade, ninguém ousava enfrentar a Vale, MP, Associação de Bairros e outros órgãos, as demais vendas foram vendidas a “preço de banana “. Alguns moradores não aceitaram. Agora vitimados por mais negligência da poderosa Vale, para mim não vale nada. Muito me admira a sede da Construtora e causa espécie, ali onde a minha família morou por anos. Espero que crie um marco de recuperação e novas indenizações aos que dali saíram. Já que tudo gira em torno dela, minha mãe custou a encontrar um imóvel para comprar com o que recebeu a época. Hoje, somado a outros recursos, reside muito bem no Bairro Jardim dis Ipês. Lugar merecedor de atenção pelo Município. Sem qualquer infraestrutura de comércio, precariedade de transporte. Fica minha indignação. A época Rua “j” 44. Hoje 50.

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