Prefeito de Itabira garante que conclui obras iniciadas em sua gestão anterior, apesar das restrições orçamentárias
Visita às obras dos novos prédidos da Unifei; “recursos estão assegurados”, diz Marco Antônio Lage
Fotos: Filipe Augusto/ Ascom/PMI
Com a queda na arrecadação da Prefeitura de Itabira no primeiro semestre deste ano e com decreto que impõe restrições orçamentárias para equilibrar as finanças e garantir serviços essenciais, pairam dúvidas sobre a continuidade das obras municipais em andamento – e que precisam ser concluídas.
“Todas as obras iniciadas na gestão anterior terão continuidade, seja com recursos próprios ou por meio de parcerias público-privadas”, assegura o prefeito Marco Antônio Lage (PSB).
Segundo ele, a pavimentação da rodovia municipal entre os distritos de Senhora do Carmo e Ipoema está próxima da conclusão, com previsão de término até agosto ou setembro. “Restam apenas quatro quilômetros, cuja finalização depende da regularização de uma licença ambiental”, admite o prefeito.
Além disso, Marco Antônio diz ter recursos garantidos para concluir a Feira Livre Coberta, o Cras da Pedreira e reformas de escolas nos povoados de Macuco e Duas Pontes.
Também está na lista de obras a concluir a instalação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Pedreira, na Rocinha.
Além dessas obras, o prefeito assegura que os três prédios da Unifei serão concluídos, viabilizando novas parcerias entre a universidade e a Prefeitura.
Para isso, destaca que há um acerto com a Vale para os repasses de recursos, permitindo que a Unifei amplie sua infraestrutura e atraia mais estudantes para a cidade, além de enfim incrementar o prometido centro irradiador de novas tecnologias.
É preciso que se cobre também para que a Vale finalmente instale sua prometida Central de Tratamento de Resíduos.
Essa central é uma das muitas condicionantes não cumpridas da LOC de 2000, listada também como compensação socioeconômica pelo financiamento do BNDES para as plantas de concentração de itabiritos compactos na década passada.
Mas, até hoje, segue na categoria das promessas que nunca saem do papel.
Projeto para salvar Itabira do pós-mineração. Sairá do papel?

Essas parcerias público-privadas mencionadas fazem parte do projeto Itabira Sustentável, apresentado pelo prefeito como um dos mais ambiciosos programas já propostos por uma cidade minerada para garantir sua sobrevivência após a exaustão mineral prevista para 2041, – mas que até hoje segue como um enunciado cheio de boas propostas e compensações que nunca se realizam.
Com a projeção de R$ 5 bilhões em investimentos ao longo de 10 a 15 anos, o projeto busca alternativas para diversificar a economia local e evitar que, no futuro, Itabira se torne uma cidade fantasma, presa à nostalgia de uma prosperidade perdida, cismando com a derrota incomparável, que certamente virá se nada for realizado desde já para reverter esse vaticínio de Tutu Caramujo.
“Itabira Sustentável não é apenas um projeto de governo, mas de Estado. Ou seja, deve ser implementado ao longo dos próximos anos para consolidar uma nova economia antes da exaustão do minério,” afirma Lage, que segue acreditando firmemente nas promessas da Vale — que, infelizmente, historicamente, têm ficado apenas no papel.
Obras de infraestrura
Para isso, Marco Antônio Lage ainda espera contar com apoio financeiro da mineradora Vale e do governo do Estado, como no caso da urgente reforma das rodovias MG-129/434, que ligam Itabira e região à BR-381/262 – estradas que, de tão esburacadas, encontram-se em condições precaríssimas, muito em parte pelo trânsito intenso de veículos em função da atividade minerária na cidade.
Entre as apostas, além da duplicação da rodovia estadual, ou ao menos a instalação de terceiras faixas, medida imprescindível para “escoar a produção que virá com a diversificação econômica” – um problema de logística que não deveria existir quando se tem uma ferrovia com bitola larga que atualmente só transporta minério de ferro, –, está também a instalação de um novo distrito industrial.
A localização desse novo DI já está praticamente definida, será na Fazenda Palestina, área adquirida pela Vale há anos e posteriormente repassada ao município – que não fez nada com ela até que voltasse para a mineradora. Agora, o local volta a ser cogitado para abrigar o terceiro distrito industrial da cidade.

Arborização urbana: a cidade cinza precisa ficar verde
Itabira figura entre as cidades menos arborizadas do Brasil, segundo dados do IBGE. Para reverter esse cenário, Lage diz que anunciará nos próximos dias um Plano de Arborização Urbana.
O plano deve conter ações para aumentar a cobertura vegetal e melhorar a qualidade ambiental de uma cidade impactada pelo pó preto da mineração, como também pelas queimadas que agravam a saúde da população todos os anos neste período de estiagem.
Além disso, é preciso cobrar da Vale a execução da cortina verde entre as minas, a ferrovia e a cidade – uma condicionante da LOC 2000 que continua sendo ignorada, com a conivência dos órgãos ambientais estaduais.