Política pública integrada ainda é desafio para alfabetização de crianças brasileiras
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Apenas quatro, de cada dez crianças no país, aprendem a ler na idade certa
A cada dez crianças brasileiras com idade para estarem alfabetizadas, apenas quatro já sabem ler e escrever. Os dados são do Ministério da Educação e, embora alarmantes, não chegam a ser uma surpresa para quem acompanha de perto o desempenho dos estudantes brasileiros.
Devido a uma série de fatores, a alfabetização continua sendo um desafio no país. Especialistas afirmam que, entre os motivos está a falta de uma política pública que integre todas as frentes envolvidas nesse processo de ensino e aprendizagem.
O esforço mais recente, no sentido de criar uma iniciativa que supere essas muitas dificuldades, é o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, lançado pelo Governo Federal como um regime de colaboração entre União, estados e municípios. O objetivo é garantir que as crianças brasileiras sejam alfabetizadas até o fim do 2º ano do Ensino Fundamental, com sete ou oito anos de idade.
Para a gerente editorial da Aprende Brasil Educação, Cristina Kerscher, ainda é necessário vencer alguns desafios importantes. “Dois desses desafios são a dificuldade de acesso a instituições de ensino e a evasão escolar. Temos ainda uma longa caminhada para garantir que todas as crianças brasileiras, independentemente de raça, cor, religião ou condição social, tenham garantido o direito básico de uma educação de qualidade, que promova seu desenvolvimento cognitivo e social”, diz.
Cada criança é um universo
Mesmo que se tenha uma política pública integrada voltada à alfabetização, é importante considerar que nem todas as crianças aprendem no mesmo ritmo e do mesmo modo. De acordo com a diretora de Qualidade e Disseminação do Instituto Ayrton Senna, Inês Kisil Miskalo, não se trata de um problema de método de ensino.
“Temos uma discussão sobre métodos, como se o método fosse milagroso e pudesse resolver o problema de todas as crianças. Isso ignora o fato de as pessoas aprenderem de forma diferente e não é uma única estratégia que vai garantir a aprendizagem de 100% das crianças”, destaca.
Ela afirma que o problema está na fragilidade das políticas adotadas, na gestão do processo de alfabetização, da sala de aula e da rotina escolar. “A cada nova proposta, geralmente se começa do zero, como se a partir daquele momento fosse possível resolver o problema e o que foi feito antes é ignorado. Acabamos trabalhando com momentos de investimento em determinada proposta, esquecendo o que aconteceu antes”, ressalta.
A importância de aprender na idade certa
Está na Base Nacional Comum Curricular (BNCC): ao final do 2º ano do Ensino Fundamental, todo estudante deve estar devidamente alfabetizado. “É nos primeiros anos de vida que o cérebro infantil é caracterizado por uma plasticidade que o torna mais suscetível à formação de novas conexões neurais e, consequentemente, ao desenvolvimento de habilidades que favorecem as práticas de leitura e escrita”, explica Kerscher.
Estar alfabetizado significa dominar as habilidades de leitura e escrita e é muito importante que isso seja feito até os sete ou oito anos de idade.
“A alfabetização na idade certa é importante para que a trajetória escolar transcorra de modo adequado. Infelizmente é comum haver crianças e adolescentes que chegam ao final do Ensino Fundamental e ao Ensino Médio com déficits de aprendizagem provocados pela alfabetização deficiente ou tardia, o que resulta em distorções idade-série, perda de interesse pela escola, evasão e reforço de desigualdades e exclusões educacionais e socioeconômicas”, pontua.
Formação docente é ponto-chave
A formação dos alfabetizadores e gestores também requer atenção especial dos governos, segundo as especialistas. A proliferação do ensino a distância (EAD), por exemplo, é apontada como um dos problemas enfrentados no longo caminho de alfabetizar com qualidade.
“A maior parte dos professores, hoje, é formada no EAD, o que significa que eles não conhecem um aluno de verdade. Quando chega à escola, esse professor encontra alunos que muitas vezes não têm nenhuma noção das letras e números e tampouco têm uma família que possa apoiá-los”, diz Inês.
Ela lembra, ainda, a importância dos gestores para o sucesso desse processo. São eles que vão conhecer o cenário, fazer o diagnóstico das necessidades, planejar a intervenção, executá-la, monitorá-la e replanejar tudo o que for necessário, seja no âmbito da escola, seja no da Secretaria de Educação municipal ou estadual.
Inês Kisil Miskalo é a convidada do episódio 69 do podcast PodAprender, produzido pela Aprende Brasil Educação, cujo tema foi os desafios da alfabetização no Brasil. Todos os episódios do PodAprender estão disponíveis gratuitamente no site aprendebrasil.com.br e nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts, além de estarem presentes nos principais agregadores de podcasts do Brasil.
Sobre a Aprende Brasil Educação
A Aprende Brasil Educação atua em todo o território nacional, potencializando a educação pública brasileira, oferecendo soluções educacionais que estimulam o conhecimento e apoiam os estudantes da Educação Infantil aos anos finais do Ensino Fundamental no processo de aprendizagem. Saiba mais em aprendebrasil.com.br
Com base no BNCC, Inez tem um livro em fase final de montagem. É uma forma lúdica, diferenciado de ensinar a criança ler e escrever. Não é um método tradicional e que algumas prefeituras adotam e que não corresponde a necessidade da criança. É dotado de uma estratégia que o aluno vai interagir com o conteúdo, conhecer o básico e claro o alfabeto inteiro, e suas variáveis. É bem elaborado e também usa o conceito da comunidade onde o aluno está inserido. Contos, músicas e elaboração de pequenos textos que irá auxiliar o aluno na compreensão e com pouco tempo desenvolver o hábito da leitura, interpretação de texto, redação e outras formas de comunicação. Ela está aguardando uma oportunidade de mostrar o seu trabalho e poder utilizar de forma prática a sua forma de ensinar. Está em busca de uma parceria para lançar o seu método. Atenção prefeituras vizinhas. Vamos abraçar essa idéia?