Pitacos da rodada esportiva
Luiz Linhares*
Palmeiras é campeão do Brasileirão e reabilita Felipão, depois de execrado à frente da seleção
Não há que ter discordância quanto ao título brasileiro conquistado pelo Palmeiras. Para o time paulista, o decacampeonato no somatório de tudo que se disputou e ganhou ao longo de sua existência, foi merecido. Também não se pode discordar da volta por cima do treinador Felipão, execrado quando a seleção brasileira perdeu para a Alemanha na Copa do Mundo, aqui no Brasil.
O treinador foi para a China e volta com força. Chegou ao final do primeiro turno e carrega uma invencibilidade de vinte jogos, conquistando mais um “caneco”.
Verdade que só restava esse título ao verdão. Antes, havia fracassado na Copa do Brasil, perdendo para o Cruzeiro e também na Libertadores quando não passou pelo River Plate.
O campeonato brasileiro foi um título merecido pela boa estrutura e boa condição financeira que permite formar um grupo fortíssimo. Foi o que possibilitou ao Palmeiras ter dois times praticamente com a mesma qualidade, mantendo sempre o equilíbrio e força na busca das sucessivas vitórias.
Planejamento, suporte e bom elenco são ingredientes imprescindíveis para um bom desempenho. Foi assim o Palmeiras, bem comandado e pronto para vencer.
Decisão da Libertadores é adiada por conta de emboscada contra o Boca
Nosso futebol sul-americano deu mais um vexame para o mundo. Sob o embate da Conmebol vivenciamos um final de semana que tinha tudo para mostrar a força de nosso futebol. Mas prevaleceu a qualidade de dois times argentinos que farão a final, com a organização de grandes eventos.
Jogo final com torcida única, estádio Monumental de Nunez, campo do River Plate com capacidade total até acima de permitido na casa de 60 mil pessoas, presença de várias autoridades e do presidente da FIFA.
No entanto, horas antes de a partida ter início, o ônibus que transportava a delegação do Boca Juniors, ao chegar ao estádio se viu envolvido em uma emboscada. O ônibus foi apedrejado com quebra de janela e estilhaços atingindo jogadores. A polícia revidou com gás de pimenta que intoxicou parte do elenco.
O vandalismo fez do espetáculo uma praça de guerra nos arredores do estádio. Atrasou o início do jogo por quatro horas, que acabou não ocorrendo por falta de condições do elenco do Boca, que teve jogadores hospitalizados e que sofreram com outras sequelas.
O ocorrido foi uma prova de que estamos de mal a pior nesta Libertadores. Antes, o Santos perdeu pontos de forma autoritária, assim como ocorreram regalistas em favor do River Plate e Boca. Houve ainda o VAR arrasando com times brasileiros, como o Cruzeiro, prejudicado nas duas partidas em que foi eliminado. São atitudes contraditórias da Conmebol.
Enfim, não tivemos ainda a grande final. Resta aos dirigentes do futebol sul-americano desenrolarem esse novelo e colocar um ponto final nessa falta de comando.
Cumprindo tabela, Cruzeiro joga bem mesmo perdendo para o Flamengo
O time celeste até que fez um bom jogo contra o Flamengo. E perdeu. Lembrou-me aquele fatídico jogo entre Cruzeiro e Atlético, em Sete Lagoas.
Aquela partida que o Cruzeiro poderia ser rebaixado, mas fez 6 a 1 no Atlético – e se safou.
Foi o típico jogo de quem tem algo a buscar. O Flamengo sabia que tinha alguma chance de chegar e correu atrás. Já para o Cruzeiro qualquer coisa valia.
A diferença única daquele para este jogo é que contra o Flamengo o time criou inúmeras oportunidades, mas bola teimou em não entrar.
E do outro lado tinha Everton Ribeiro que fez a diferença.
Atlético continua na disputa para a Libertadores, mesmo com vacilo da defesa
O time alvinegro parece retornar com a confiança e a sorte também Perdeu para o Santos diante de muito vacilo de sua defesa, setor que vai merecer uma melhor atenção visando o ano que vai chegar.
Deu mole no primeiro tempo e levou três gols. No segundo tempo bem que tentou chegar, tendo melhorado a produção com o Levir Culpi, já conhecendo melhor seu grupo.
Perdeu e passou o domingo torcendo contra o xará paranaense, que não saiu do empate. A Libertadores agora esta bem próxima, falta o último lance. É vencer e vencer contra o Botafogo. Sem isso, se perde ou empata – e o concorrente vence, adeus disputa que é tão almejada.
Pena que com a sorte que foi perfeita ante ao que os outros não fizeram, poderia o Galo estar garantido já na fase de grupos, mas essa é outra história.
América só depende de mais uma vitória para se manter na primeira divisão
O Coelho vai para a última rodada dependendo apenas de si – uma vitória na última partida mantém o América na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
Terá que vencer o Fluminense e se garantir na série principal. Difícil sim, mas altamente possível.
Vovô Givanildo pode não ser um exímio treinador. Mas dou minha mão à palmatória.
A diretoria acertou e ele tem conseguido motivar e animar o grupo, são as mudanças que tenho observado – e que podem fazer este quase milagre da permanência.
É também vencer e vencer.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM