Pitacos da rodada esportiva
Luiz Linhares*
Depois do clássico, não há mais dúvida: Fábio é o melhor goleiro do Brasil
O esporte, em especial, o futebol é sem dúvida um prato cheio, é paixão brasileira com toda a certeza. E nada, ou ninguém, consegue fazer com que perca sua essência, essa adrenalina chamada paixão.
Certo é que quando um clássico acontece mexendo com a rivalidade, torna a semana pós-jogo mais intensa e animada. Aflora a paixão, mistura alegria e tristeza, concordância e revolta, fatos esses aceitáveis em sua maioria.
Nesse domingo, acompanhando o primeiro clássico do ano no Independência, vi a torcida do Atlético entoando o coro de que Victor é o melhor goleiro do Brasil. Essa mesma certeza foi repetida pelo torcedor cruzeirense em relação a Fábio. Confesso que essa mesma assertiva teria sido repetida pela torcida do América no domingo à tarde, caso o goleiro João Ricardo, seu titular, estivesse jogando.
Pois bem, tenho agora cravada a minha opinião: Fábio é o melhor goleiro do Brasil, e isso tem sido o diferencial de seu time há muitos e muitos anos. Firme, arrojado e preciso na maioria das vezes. O goleiro cruzeirense foi, mais uma vez, ponto de estabilidade do time azul nessa última batalha.
Abraço de solidariedade e respeito, a imagem que fica
Fora essa minha opinião, uma coisa que me chamou muito a atenção se passou no aquecimento dos times no Independência, algo que nenhuma câmera de tv acompanhou – e que a gente acompanha toda hora: os próprios jogadores se insultando mutuamente, jogadas mais pesadas praticadas sem a preocupação no que poderia resultar algo mais sério. Rivalidade é a palavra, se respeitar é a questão, pois atrás do atleta tem o homem, o pai de família, o cidadão normal que também o é. Tudo isso, além de ser um companheiro de trabalho.
Mas a imagem que me marcou, e que deve ser exaltada, foi o encontro e o abraço, acredito caloroso, entre Fábio e Vitor assim que terminaram o aquecimento. O abraço durou uns cinco segundos. E com certeza as camisas azuis e alvinegras foram esquecidas. Foi um abraço de quem se respeita mutuamente, um gesto de solidariedade de Victor para com o goleiro Fábio, após a morte de seu pai, alguém muito especial em sua vida.
Um clássico de muita pegada, mas com poucas oportunidades de gol
Voltando ao clássico, o jogo foi bom. Uma partida marcada pelo respeito entre as equipes, ouvi por demais isso de meu amigo Da Cruz Diniz: “clássico é clássico e tudo pode acontecer”, sem se interessar muito o momento de um ou outro time. Certo é que um time mais arrumadinho em campo, bem postado, sabendo o que queria e o outro no seu estilo, empurrado, mostrando valentia e garra, buscando superação. Por essas palavras não precisa especificar nominalmente quem é quem.
Remotas oportunidades foram criadas para o trabalho dos goleiros. Pegada geral com bom equilíbrio, um gol no início do segundo tempo que acabou consolidando o placar, revelou uma jogada bonita, inteligência no deslocamento e perfeição do garoto Raniel na conclusão da jogada.
Na sequência veio a justa expulsão do lateral Edilson, do Cruzeiro. Isso obrigou o treinador cruzeirense a mudar os planos de jogo. Com um a menos, o time celeste perdeu o equilíbrio da partida em prol da vantagem de placar. Passou a ser dominado e, a se defender tornando – um jogo mais de estratégia de defesa.
Dá para resumir que a maior eficiência fez a vitória acontecer. E nada foi assustador para o perdedor, ficando apenas a certeza que ambos têm que melhorar muito pensando em algo maior.
Estamos nos aproximando do fim da primeira fase do campeonato Mineiro, com o Cruzeiro se definindo na primeira colocação, com quase certeza de quie o América se classifica em segundo lugar. Por seu lado, o Atlético terá que se redobrar contra Uberlândia no Triângulo e Tombense no Horto, para se garantir em terceiro lugar. Hoje está na quarta colocação. Evitar um cruzamento com o arquirrival antes de uma provável final é a meta.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM