Pico do Amor está em chamas. Outras matas em Itabira também
Um grande incêndio está desde às 17 horas deste sábado (16/9) consumindo a vegetação na encosta do Pico do Amor, próximo da avenida Carlos Drummond de Andrade. Todos os anos essa história se repete.

Como a equipe de plantão do Corpo de Bombeiros Militar estava envolvida desde às 13 horas no combate com o caminhão auto-bomba de um outro incêndio florestal na região próxima do Distrito Industrial, ameaçando chácaras e residências, foi preciso convocar soldados que estavam de folga para dar início ao combate no Pico do Amor, o que só teve início por volta de 19 horas.
“Assim que recebemos a notícia do incêndio, tentamos conseguir apoio dos brigadistas da Vale. Mas eles também estão envolvidos desde cedo no combate a outro incêndio de grandes proporções na região do Pontal”, conta o soldado Daniel Araújo Arcanjo, que estava até há pouco de plantão no Corpo de Bombeiros.
“Tivemos outras seis demandas de incêndios florestais na região de Itabira que não pudemos atender”, lamenta o soldado Arcanjo. Segundo ele, parte da equipe está também envolvida em um combate de incêndio na Fazenda Guarani, em Carmésia. O Corpo de Bombeiros Militar de Itabira atende 23 cidades na região.

O mais provável é que esses incêndios florestais sejam criminosos. “O fogo, mesmo com o tempo seco, dificilmente tem início por combustão espontânea”, explica.
Como atingiu uma área interna do Pico do Amor, que integra o Parque Natural Municipal Mata do Intelecto, o mais provável é que alguém tenha ingressado no meio da mata para atear o fogo, que rapidamente atingiu grandes proporções no mato seco. A encosta é coberta por gramíneas e eucalipto.
Já o incêndio na região do Distrito Industrial atingiu uma área de cerca de 10 hectares de mata nativa. Os moradores têm um suspeito de ter ateado fogo no mata. Mas como não houve flagrante, é pouco provável que seja indiciado por crime ambiental.
“O fogo chegou no quintal de uma chácara, com sério risco de atingir a residência”, conta o soldado Adriano Torquato de Souza, que assumiu o plantão na sede do Corpo de Bombeiros, enquanto o soldado Arcanjo seguiu com mais quatro soldados para dar combate ao incêndio no Parque do Intelecto. “No Pico do Amor, a nossa equipe está usando apenas abafadores, que é o mais usado no combate de fogo na vegetação rasteira.”
Combate à noite

Segundo o soldado Torquato, norma de segurança do Corpo de Bombeiros proíbe o combate de incêndio florestal à noite. No caso do Pico do Amor, a exceção se justifica pelo fato de ocorrer no centro da cidade e também por ser uma unidade de preservação permanente. “A área é também conhecida e o risco é menor”, justifica.
Além do dano florestal, o incêndio agrava ainda mais as condições ambientais na cidade, que já sobre com a baixa umidade do ar. O ar está carregado, denso, provocando incômodos e atingindo os moradores que sofrem grandes impactos na saúde da população.