Perdas e ganhos no legislativo itabirano: oposição desidrata e base governista ganha mais densidade com 12 parlamentares. E pode crescer mais

Foto: Carlos Cruz

Se o rio corre para o mar, o voto também segue a onda dominante, como se viu nas eleições municipais de domingo (6), com a vitória acachapante do prefeito Marco Antônio Lage (52.085 votos, 76,13%), a maior da história de Itabira desde a sua emancipação política em 1848.

Nessa onda marcoantonista, dos 17 vereadores que compõem a Câmara Municipal de Itabira, os dez mais votados são da base governista. Foi assim surfando também nessa onda que a atual bancada situacionista (com uma exceção) também se deu bem – e ainda cresceu de cinco para 12 parlamentares, sendo duas mulheres.

Foram reeleitos os vereadores Carlos Henrique (PDT), líder do prefeito na Câmara, o campeão com 3.013 votos (outro recorde histórico), Marcelino Guedes (PSB), Reinaldo Lacerda (PSB), Bernardo Rosa (PSB), Júlio “Contador” (PRD).

Não se reelegeu o vereador Júber Madeira (PRD), ex-líder do governo na Câmara. E não disputou a reeleição o vereador Carlinhos Sacolão (PSDB), mas ele elegeu o filho, o Carlim Sacolão (Solidariedade), de volta à Câmara.

A nova e ampliada base governista para a próxima legislatura (2025-28) foi engrossada com a eleição de Ronaldo “Capoeira” (PRD), de volta à Câmara, Jordana Madeira (PDT), Yuyu da Pedreira (PSB), Dulce Citi (PDT), Elias Lima (Solidariedade) e Marquinhos da Saúde (Solidariedade).

Pelo lado da oposição, apenas dois vereadores foram reeleitos: o presidente da Câmara, Heraldo Noronha (Republicanos) e Rodrigo “Diguerê”. A futura bancada desidratada oposicionista contará ainda com os vereadores Luiz de Carlos “de Ipoema” (MDB), Didi “do Caldo de Cana” (PL) e Leandro Paschoal (PSD), esse também de volta à Câmara.

Náufragos

Ficam sem mandatos na próxima legislatura os oposicionistas Sidney “do Salão” (MDB), um dos que mais bateu no prefeito, Weverton “Vetão” (Republicanos), que já foi líder do prefeito, mas que debandou para oposição sem obter sucesso.

Ficam também sem tribuna parlamentar os oposicionistas Luciano “Sobrinho” (MDB), Tãozinho Leite (Republicanos), Robertinho “da Autoescola” (MDB). Júlio do “Combem” (Mobiliza), dissidente da base governista, saiu para apoiar a candidatura a prefeito de seu correligionário João Izael, segundo colocado com 11.080 votos (16,19%) – e naufragou juntos, provando-se do ditado popular que diz que “galinha que acompanha pato, morre afogada”.

Já o vereador Neidson Freitas (MDB) e a vereadora Rosilene Félix (PSD), candidatos derrotados (4.366 votos, 6,38%, só isso?) a prefeito e vice, respectivamente, são outros políticos itabiranos da oposição que ficam sem palanque nos próximos anos. Não conseguiram traduzir em votos as suas contundentes, mas fracas em conteúdo, atividades parlamentares como oposicionistas ao governo Marco Antônio Lage.

Novo bloco hegemônico

Com o novo bloco hegemônico de centro (nenhum candidato de esquerda se elegeu), formado em torno do prefeito Marco Antônio, esse certamente terá pela frente um “céu de brigadeiro” na Câmara Municipal, com uma base parlamentar que ainda pode ser ampliada com possíveis adesistas.

Com a maioria absoluta já assegurada no legislativo itabirano, o prefeito poderá, enfim, reverter as sucessivas derrotas que amargou com a descaracterização da reforma administrativa, o que o impediu de implantar as novas secretarias de Segurança Pública, com a qual seria criada a guarda-municipal e, também, a de Cultura.

A partir do recesso legislativo de janeiro, nada será como antes na Câmara Municipal de Itabira, com os ventos soprando inteiramente favoráveis ao prefeito, o grande responsável pela eleição dessa robusta bancada majoritária no legislativo itabirano.

Que o preço da permanência do apoio parlamentar, e das possíveis novas adesões, não seja na base do toma lá-dá-cá, com as indefectíveis nomeações de cabos eleitorais (geralmente parentes e correlatos) para cargos comissionados na Prefeitura – e também com a nomeação de candidatos derrotados da coligação vitoriosa.

Trata-se de uma prática que há muito já deveria ter deixado de existir, pelo menos após a promulgação da Constituição de 1988 que, no artigo 37, inciso VIII, estabelece que o ingresso no serviço público deve ocorrer por meio de concurso e não de apadrinhamento político.

A conferir.

Acesse os resultados das eleições em Itabira aqui:

https://resultados.tse.jus.br/oficial/app/index.html#/eleicao;e=e619;uf=mg;mu=46337;tipo=3/resultados

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