Para Itabira cair na onda Vermelha, e ter de fechar novamente o comércio, basta a população achar que a pandemia já passou
A reabertura, desde segunda-feira (10), de bares, restaurantes, lanchonetes, por decreto municipal, com funcionamento até às 24h (meia-noite), acontece em uma conjuntura de crescimento do número de pessoas testadas positivas e também de mortes no estado de Minas Gerais, com a interiorização da doença.
Já o comércio teve o horário de abertura e fechamento restabelecido para o antes da pandemia. Passa a funcionar, a partir desta quinta-feira (13), no horário de 9h às 19h. A justificativa, casuística, é de que dará mais tempo para o consumidor fazer as suas compras sem que haja aglomerações nas ruas e no comércio.
Como a reabertura ocorreu no início da semana, e também apostando na consciência das pessoas, que devem saber dos riscos e dos cuidados necessários para não haver aumento vertiginoso do risco de contaminação, a secretária municipal de Saúde, Rosana Linhares, acredita que em Itabira não haverá retrocesso.
Mas não foi o que se viu em muitos municípios após a reabertura de setores do comércio não-essencial, que tiveram de retroagir com as medidas restritivas.
Para Rosana Linhares, a reabertura traz muita preocupação, mas está prevista no programa Minas Consciente, do governo estadual, ao qual os municípios de Itabira e da microrregião aderiram.
“A população precisa entender que só chegaremos à onda Verde, com a reabertura de academias, clubes e de outros espaços culturais e recreativos, se todos colaborarem”, diz ela, que pede para as pessoas evitarem entrar nos locais que estiverem cheios.
“Precisamos aprender a conviver, com muito cuidado, com esse vírus que está circulando por toda a cidade”, afirma a secretária, para quem é preciso que a população mantenha o isolamento social, só saindo de casa se for por extrema necessidade.
“Não há necessidade de sair correndo para um barzinho e ficar todo mundo junto. Se isso acontecer, o risco de retroceder para onda Vermelha, e ter de fechar novamente as atividades não-essenciais, é muito grande”, adverte.
Salto
Já para o município, e toda a microrregião com 13 municípios, dar um salto rumo a onda Verde, antes mesmo do advento de uma vacina para imunização em massa, é preciso que empresários e moradores assumam as responsabilidades.
“Estamos tendo, desde julho, aumento de casos de pessoas infectadas. Cidades que não conseguiram controlar a pandemia, tiveram que voltar atrás na reabertura do comércio. Não queremos que isso aconteça em Itabira.”
De acordo com boletim epidemiológico dessa quarta-feira, Itabira conta com um total de 1.605 casos confirmados, sendo que 241 pessoas se encontram em isolamento domiciliar. E três pacientes estão hospitalizados com a covid-19, sendo dois em enfermarias e um paciente sendo tratado em UTI. O registro é de seis óbitos.
Mas o risco de colapso hospitalar é grande uma vez que o município registra, ainda, 1.682 notificações de síndrome gripal não especificada. Desses, 441 pessoas estão em monitoramento, sendo que 1.235 pessoas já se encontram em isolamento domiciliar.
Com esse mesmo quadro, seis pessoas estão hospitalizadas, com quatro em enfermaria e duas sendo tratadas em UTI.
Avaliações semanais
Para vencer a pandemia não basta ao município e à região disporem de hospitais bem equipados com Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) – e que salvam vidas de quem se encontra em estado grave, acometido pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).
“Só vencemos a pandemia com as pessoas saindo menos de casa, e tomando todas as medidas de precauções, como o uso de máscaras, higienização das mãos, além de manter o distanciamento social. Só assim conseguiremos ingressar na onda Verde.”
Sem isso, diz, “o castigo virá com o enquadramento de Itabira, e da região, na onda Vermelha”.
De acordo com a secretária, esse retrocesso pode ocorrer por determinação da Secretaria de Estado de Saúde (SES), como também por decisão do prefeito, com base nas avaliações da Comissão Municipal de Enfrentamento, formado por profissionais de saúde, e também do Centro de Operações Emergência em Saúde (COES).
A avaliação pela SES é feita com base nos dados informados pelas prefeituras toda segunda-feira. Leva em conta o risco de transmissão do vírus e a ocupação de leitos de UTIs, assim como a taxa de isolamento social.
Na quinta-feira seguinte, a Prefeitura é informada, por meio de videoconferência, sobre qual onda irá permanecer nos próximos dias.
No destaque, gráfico com o crescimento de casos confirmados em Itabira (Fonte: SMS)
Minas consciente com um governador ignaro, estúpido, cruel?
“apostando na consciência das pessoas, que devem saber dos riscos e dos cuidados necessários” , de que consciência estão falando? Fizeram algum trabalho de conscientização da população? Garantiram a sobrevivência$$$ da população pobre?
“o castigo virá com o enquadramento de Itabira, e da região, na onda Vermelha”. O “castigo” já tomou conta, o capetinha está de chicote nas mãos.
O governador de Minas e o prefeito de Itabira não são confiáveis…..
Não se pode esquecer das consequências, as sequelas que o Covid vai deixar.
Aqui na Vila de Utopia não li nada, absolutamente nada da boca dos médicos da cidade. Eu achava que eles iriam bater na porta da redação pedindo licença pra falar pro Povo. Mas nada, nada, niente….
Não tenho dúvida que o mesmo quadro que se apresenta aqui no Rio está acontecendo em Itabira: o crime oficial contra uma população inconsequente, idiotizada fazendo churrasco, sem mascar, misturados com crianças…. um horror…
Imaginação minha: olho pra fotografia da delicada secretaria Rosana e fico pensando na sua exaustão diante a tragédia do vírus e a crueldade das autoridades. Ela é uma mulher, tem o sentimento de proteção, mas o prefeito é macho….
A desgraçaria está por vir, dado que somos um país que cultua a miserabilidade….