Pandemia dá salto em Itabira, com registro de 324 novos casos confirmados em uma semana, fora as subnotificações
Itabira registra 324 novos casos confirmados de pacientes vitimados pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) em uma semana, que inclui o período pré-natalino, fora as subnotificações.
E a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) comunica que o comércio de Itabira não vai funcionar no sábado (2), exceto o segmento alimentício. Mas não se trata de altruísmo, de uma precaução com o avanço da pandemia no município, no estado, país e no mundo.
Nada disso. A decisão dos dirigentes lojistas não foi por considerar que menos gente circulando nas ruas é mais precaução, que cuidar um do outro é ter atenção e solidariedade coletiva, que são as providências necessárias para proteger comerciários e clientes.
O comércio de Itabira vai deixar de abrir as portas no próximo sábado não por determinação do prefeito, que em um gesto derradeiro respeito à vida e à saúde da população, teria decretado o seu fechamento até que essa onda da pandemia comece a retroceder.
O comércio de Itabira vai fechar no sábado simplesmente para cumprir acordo firmado com o Sindicato do Comércio, como forma de compensar a jornada de trabalho que os comerciários tiveram de cumprir no feriado santo de 8 de dezembro, Dia de Nossa Senhora da Conceição.
Será um recesso de apenas dois dias, contando o domingo, o que, segundo as autoridades em saúde, é tempo insuficiente para que sejam obtidos resultados positivos no enfrentamento ao novo coronavírus. Para isso demandaria um período de restrições ao comércio de no mínimo 14 dias seguidos.
Resultados
No dia 21 de dezembro Itabira contabilizava 5.127 casos confirmados de pessoas contaminadas pelo vírus.
Desses, 630 estavam em isolamento domiciliar, fora os casos de pacientes assintomáticos, que não entram nas estatísticas. E o registro era de 38 óbitos, além de uma morte em investigação.
Já nessa segunda-feira (28), já são 5.451 itabiranos testados positivos para a covid-19, mas o número de pessoas em isolamento domiciliar caiu para 529.
Infelizmente o número de óbitos saltou para 40, e ainda permanece uma morte em investigação, sob suspeita de ser por consequência da contaminação pelo vírus.
No período aumentou também o número de pacientes SUS hospitalizados confirmados, fora os que são atendidos por convênios e particulares.
Há uma semana, eram 24 pacientes internados, enquanto nessa segunda-feira saltou para 28 internações, além de se ter mais 14 pacientes internados com sintomas da doença, aguardando confirmação.
A boa notícia é que tem aumentando o número de pacientes recuperados da doença. Na semana passada eram 4.435 pacientes recuperados, agora já são 4.854 que estão sem os sintomas da doença.
Entretanto, é preciso estar atento. Pessoas já infectadas e curadas podem ainda sofrer sequelas, de pequena, média e alta gravidade, como tem sido registrado em todo o mundo.
Além disso, a ciência ainda não sabe com certeza se essas pessoas recuperadas deixam de transmitir o vírus, que pode permanecer inativo, mas ser retransmissível.
Há, portanto, o risco de mesmo a pessoa recuperada continuar sendo vetor do vírus, e pode contaminar mais pessoas.
Daí que a recomendação das autoridades em saúde é para que todos mantenham os mesmos cuidados profiláticos e de assepsia, individuais e coletivos, com distanciamento social, higienização constante das mãos e o uso de máscara.
Nada de aglomerações
Com as festas de fim de ano, se a população não colaborar e promover eventos particulares com aglomerações, é certo que em 2021 o município terá novo pico.
Sem os cuidados que todos devem seguir, aumentará o ritmo de transmissão, principalmente por jovens assintomáticos que voltam com o vírus para casa e o levam para os locais de trabalho.
Nesses tempos de pandemia menos saídas e aglomerações é mais cuidado com a saúde própria e a do próximo. É preciso, pois, que prevaleça a máxima dos Três Mosqueteiros, do romance de Alexandre Dumas: “todos por um, um por todos”.
Que assim seja até que se tenham vacinas eficientes e suficientes para imunizar todo mundo.
Resultados do Inquérito epidemiológico da Covid-19 divulgado pela Prefeitura não refletem pico da disseminação em Itabira
Resultados do inquérito epidemiológico da Covid-19, realizado entre junho e setembro deste ano, ainda sem pegar o pico da pandemia no município, constatou a disseminação do vírus por toda a cidade, atingindo jovens e adultos, principalmente, mas também idosos de todas as classes sociais.
A amostra foi estratificada por sexo e idade, com um total de 9.887 pessoas investigadas. A pesquisa é considerada de grande importância para se conhecer, com dados mais confiáveis, a evolução da Covid-19 por bairro e nos diferentes segmentos sociais do município.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Rosana Linhares, os parâmetros epidemiológicos têm-se mantido relativamente sob controle. É o caso do ritmo de transmissão (Rt), que se manteve, no período pesquisado, próximo de 1, o que para ela, indica ritmo de contágio controlado.
Mas isso antes da aceleração da pandemia. Já no boletim Covid-19 de Monitoramento Semanal, divulgado em 22 de dezembro, portanto, pegando parte da movimentação pré-natalina, o RT estava em 1.02.
Trata-se de um indicador importante a ser considerado. Indica que, para cada grupo de 100 pessoas infectadas outras 102 pessoas devem contrair o vírus. Esse índice certamente vai se apresentar em alta no próximo boletim semanal.
E o que é pior, a taxa de isolamento social, na semana pré-natalina ficou em 34%, quando o ideal é que estivesse acima de 50%.
“A pandemia exige vigilância constante para acompanhar a evolução, a recuperação de casos confirmados e os óbitos por coronavírus no município”, explica a secretária de Saúde. “O resultado são vidas preservadas”, diz Rosana Linhares, que acredita na eficácia das medidas até aqui adotadas em Itabira para conter o avanço da pandemia.
A conferir nos próximos boletins epidemiológicos, uma vez que, os resultados obtidos com o inquérito epidemiológico da Covid-19 não abrangeram o pico da pandemia no município. Não reflete, portanto, o patamar ascendente em que hoje se encontra.