Onda verde chega a Itabira, mas risco de retrocesso é grande. Em tempos de pandemia, o mais seguro é ficar em casa

Mesmo com o crescimento diário de pessoas infectadas em Itabira pelo novo coronavírus, reflexo também de um maior número de testagens, após 48 dias de ingresso no programa Minas Consciente pela onda amarela, Itabira passa agora para a onda verde, após ter cumprido os pré-requisitos para a progressão.

Rosana Linhares, secretária de Saúde, e Andrea Cabral, médica infectologista do HMCC; “pandemia só acaba com vacina cientificamente eficaz e com a imunização de todos.” (Fotos: Carlos Cruz)

Com a mudança, a partir deste sábado (5) já podem ser reabertos os demais serviços não essenciais, mesmo sendo considerados de alto risco de disseminação do vírus, mediante protocolos, velhos e novos, estabelecidos pelo programa, com o aval de autoridades da saúde.

De acordo com a secretária municipal de Saúde, Rosana Linhares, a mudança de onda é importante para a economia, mas não se pode descuidar da saúde e da ameaça da pandemia, que tem avançado com muita velocidade para o interior de Minas Gerais, inclusive em Itabira.

“A pandemia não acabou. Ela está presente no município e está com força. Se a sociedade começar a achar que o pior já passou, e não tomar os cuidados, corremos o risco de retrocesso”, afirma a secretária em entrevista a este site Vila de Utopia.

“Estamos com o número de novos casos estabilizado em um platô que ainda não dá sinais de queda. Esperamos não ter um pico da doença, com mais gente internada e crescente número de óbitos”, continua a secretária.

Portanto, segundo Rosana Linhares, o ingresso de Itabira na onda verde não se trata de um liberou geral, mas de reabertura controlada de todos os segmentos, com a obrigatoriedade de observar as medidas cautelares obrigatórias e sugeridas.

Nessa nova onda, assim como antes, é preciso manter o distanciamento social, o uso obrigatório de máscara, assepsia constante das mãos com uso de água e sabão ou de álcool em gel 70 graus.

Tudo isso além de manter os utensílios e superfícies lisas de móveis sempre limpos, como também a residência e os locais de trabalho.

“A flexibilização da economia não pode significar ‘chutar o balde’ ou desconsiderar o controle. A pandemia é o mal do século que coloca em risco a vida das pessoas, é uma ameaça à integridade com agravos, mas que também afeta toda a sociedade e a economia. Para sair dela, precisamos da participação de todos”, insiste Rosana Linhares.

Liberação

Com a mudança de onda, sempre seguindo os protocolos de controle, assepsia e profilaxia, a partir deste sábado já podem ser reabertos as casas de espetáculos, teatros, cinemas, apresentação de música ao vivo em barzinhos, exposições, clubes, entre outras atividades não essenciais e consideradas de alto risco de transmissão da doença – mas sempre com público restrito a 30 pessoas.

“Essa conquista é de toda a cidade, assim como é de todos nós a obrigação de manter a nova onda. Não podemos nos descuidar, pois estamos longe de vencer a batalha”, volta a insistir a secretária.

“Para mudar de onda foi preciso transcorrer 28 dias desde a adesão ao Minas Consciente. Mas para um retrocesso, basta os indicadores piorem”, avisa Rosana Linhares, para quem um passo atrás na onda de flexibilização pode acontecer a qualquer momento.

Longo percurso

A vitória final somente irá acontecer quando houver uma vacina eficaz e depois de ser imunizada toda a população, afirma a médica infectologista Andrea Cabral, do Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC). “A epidemia vai continuar até que surja uma vacina cientificamente segura e eficaz, o que só deve ocorrer para o meio do ano que vem”, adverte.

Daí que todo cuidado é pouco e o melhor é se prevenir e não achar que o pior já passou. Outros países e cidades que passaram pela fase ampla flexibilização, sem os cuidados devidos tiveram de retroceder, inclusive com lockdown, tendo de fechar novamente as atividades e serviços não essenciais.

Para isso não tornar a ocorrer em Itabira é preciso que todos mantenham as medidas protetivas e de contenção da epidemia no município e na região. O mais recomendável, portanto, é permanecer em casa. E só sair em caso de absoluta necessidade e inadiável compromisso, ainda que seja social e recreativo.

 

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