O que sabemos sobre a subvariante BQ.1
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Tire suas dúvidas sobre a BQ.1, subvariante da ômicron que deve se tornar prevalente no país
Por Mariana Varella*.
Portal Drauzio Varela – Os casos de covid-19 voltaram a subir no mundo todo. A nova onda da infecção ocorre no momento em que as medidas preventivas, como uso de máscara em locais com aglomerações, foram deixadas de lado.
Além disso, há a circulação de novas subvariantes da ômicron, como a BQ.1, que são altamente transmissíveis e escapam mais da proteção das vacinas.
Veja também: Por quanto tempo duram os sintomas e sequelas da covid-19?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o momento a BQ.1 já foi identificada em mais de 60 países, incluindo o Brasil, e pode se tornar prevalente.
Mas o que esperar agora? Haverá mais casos graves? A nova subvariante BQ.1, que circula atualmente no país, trará mudanças no comportamento da pandemia? Veja essas e outras dúvidas a respeito da BQ.1.
O que é a BQ.1?
A ômicron é uma variante do Sars-CoV-2, vírus que causa a covid-19. A BQ.1 é uma subvariante da ômicron e apresenta mutações na proteína spike, localizada na superfície do Sars-CoV-2, que permite que o vírus se ligue à célula e a infecte.
A BQ.1 é mais contagiosa?
As mutações apresentadas pelas subvariantes da ômicron as tornam ainda mais transmissíveis, o que pode ser observado pelo atual aumento no número de casos no mundo todo. Outras subvariantes, como a BA.5, já se mostraram mais transmissíveis.
“Do ponto de vista evolutivo, é esperado que prevaleça a variante mais contagiosa, mesmo que ela seja discretamente mais contagiosa. A subvariante que vai predominar é justamente a mais transmissível”, explica o infectologista Bruno Ishigami.
As vacinas disponíveis protegem contra a BQ.1 e outras subvariantes da ômicron?
As subvariantes da ômicron “escapam” com mais facilidade dos anticorpos neutralizantes gerados tanto pelas vacinas como por infecções anteriores. No entanto, as vacinas atuais ajudam a reduzir o risco de infecção grave.
Portanto, quem tomou as doses de reforço recomendadas têm risco muito mais baixo de desenvolver um quadro grave de covid-19 do que quem não se vacinou.
Quais os sintomas causados pela BQ.1?
Especialistas afirmam que os sintomas da BQ.1 não diferem dos causados por outras subvariantes da ômicron. “Os sintomas mais comuns são os de síndrome gripal”, afirma Ishigami. Febre, dor de garganta, dor de cabeça, congestão nasal, tosse e cansaço têm sido relatados pelos pacientes.
Há vacinas específicas para a BQ.1? Elas protegem mais que as vacinas atualmente disponíveis no Brasil?
No dia 22/11, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial de duas vacinas bivalentes da Pfizer, desenvolvidas especificamente para proteger contra a ômicron.
As vacinas atualmente disponíveis no Brasil foram desenvolvidas a partir da cepa encontrada em Wuhan, quando a ômicron ainda não existia.
O objetivo do reforço com a vacina bivalente é expandir a resposta imune específica à variante ômicron e melhorar a proteção da população.
Segundo disse o ministro da Saúde Marcelo Queiroga nas redes sociais, essas vacinas devem chegar em breve ao país. No entanto, o ministro não especificou a data.
Para especialistas, as vacinas atuais continuam a proteger contra a variante ômicron e suas subvariantes. “Apesar de alguns estudos indicarem que há pouco escape vacinal, as vacinas que a gente tem continuam a proteger contra a Bq.1 e estão recomendadas.
Mesmo que haja um pouco de redução da proteção, a eficácia [das vacinas atuais] continua muito alta. A proteção oferecida pelas vacinas bivalentes não é muito maior que a das vacinas atuais”, salienta Ishigami.
Quais as principais recomendações para proteção contra a BQ.1?
Primeiro, é importante que todo mundo que possa se vacinar complete o esquema vacinal (duas doses) e tome as doses de reforço recomendadas (terceira e quarta doses).
Outra recomendação importante é, neste momento, o uso de máscaras em locais fechados, em especial se houver aglomerações.
Pessoas com mais risco de desenvolverem quadros graves de covid, como aqueles com mais de 60 anos, que tenham doenças associadas ou estejam imunodeprimidas (pacientes em tratamento oncológico, com doenças autoimunes ou transplantadas) devem redobrar os cuidados.
*Mariana Varella é editora-chefe do Portal Drauzio Varella. Jornalista de saúde, é formada em Ciências Sociais e pós-graduanda na Faculdade de Saúde Pública da USP. Interessa-se por saúde pública e saúde da mulher. Prêmio Especialistas Saúde 2021 e Prêmio Einstein Colunista +Admirados da Imprensa de Saúde e Bem-Estar 2021 @marivarella