O Ocidente e os deuses do pântano
Militares dos EUA que integram tropas da Otan
Foto: Nikolay DOYCHINOV/AFP
Veladimir Romano*
A desordenação, o desperdício e o mergulho na escuridão, com o futuro de mais crises mantendo ajustes entre conjunturas contrárias, é o manifesto amplificado da guerra preparada nos bastidores militares e políticos, mais tarde mexendo com outros setores, penalizando com maior rapidez a vida dos povos.
A dimensão militarista metodicamente cultivada pela Organização do Atlântico Norte (Otan) prometendo ser a defesa dos europeus, não se viu nessa sua eficácia perante ataques terroristas. A Otan gasta fortunas na manutenção e em particular no setor dos serviços da inteligência depois enterrada nas gavetas exigentes de certos parceiros mais destacados da organização.
Usando e promovendo forças gravitacionais, alimentando ciclos de produção armamentista, aqui também mantem salários absurdos, passando ao lado orçamentos escandalosos [incitados pela estratégia militar ocidental, para 2023, a maioria destas trinta nações vão aumentar gastos até 25% na compra de material, naturalmente aos fornecedores norte-americanos].
Trata-se de um pântano afagado por deuses que somente frotas políticas ocidentais acreditam.
Na recente viagem de Emmanuel Macron aos EUA e do seu encontro com Joe Biden, embora aparente haja amizade e troca de boas vontades com discursos fáceis e habituais do momento, no regresso a Paris e nos seguintes dias, o presidente gaulês recuperou velhas frases do passado já reclamadas ao general Charles De Gaulle como mais tarde a François Mitterrand: «A Europa deve criar sua própria força militar e deixar qualquer influência externa». Nada mais claro, direto e verdadeiro.
Neste final de 2022 nunca nos últimos anos povos europeus pensaram viver momento tão angustiante, severas limitações materiais e surpreendentes parlamentos atacados pela séria influência de partidos extremistas, ligando outra enorme ameaça ou pelo menos, custosa perturbação quando o Poder fica irresistível.
Ficam os benefícios, privilégios, irresponsabilidades, exageros, habilidades populistas enganando a ignorância daqueles que vivendo no lado mais cinzento das ideias, prefere caminhar pelos extremos como ordem vingativa.
A ilustração é pelo menos fabricar fáceis propagações ao bloqueio democrático e tudo fazer buscando minimizar a importância dos atos e fatos.
A outro lado, promove ofensivas covardes quando comissões não sabendo aplicar sua autoridade. Lamenta ao invés de atacar com ferramentas desta mesma democracia ainda procurando um tal deus que ninguém consegue encontrar nem deitado nas cercanias mais discretas do pântano que vem consumindo este Ocidente atrapalhado com atual realismo dos problemas.
*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano.
Salve, salve Romano. Como é bom ler você!
Quem diria que Europa seria colonizada pelo “destino manifesto”. Mundo velho globalizante, se esfacelando de burrice. Parece que sobrou o velho Portugal a dizer: navegar não é mais preciso. O ocidente coletivo retoma ao propósito nazista, mas desta vez sem grandes governantes.
Quando a Otan invadiu o Iraque, a Alemanha sentiu prazer em fazer chuva de sarin sobre Bagdá.
Eles esqueceram que provocar a grande Rússia é ser vencido. Como sempre, você nos oferece uma bela crônica, obrigada.