O Centro Cultural de Itabira

Fotos: Carlos Cruz

Sede da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, o Centro Cultural de Itabira foi inaugurado em 1982 com tijolos aparentes, depois pintados pela ação da incúria humana

Por Maria Cristina Silveira

Manifesto: Palestina livre do rio ao mar!

Saúdo Itabira!

Faço uso de duas efemérides para justificar, na minha percepção, a ideia de criação de uma Casa de Cultura para Itabira. Em 1942, Itabira-do-Matto-Dentro colapsou sob a colonização dos Acordos de Washington; em 1944 o Theatro Municipal ainda estava na Praça do Centenário, abalado e arruinado pela pulverização do Pico do Cauê.

No fim de tudo significa que a década de 40 fraturou a civilidade da Cidadezinha. Mas permaneceu a memória e o itabirismo no espírito da sociedade inquieta, incomodada com o teatro da destruição no corpo da cidade. E desse arcabouço imanente germinou o proposito de construir o Centro cultural.

Em maio de 1982 então prefeito Milton Dias Santos, inaugura o Centro Cultural de Itabira, cuja obra concluída ele recebeu de seu antecessor Jairo Magalhães Alves, e que se fez parte da coleção de ícones contemporâneos de arte e resistência cultural.

São belezas da cidade: o mural da Casa da Banda Euterpe na rua Doutor Guerra; o mural que representa o Pico do Cauê, no Museu de Itabira, na Praça do Centenário e o Centro Cultural na avenida Carlos Drummond de Andrade.

Mural da banda Euterpe, na rua Doutor Guerra

Espetáculo internacional

Das grandes jornadas de expressão artistica apresentadas no Centro Cultural é interessante lembrar um acontecimento.

Em 1998, graças à embaixada de Marlene Cessarini e Roberto Drummond, o Théâtre Caroube, de Toulouse (França) veio ao Brasil apresentar o espetáculo Natureza Morta.

Pela primeira vez a cortina do palco itabirano descerrou-se para um espetáculo internacional. Em seguida, partindo de Itabira o Theatre Caroube apresentou-se no Theatro Municipal do Rio.

Mas nem tudo é bom, é preciso ficar atenta o tempo todo. É necessário, é preciso urgentemente que a Prefeitura de Itabira faça uma urgente reparação ético-estética na fachada do prédio do Centro Cultural de Itabira.

Dado que algum governo ignorante, insensível, alterou com tinta os tijolinhos de cerâmica em toda a fachada do edifício, fez-se uma porcaria sobre o ícone da cidade, e isso precisa ser reparado.

Tá na hora também de tombar o prédio do Centro Cultural de Itabira para evitar novos abusos como esse, de triste memória.

Por fim, gostei de atender ao pedido de Solange Alvarenga, diretora do Memorial Carlos Drummond de Andrade para dar o meu depoimento no documentário comemorativo dos 40 anos do Centro Cultural de Itabira.

Eu devo dizer que o Centro Cultural iluminou a minha vida.

Viva o romancista Cornélio Penna! Viva o poeta Drummond! Viva o poeta José Francisco Brito!

E agora, ouça a Myriam Brandão a aplaudir: “Bravo! Bravo! Bravo!”

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1 Comentário

  1. Me lembro de um pedido feito por Márcio Sampaio ao então prefeito Li. Ele queria um piano de calda para o Centro Cultural. O Li respondeu que o Superintendente podia encomendar que ele compraria. Recentemente perguntei só Márcio por intermédio de sua irmã, Eliana o porquê de não ter comprado o instrumento, ele respondeu, apenas não comprou. Pena!

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