O cão não é vilão, mas leishmaniose assusta
Com o aumento de cães na cidade, cresce também a preocupação com a transmissão da leishmaniose, doença que pode afetar pessoas, animais domésticos (cães e gatos) e silvestres. A doença é transmitida por insetos chamados flebótomos, vulgarmente conhecido como mosquito-palha.

Além do cão, são também hospedeiros os roedores (rato, gambá, capivara). Mas cães infectados são as principais vítimas da doença quando vivem em condições ambientais propícias à proliferação do mosquito transmissor.
Em uma recente postagem na rede social, um internauta disse que estaria havendo um surto de leishmaniose canina em Itabira – e que a Prefeitura estaria escondendo.
“Meu cão foi sacrificado neste mês. O veterinário afirmou que apenas em sua clínica surgem uns 30 casos todo mês”, afirmou, denunciando ainda a existência de pelo menos um caso de infecção humana na cidade.

De fato, segundo informa a médica veterinária Margarida Lúcia de Paiva Guerra, do Departamento de Vigilância em Saúde, da Prefeitura, neste ano foi registrado um caso de infecção de uma pessoa na zona rural. E que já foi tratada.
Em consequência, foram feitos testes rápidos para detecção da doença em todos os animais domésticos que vivem em um raio de 300 metros da residência da pessoa infectada. Em média, segundo ela, dois casos de infecção humana têm sido registrados anualmente no município nos últimos anos.
Não existe vacina para prevenir a doença em seres humanos, mas o tratamento é gratuito. “Todas as zoonoses, assim como qualquer outra doença, demandam diagnósticos precoces, o que infelizmente nem sempre ocorre, pois os sintomas podem ser confundidos com outras doenças”, lamenta a médica-veterinária.
Os sintomas da leishmaniose em humanos se manifestam por meio de apatia, palidez, falta de apetite, crescimento do baço e do fígado. Já nos cães, os sintomas são o emagrecimento, fraqueza, anemia, feridas na pelagem, gânglios inchados, crescimento exagerado das unhas.
Quanto a leishmaniose canina, a Prefeitura não tem uma estatística, mas há indicações de que as infecções pelo mosquito-palha têm aumentado. “Em 81 testes rápidos realizados no primeiro quadrimestre deste ano em cães com suspeita da doença, 16% deram positivos”, reconhece a médica veterinária.
Castração

Para diminuir a incidência, a presidente da Associação Municipal de Proteção Animal da Região de Itabira (Ampari), a ativista Kelley de Pinho Generoso defende que o primeiro passo é reduzir o número de animais de rua com a castração em massa, o que deve ter início ainda neste ano, numa parceria com a Prefeitura.
“Não é ético e nem adianta eliminar os cães infectados, se as condições ambientais para a proliferação do mosquito transmissor continuarem existindo. Se não houver mosquito, a transmissão não ocorre”, sustenta.
Como prevenção, ela recomenda vacinar os cães que têm donos, chamados de tutelados. “Não é uma alternativa barata. Outra opção é o uso de coleiras repelentes.”
Uma recomendação urgente para que a doença não se espalhe é eliminar as condições ambientais que permitem a proliferação do mosquito-palha. “O cão não é o vilão. O mosquito só sobrevive em ambientes úmidos e com material orgânico (folhas, galhos e frutos podres)”, explica Margarida Guerra.
“É importante manter os quintais sempre limpos, assim como remover as fezes e demais materiais orgânicos dos canis”, prescreve a médica veterinária. De acordo com ela, os bairros mais afetados são aqueles com mais áreas verdes, como o centro, Pará, Penha e Campestre. Mas a doença está presente em toda a cidade e em todo o país.
Censo canino

Neste sábado (19/8), será realizada mais uma campanha de vacinação antirrábica em 26 postos da cidade. “Vamos perguntar se o proprietário têm interesse em castrar o seu animal”, conta o diretor de Controle de Zoonose, César Augusto Nunes.
No caso de o dono concordar, ele irá assinar um documento autorizando o procedimento para quando chegar o castramóvel, que tem capacidade para realizar 50 castrações diárias. “Faremos também um primeiro senso de cães na cidade”, promete.
Curso
Na próxima quarta-feira (23/8), na Câmara Municipal, a Ampari e a Prefeitura irão promover o primeiro curso de Educação Ambiental Humanitária em Bem-Estar Animal, aberto a todos os interessados, profissionais da área, educadores e militantes da causa em defesa dos animais domésticos.
O curso será ministrado pela ativista e educadora Elizabeth MacGregor, diretora do departamento de Educação Ambiental do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA).
Serão formadas duas turmas. A primeira, com o curso sendo ministrado no horário de 8h às 12h, e a segunda turma no horário de 13h às 17h. As vagas são limitadas e as inscrições devem ser feitas no endereço eletrônico. https://goo.gl/forms/Y5J10CSlvr7OIFRw1.
Vale saber
Para mais informações sobre o teste rápido, vacinação e cadastro para castração de cães e gatos ligue para 38392643
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