Novo fármaco, a Inclisirana promete reduzir em 50% o colesterol ruim, diminuindo o risco de infarto e AVC

Foto: Divulgação/
Ascom/ABCVAC

Medicamento já está disponível em clínicas particulares, ainda sem data para chegar ao SUS

Informe Médico

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país registrou mais de 109 mil mortes por infarto agudo do miocárdio e 99 mil óbitos por acidente vascular cerebral em 2020, sendo essas as duas principais causas de falecimento entre brasileiros.

Como boa parte dessas fatalidades estão relacionadas ao excesso de colesterol, a chegada da Inclisirana promete transformar a forma como a substância é regulada pelo organismo, gerando um impacto enorme no setor nacional de saúde.

Fábio Argenta, especialista em Cardiologia e Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) do Mato Grosso explica que a nova medicação usa um método revolucionário chamado pequeno RNA de interferência que ajuda a reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

“Esse processo único impede a produção de certas proteínas no interior das células sem mexer diretamente no seu gene. Como o RNA de interferência preserva a ’receita’ original da proteína (o DNA), o efeito da medicação dura bastante tempo, mesmo que não seja para sempre”, explica o médico cardiologista.

O colesterol é um tipo de gordura que circula no sangue com um papel essencial para o funcionamento do organismo. Contudo, quando está em excesso, pode se acumular nas paredes das artérias e dificultar a passagem do sangue, levando a complicações como Aterosclerose, AVC e Hipertensão arterial, que aumentam o risco de infarto e AVC.

A Inclisirana atua diretamente no fígado, bloqueando a produção de uma proteína denominada PCSK9.

Na prática, mais receptores de LDL colesterol (o chamado “colesterol ruim”) surgem nas células do fígado, o que ajuda a retirar este tipo de colesterol do sangue e evita que ele se acumule nas artérias. A diminuição média no nível de LDL pode chegar a 52,3%, reduzindo significativamente o risco de obstrução.

Por se tratar de um medicamento injetável, ele será disponibilizado em clínicas particulares de vacinação, ainda sem data para chegada no SUS.

A médica Rosane Orth, conselheira da ABCVAC e CEO da Saúde Livre Vacinas, explica que a medicação requer apenas duas doses subcutâneas a cada seis meses, garantindo um controle eficaz durante todo o ano.

“Esse lançamento representa um marco na medicina e é um exemplo claro de como a ciência médica continua a evoluir para proporcionar melhores opções de tratamento e uma vida mais saudável para todos”, explica a conselheira da ABCVAC.

No Brasil, aproximadamente 35% da população tem hipertensão arterial, mas metade das pessoas não sabe disso. Dentre os que têm conhecimento do problema, 50% fazem uso de medicação, sendo que apenas 45% têm a pressão controlada.

Porém, essa realidade deve mudar em breve com a chegada do medicamento. O fármaco deve beneficiar principalmente os pacientes com doença aterosclerótica, bem como aqueles que sofreram infarto, AVC, doença arterial obstrutiva periférica e que apresentam dificuldades para atingir as metas de controle do LDL colesterol mesmo com o uso de estatinas, as medicações orais comumente prescritas para o tratamento do colesterol.

Além disso, pacientes intolerantes a essas substâncias ou com dificuldades de adesão ao tratamento medicamentoso oral encontrarão uma nova esperança no controle de doenças cardiovasculares.

 

 

 

 

 

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