No Flitabira, nesta sexta-feira tem Ivan Vilela no Festival de Viola, atrações literárias com Conceição Evaristo, Truduá Dorrico, Márcia Kambeba e muito mais

No destaque, Conceição Evaristo em coletiva de imprensa. A escritora recebe o prêmio Juca Pato, como Intelectual do Ano, neste sábado, no 3º Flitabira

Foto: Rodrigo de Oliveira

Em seu quarto dia em terras drummondianas, a terceria edição do Festival Literário Internacional de Itabira (3º Flitabira), diferentemente das edições anteriores, tem tido bom público sedento por literatura e debates, e não apenas preocupado com o lazer ainda que criativo com as boas e notórias atrações musicais do ano passado, com o ViJazz com a sua ótima programação, mas que acabou por tirar um pouco do brilho do evento propriamente literário em sua segunda edição.

O violonista Ivan Vilela, por Shinji Nagabe

Nesta edição, a atração musical fica com a boa ideia do I Festival de Viola Caipira, no coreto Maria Julieta, instalado na histórica rua Major Paulo, com shows e oficinas acerca desse instrumento originário do alaúde, que aportou em terras brasileiras trazido por colonizadores portugueses, transformando-se na viola caipira, um símbolo da cultura brasileira.

O show desta sexta-feira (3) será com o ótimo Ivan Vilela, às 20h, que certamente mostrará todos os recursos técnicos desse instrumento, que nada tem de “caipira” no sentido de ser um instrumento exclusivamente rural, embora tenha fincado raízes no campo, mas sem ser corrompido pela música sertaneja bancada pelo agronegócio brasileiro.

Na noite dessa quinta-feira, o público acompanhou a apresentação do violeiro Roberto Corrêa, que trouxe uma viola de cocho, chamando a atenção pela sua bela sonoridade.

No sábado, também programado para ter início às 20h, o festival reserva a apresentacao do violeiro Marcos Assunção, acompanhado pelo percussionista Marco Lobo (curador do festival da viola caipira). Nesta sexta-feira, a dupla deu uma aula-espetáculo pela manhã, enquanto Ivan Vilela fará o mesmo no sábado, às 11h, no palco Cornélio Penna, montado na escola municipal Coronel José Batista.

Infelizmente, o show do violeiro Fabrício Conde foi prejudicado pela forte chuva, situação que precisa ser avaliada pelos organizadores para os próximos festivais, montando-se uma cobertura além do coreto para o público acompanhar o espetáculo sem se molhar neste periodo chuvoso.

Na mesma rua Major Paulo, o público desfruta do espaço destinado à gastronomia e ao prazer etílico, como não pode faltar para a conversa fruir entre amigos e novos amigos, com boas prosas e convivências sociais, culturais e artísticas.

Dando continuidade às atrações musicais desta sexta-feira, haverá a Batalha da Fênix reunindo alguns dos representantes da sonoridade urbana local com batalhas de rap e slam, no mesmo palco Maria Julieta.

Literatura

A programacao do Flitabira para esta sexta-feira é intensa para os adultos, depois de dois dias com muitas atividades para o público infantojuvenil, o que incluiu palestra com a autora Paula Pimenta. Já para o público adulto, as atrações da noite ficam com Conceição Evaristo, Trudruá Dorrico, Márcia Kambeba, Ricardo Ramos Filho, Maria Ribeiro, no palco CDA.

Antes, nesta sexta-feira, às 14h ocorreu a mesa inspirada no poema “Claro Enigma”, de Carlos Drummond de Andrade, com as poetisas Mariana Paz e Flávia Rocha – e às 15h, Ricardo Ramos Filho, neto do escrito Graciliano, e Ricardo Prado apresentaram as suas experiências e vivências literárias.

“Cidade Sem Rio”, com Silvana Gontijo e Sérgio Abranches, às 16h, propõe repensar a relação das cidades com os rios e a necessidade de suas preservações, com a recuperação de matas ciliares, assim como impedindo o assoreamento, causa de transbordamentos e das tragédias que essa situação antropizada causa às populações ribeirinhas. É a preocupação com o meio ambiente também presente no Flitabira.

A programação prossegue com “Política Literária” às 17h, com a editora itabirana Rejane Dias, além de Rodrigo Lacerda e Simone Paulino, também no Palco CDA. Às 18h, um ponto em comum une os palestrantes Raquel Cané, Estevão Ribeiro e Pedro Drummond: as artes gráficas. As possibilidades que as artes visuais, território em comum dos três artistas, são as temáticas principais.

“Pranto Geral dos Índios” é uma das mesas mais aguardadas do dia. Trudruá Dorrico e Márcia Kambeba trazem ao público as vozes dos povos originários, com as suas histórias, ensinamentos e lutas a partir das 19h.

E às 20h será a vez de Andréa Pachá, João Anzanello Carrascoza e Sérgio Abranches tratarem a abrangência das questões sociopolíticas na poesia e na literatura, inspirados pelo poema “A Rosa do Povo”.

E a grande atração da noite fica com a mesa “Certas Palavras” com as escritoras Conceição Evaristo e Eliana Alves Cruz, mediadas pela atriz Maria Ribeiro, no palco CDA. Na pauta do bate-papo estão a arte, a literatura e a preservação do meio ambiente.

O Flitabira tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet, do Ministério da Cultura. E conta com apoio da Prefeitura de Itabira e União Brasileira de Escritores – UBE.

Serviço

3o Flitabira – Festival Literário Internacional de Itabira
De 31 de outubro a 5 de novembro
Local: Praça do Centenário (Rua Maj. Lage, 121 – Centro Histórico)
Informações: www.flitabira.com.br

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