No aniversário de nascimento do poeta maior, a Casa de Drummond abre, nesta quinta-feira (31), a exposição Menino Antigo, Poeta Moderno

O escritório do poeta e lembrança de sua relação com o jornal O Cometa Itabirano

Fotos: Divulgação

No encerramento da Semana Drummondiana (atenção senhores e senhoras agentes da cultura itabirana, na hora de anunciar em viva voz o “d” é mudo, pronuncia-se Semana Drumoniana, parem de dar vexame), nesta quinta-feira tem início a exposição de longa duração Menino Antigo, Poeta Moderno, na Casa de Drummond (praça do Centenário, 137, centro histórico).

A exposição é dividida em 21 espaços: 1. Entrada, 2. Sobrado, 3. Itabira, 4. Minas, 5. Escada, 6. Menino antigo, 7. Mineração, 8. Falta que ama, 9. Amigos, 10. A máquina do mundo, 11. Amor, 12. A mesa, 13. Ruína, 14. Família, 15.José, 16. e 17. Exp. Temporária – Drummond Criança, 18. Esquecer para lembrar, 19. O maior trem do mundo, 20. Poeta moderno e 21. O tempo, o livro e a poesia.

Na mostra estão algumas poesias de Drummond, a maioria extraída dos Boitempo I, II e III, que têm a família, o casarão e a cidade como inspiração principal.

“Devagar as janelas olham”

Em exposição que tem patrocínio da Vale, ainda que pela Lei Rouanet, é terminantemente proibido expor a relação conflituosa do cronista e poeta com a mineradora, mas o leitor pode acompanhar aqui).

Há ainda em exposição um pouco da prosa, cartas e entrevistas com o poeta. E, também, uma Pequena Cronologia Comentada, com a listagem completa dos livros editados por CDA, além de conteúdo audiovisual exibido em dois locais dentro da exposição.

A curadoria da exposição foi concebida pelo jornalista Angelo Oswaldo de Araújo Santos, tendo sido desenvolvida coletivamente por Andréa de Magalhães Matos, coordenadora geral do projeto; Flávio Vignoli, responsável pelo Design de Exposição e Gráfico; e Leonardo José Magalhães Gomes, que fez a pesquisa literária, seleção e elaboração de textos.

A fotografia de Drummond na parede, recordações e mobiliário de época

Iconografia

O conteúdo iconográfico é do artista plástico José Octavio Cavalcanti, que produziu vários desenhos originais em grafite especialmente para a exposição, com paisagens alusivas à Itabira do início do sec. XX,.

Estão também expostos vários desenhos do poeta em diversas fases de sua vida e de seus familiares, como também retratos de 12 amigos que marcaram a sua vida e carreira literária, além de uma peça de 4,5m com o maior trem do mundo.

Foram adquiridas, também, obras de conterrâneos do poeta, como colagens de Neide Barbosa, escultura e aquarelas de Genin Guerra e bordado do Grupo de Bordadeiras Tecituras.

O artista Leandro Hisne produziu para a exposição grafites com a árvore genealógica. O jardim interno do casarão, onde está o coração, obra do poeta, foi integralmente recuperado.

Consta também da exposição parte do acervo histórico da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), composto por mobiliário e objetos do poeta doados pelos netos, aquarelas de Sandra Bianchi, retrato do de Drummond de autoria de Inimá de Paula e reproduções da série À Mesa de Yara Tupynambá.

A Diocese de Itabira / Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, por intermédio do padre Adriano, emprestou duas peças de autoria do santeiro Alfredo Duval, amigo e confidente de Drummond: São Lourenço, de Alfredo Duval, e São Benedito.

Outras preciosidades

Quadros, lembranças e homenagem ao poeta

Estão também expostos obras do mercado editorial brasileiro alusivas ao poeta: Álbum Minas & Drummond, com poemas e sete gravuras assinados por Álvaro Apocalypse, Beatriz Coelho, Haroldo Mattos, Jarbas Juarez, Júlio Espíndola, Wilde Lacerda e Yara Tupynambá (7º Festival de Inverno da UFMG, 1973).

E mais: álbum Amor, sinal estranho, antologia poética de Carlos Drummond de Andrade e oito litografias assinadas de Enrico Bianco (Lithos Edições de Arte, 1984); Álbum para Maria Julieta (edição fac-similar); e Cantar de amigos (Edições Alumbramento: Livroarte Editora, 1989).

A exposição conta com dois ambientes sonoros, produzidos pelo pesquisador musical Tomás Amaral, com sons do cotidiano de uma cidade do interior mineiro e o outro com uma trilha composta por músicas com poemas de Drummond, alusivas à sua poesia ou que eram por ele apreciadas.

Infância

Lembranças do Menino Antigo

Em destaque está também o módulo Drummond Criança, idealizado por Solange Alvarenga, coordenadora do Memorial CDA. Nesse módulo estão destacados poemas, objetos e fotos alusivos à infância e adolescência do poeta em Itabira.

Brinquedos antigos, como piões, estilingue, cavalinhos de pau, carrinhos e trens antigos de madeira, perna de pau, bolas de gude, entre outros estão expostos e disponibilizados para tocar e brincar como nos tempos de Itabira do Matto Dentro.

Árvore genealógica da família Drummond de Andrade

Realização e Patrocínio

A exposição Menino Antigo, Poeta Moderno está inserida no projeto Exposição de Longa Duração na Casa de Drummond, proposto e realizado pelo Estúdio 43 – Artes & Projetos, aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, viabilizado com patrocínio da mineradora Vale.

A exposição é aberta de terça a sexta-feira, das 8h às 18h, e nos sábados e domingos, de 10 às 16h, na Casa de Drummond, com entrada gratuita.

Serviço

Abertura da exposição “Menino Antigo, Poeta Moderno”
31/10/2024, quinta-feira, às 19h
Casa de Drummond – Praça do Centenário, 137 – Centro, Itabira/ MG

Horário: terça a sexta-feira de 8 às 18h e no sábado e domingo de 10 às 16h.

 

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