Nenhum time tira a conquista do Brasileiro do Clube Atlético Mineiro, que tem ainda a Copa do Brasil a conquistar     

 Luiz Linhares*

A cada rodada que se passa no Brasileirão 2021 se vê acentuando o abismo em que se encontra o futebol nacional. Daí que é bom o torcedor já ir se acostumando pois, pelo andar da carruagem, serão poucos times ditando as regras, levantando os canecos. E os demais se matando entre si e galgando lugares intermediários que possam ainda refletir em algo promissor.

Chegamos na reta final do campeonato e lá se vai o Atlético Mineiro disparado na frente e quebrando recorde em cima de recordes. Até agora já são 22 vitórias alcançadas em 32 jogos disputados. E mais vitórias certamente estão por chegar.

O Atlético só avista o Flamengo mesmo distante, ainda que com certeza seja o único que pode lhe fazer frentepor ter elenco também qualificado, apesar das ressalvas, mas hoje já praticamente a ponto de deixar a luta.

Digo com certeza que são esses dois times, Atlético e Flamengo, os protagonistas atuais do nosso futebol, ficando com a terceira via com o Palmeiras que mostra desiquilíbrio e alterna-se muito entre um jogo e outro. São os que ainda fazem diferença.

Mudanças têm acontecido administrativamente no futebol. E agora devem acontecer outras alternativas, com o advento das Sociedades Anônimas do Futebol – SAFs, que vem chegando aos poucos.

É o que pode dar a força necessária para um outro time partilhar o mais seleto grupo do futebol nacional. Isso, claro, a depender dos investimentos e a que nível se farão exercer. Mas é tudo muito no futuro, é verdade.

Somente daqui a um tempo médio os reflexos e novas situações podem ser observadas e analisadas. Hoje, Atlético, Flamengo e, vá lá, o Palmeiras, são o norte do futebol nacional. São os que certamente vão escrever as melhores histórias de agora.

Esta semana vai ser muito importante para o Atlético, que enfrenta o Palmeiras em São Paulo. Dependendo das combinações de resultados, já pode enfim festejar no final de semana, contra o time paulista no Mineirão, mais uma vez batendo recordes de público, o tão aguardado título, com a sua torcida explodindo de alegria e extravasando um canto que a 50 anos é ensaiado.

Nenhum time tira esta conquista do Clube Atlético Mineiro, que reflete tudo que se pede no futebol de clube: organização, administração, planejamento. Enfim, um time que tem elenco afinado aos princípios, um estádio à altura e um torcedor apaixonado.

Esse é o Atlético Mineiro. Além do Brasileirão, tem na sequência a Copa do Brasil para disputar com o Atlético Paranaense. Essas conquistas, que certamente virão, abrem espaços para um ano novo ainda melhor e mais vencedor.

O Atlético tem tudo para ditar os ritmos do futebol brasileiro nos próximos anos. Que esse sucesso magistral deixe de ser sonho e se torne realidade, como já se observa, para alegria de seu torcedor – e que perdure por muito mais.

Ao Cruzeiro resta fazer um pacto com o seu torcedor para que o fracasso deste ano não se repita

Como sempre nas Minas Gerais nem sempre os sorrisos se equiparam. Do outro lado, o Cruzeiro fecha o ano esportivo nesta semana, um ciclo para ser esquecido. A última partida do ano talvez seja um adeus de seu torcedor em um Mineirão lotado. Será o momento, digamos, para o time pedir um certo perdão ao seu torcedor por tudo que não jogou.

Que se faça um pacto para um novo ano que chegará e terá que ser vencedor para enfim sair da segunda divisão. Não dá para o torcedor suportar outro fracasso em uma série inferior a principal. Nesta quinta feira, no Mineirão, contra o Náutico de Recife, o Cruzeiro joga a última partida do ano com nada a festejar.

Que a próxima temporada seja diferente, que o time se encontre. Que assuma a culpa pelo fracasso em campo e fora dele. E que faça o compromisso perante o seu torcedor pela ressureição para esse povo celeste tão sofrido possa voltar a ter o que festejar.

América acomoda, mas ainda pode sonhar com uma possível Copa Sul-Americana

Para tristeza de sua torcida, o América voltou a parar no tempo. Encontrou seu ponto de paz e parece que se acomodou. Teve oportunidade nos dois últimos jogos de se colocar em uma escala inédita no futebol sul-americano, mas desperdiçou.

Esbarrou em pobres apresentações e passou a nada render. Teve um irrisório empate em casa e uma derrota sem luta no Rio de Janeiro contra o Fluminense. Pensar em Copa Sul-Americana ainda é realidade. Já uma provável Libertadores, infelizmente, agora é querer sonhar muito além do horizonte.

*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM.

 

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