Vila de Utopia

Não estamos sozinhos: um livro para falar de solidão com as crianças

A autora, Clara Haddad, fala da solidão dos idosos e os seus impactos emocionais e afetivos

Foto: Divulgação/
Telos Editora

Contadora de histórias e biblioterapeuta com décadas de experiência em produção de narrativas para o público infantil, Clara Haddad publicou A Velhinha e o Porco com a proposta de abrir diálogos e unir diferentes gerações de uma mesma família, ampliando o repertório emocional dos pequenos leitores.

Para isso, ela narra a trajetória de uma idosa que, cansada de se sentir tão sozinha devido à falta de visitas, decide adotar um porquinho para fazer companhia.

A partir desse enredo, a autora dá visibilidade aos impactos da solidão dos idosos e a importância de estar presente no cotidiano dos mais velhos.

Além disso, ela apresenta uma ferramenta de diálogo para abordar temas como isolamento, amor e empatia, para também ampliar o repertório emocional dos pequenos.

Enredo

Em A Velhinha e o Porco, uma idosa se sente muito sozinha em casa, sem ninguém para compartilhar os dias. Quando encontra um saco cheio de moedas, ela decide comprar um bicho de estimação para fazer companhia.

No mercado, conhece um porquinho dócil e está animada para levá-lo até o novo lar. Mas A Velhinha e o Porco estão diante de um problema: o animal fincou as patas no chão e não quer atravessar a ponte. O que fazer agora? Pedir ajuda.

O livro A Velhinha e o Porco  é uma adaptação de um famoso conto popular da Inglaterra. A autora traz um novo personagem para o final da ficção, com ilustrações do artista colombiano Canizales e uma versão em inglês para os pequenos leitores bilíngues.

No enredo, à medida que a protagonista tenta retornar para casa, procura apoio de diversos personagens. Porém ninguém está disposto a colaborar.

A partir disso, muitas questões são levantadas, como a solidão, a busca por companhia, a importância de ter empatia e as mudanças causadas na vida das pessoas quando elas estão atentas às necessidades dos outros.

Por meio de uma narrativa acumulativa, leve e afetuosa, a escritora sensibiliza o público para um tema comum nas famílias: o isolamento dos idosos e as consequências psicológicas dessa realidade.

“O maior sonho da vida da protagonista é conversar, por isso ela sempre deixa a casa arrumada. Muitos idosos vivem assim, e quero incentivar as crianças e os adultos a estarem mais perto deles, para que não adoeçam. Uma pessoa sozinha vai enfraquecendo. Sentir amor é importante”, explica.

Era uma vez uma velhinha que vivia sozinha.
Toda manhã, ela acordava ao raiar do sol, tomava sua xícara
de café quentinho e varria seu quintal, sonhando em ter uma companhia.
Um dia, estava varrendo o quintal quando encontrou um saco de moedas.
Admirada com tanta riqueza, pensou: “Com este dinheiro posso ir até o
mercado comprar um porquinho para me fazer companhia”.
(A Velhinha e o Porco, pgs. 5 e 6)

Com vasta experiência na literatura infantil, além de ser autora de obras como Poeira das Estrelas e O que o crocodilo come ao meio-dia, Clara Haddad também reforça, com esse livro, o compromisso profissional de auxiliar crianças a nomearem sentimentos, entenderem as próprias sensações e aumentarem o repertório emocional.

Divulgação/Telos

FICHA TÉCNICA
Título: A Velhinha e o Porco
Autora:
 Clara Haddad
Editora: Telos
ISBN: 978-8564311855
Páginas
: 32
Preço: R$ 67
Onde encontrar:
 Amazon | Telos Editora

Sobre a autora: Formada em Biblioterapia pela Book Therapy em Londres e pelo Observatório do Livro de São Paulo, Clara Haddad é escritora, narradora de histórias e atriz.

Ela foi responsável pela fundação da primeira escola de narração em Portugal, com objetivo de formar narradores e mediadores de leitura. Também criou o grupo de storytelling on-line “Confraria das Palavras”, que funciona como uma mentoria coletiva para profissionais já atuantes ou em início de carreira.

Na literatura, publicou vários livros infantojuvenis, como “Poeira das Estrelas”, “A Narradora de Histórias e Outros Contos de Encantar”, “O que o crocodilo come ao meio-dia”, “Histórias de quem conta histórias” e “A Velhinha e o Porco”.

 

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