Não é hora de relaxar, mesmo estando todos cansados com a pandemia. O vírus não cansou e está forte em Itabira e em todo o estado

Com o aumento de número de casos, Minas Gerais corre risco de regredir com fechamento de atividades não essenciais. Itabira está na onda verde, mas número de casos também aumenta

Esteja o país ainda na primeira onda ou mesmo que já tenha ingressado na segunda, não importa. Fato é que a pandemia com o novo coronavírus (Sars-Cov2) continua se alastrando com força no país e em Minas Gerais, que já tem mais de 390 mil pessoas que foram infectadas, com registro superior a 9,6 mil óbitos.

Em Itabira, embora o município tenha retornado para a onda verde, conforme último indicador do programa Minas Consciente, com validade entre 21 a 28 deste mês, tem aumentado exponencialmente o número de casos confirmados, assim como a variação da taxa de incidência, o que preocupa as autoridades de saúde.

Isso porque, muitas pessoas confundem a classificação pela onda verde como um “liberou geral”, como se a pandemia já estivesse atingido o seu pico.

E consideram que agora a pandemia estivesse regredindo, após ter um grande número de pessoas infectadas, atingindo a tão propalada e nunca alcançada imunidade coletiva, ou de rebanho, que é mais conveniente pelo grau de negligência e descaso com a pandemia manifestos em muitas pessoas.

Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado nessa quinta-feira (19), o município já registra 3.507 casos confirmados e a curva de contágio está ascendente.

Já são 24 óbitos registrados, decorrentes de complicações com a Covid-19, sendo que sete pessoas se encontram hospitalizadas com diagnóstico positivo para a doença. Além dessas, estão sendo investigados mais seis casos de pacientes também internados.

Negligência e descuido com o outro

A negligência com os cuidados paliativos e profiláticos, observada entre grande parte dos moradores, principalmente entre jovens, mas também mais acentuado, nos últimos dias, entre políticos de todas as coligações que estavam em campanha, pode ter agravado ainda mais o quadro epidemiológico no município.

Se as pessoas estão cansadas com a pandemia, também é certo que o vírus não cansou – e ganha força com a negligência geral. Jovens assintomáticos, que saem às ruas e aglomeram em diversas situações, estão levando a doença para casa e ao trabalho, infectando seus pais, avós, amigos, colegas de serviço que podem não ter a mesma resistência imunológica e a doença ser fatal.

Por isso é preciso que todos se mantenham vigilantes, com os cuidados combinados e compartilhados, que são de proteção mútua. É preciso continuar mantendo o distanciamento social, a higienização constante das mãos com água e sabão ou álcool em gel, além do uso de máscara.

Só assim é possível proteger a si e a quem estiver por perto. Sem isso, a pandemia não passa e os agravos são muitos, podendo levar ao óbito, inclusive com graves sequelas após a “cura”.

Situação agrava em Minas e medidas mais duras podem ser anunciadas

Teófilo Otoni é uma das cidades que só pode abrir os serviços e o comércio essenciais com o avanço da pandemia (Foto: Guilherme Bergamini)

Em Minas Gerais, pelo programa Minas Consciente, que não libera geral a população para voltar ao “normal”, mas regula o funcionamento das atividades econômicas, a situação é extremamente critica em quatro regiões: Leste, Leste-Sul, Nordeste e Sudeste.

Essas regiões já regrediram na fase de reabertura econômica, em decorrência da expansão da pandemia, conforme determina a Deliberação 103, de 18 de novembro de 2020, do Comitê Extraordinário Covid-19, publicada no Diário Oficial Minas Gerais dessa quinta-feira (19).

A regressão ocorre pelo aumento de 11% da incidência da doença nos últimos 14 dias no estado. Portanto, mesmo estando Itabira na onda verde, o município não vive em uma ilha – e também pode sofrer consequências, caso haja um descontrole maior do avanço da pandemia.

É o que já ocorre na região Nordeste do estado que estava na onda verde, que vivia uma menor restrição das atividades econômicas. Agora, na onda vermelha, na região apenas os serviços essenciais estarão em funcionamento nos próximos dias, assim como ocorreu nos primeiros 40 dias de pandemia na maioria dos municípios.

Na onda vermelha só funcionam os supermercados, farmácias, postos de gasolinas e demais serviços essenciais. Fora dessas atividades, fecha tudo novamente – e esse risco é iminente, caso a pandemia não recue com os cuidados profiláticos e de assepsia necessária com distanciamento social e demais procedimentos que todos devem manter.

Vale do Aço

A região Leste, na qual Itabira se encontra, também regrediu para a onda vermelha. Por esta classificação, não se entende o porquê de Itabira ter evoluído para onda verde, que passa, erroneamente, a sensação do “liberou geral”, quando se trata apenas de regras para o funcionamento do comércio.

Talvez seja pelo fato de que o Vale do Aço tenha se mantido ainda na onda amarela. Outra explicação é o fato de o município contar com uma infraestrutura hospitalar ampliada em função da pandemia, minimizando a taxa de ocupação de leitos, mesmo com a alta da taxa de transmissão do vírus.

Portanto, não é hora de relaxar com os cuidados protetivos mútuos, que devem ser compartilhados e combinados com o uso de máscara, mantendo o distanciamento e as mãos sempre limpas, sem contato com terceiros no cumprimento e mesmo no afago. Cuidar de si e do outro é obrigação e um gesto de altruísmo, de querer bem ao próximo.

É preciso que todos se cuidem, individualmente e coletivamente, para não se correr o risco de um retrocesso maior, inclusive com lockdown (fechamento do comércio e severas restrições de locomoção) no caso de o vírus continuar disseminando com força.

A covid-19 é doença grave. Pode levar ao óbito e deixar sequelas duradouras e até mesmo permanentes. E ainda não há vacina para impedir a contaminação. Portanto, prevenir é o melhor remédio.

Todos devem cuidar de si e coletivamente, deixando de ser rebanho levado por aquela velha conversa presidencial,  ainda recorrente, que diz que a doença não passa de uma gripezinha. A realidade mostra que não é, infelizmente.

 

 

 

 

 

 

 

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