Nada de xenofobismo, mas contratar mão de obra local é fundamental
Cadastro para emprego no Sine não está tendo validade para algumas contratadas da Vale, denuncia sindicalista
O presidente do sindicato Metabase, André Viana, denuncia: de nada tem adiantado o trabalhador desempregado de Itabira fazer o cadastro no Sistema Nacional de Emprego (Sine) quando é para ser contratado por algumas empresas terceirizadas da Vale para execução de serviços e obras na cidade.
O que tem prevalecido, como reiteradas vezes vêm sendo denunciado, é a contratação de mão de obra de outras cidades. “O cadastro, nesses casos, tem sido para ‘inglês ver’”, ironiza o sindicalista, que está irritado com a repetição dessa situação.
Segundo ele, muitas empresas só contratam a mão de obra de itabiranos quando é para serviços temporários. Mas quando é para uma contratação definitiva, para médio e longo prazo, preferem trazer trabalhadores de outras cidades.
Uma das empresas que, segundo André Viana, tem praticado esse desprezo pela mão de obra local, divulga a vaga no Sine, mas tem feito o trabalhador itabirano perder seu tempo.
O desempregado até participa de entrevistas, mas não é efetivado. “Estão trazendo mão de obra de fora como se aqui não tivesse gente especializada. Faltam com o respeito ao trabalhador itabirano.”
Ainda de acordo com o sindicalista, recentemente uma dessas empresas fez exames médicos admissionais. “Em frente ao local dos exames só tinha veículos com placas de outras cidades, principalmente de Ipatinga e Coronel Fabriciano”, aponta o sindicalista como prova de que estão trazendo mão de obra de outras cidades.
Posicionamento
O sindicalista cobra um posicionamento da empresa da Vale, que tem dito reiteradas vezes que solicita às suas contratadas para que priorizem a contratação de mão de obra itabirana. Esse mesmo trabalhador itabirano que estaria sendo preterido foi, no passado recente, qualificado pelo Senai, em parceria com a mineradora, por meio de programas de capacitação de mão de obra para os projetos Itabiritos.
“Se existe mão de obra qualificada em Itabira, qual é a razão de trazer trabalhador de outras cidades?”, questiona o sindicalista, ainda sem obter resposta convincente. Para ele não há justificativa.
“É safadeza com a mão de obra local”, classifica o sindicalista, que promete levar essa questão ao conhecimento do prefeito Ronaldo Magalhães, Câmara Municipal, Acita e CDL.
É que, segundo ele, não é só a mão de obra local que tem sido prejudicada. O comércio também sai perdendo, pois boa parte da massa salarial segue para o consumo em outras praças.
Para o sindicalista, a Vale também precisa tomar uma posição mais enérgica com relação a contratação de mão de obra pelas empresas terceirizadas. Viana sabe que não há como a mineradora obrigar que essas empresas contratem preferencialmente a mão de obra local, sempre que há disponibilidade no mercado itabirano.
Mas sabe também que o peso da mineradora é muito grande. Pelo seu entendimento, a Vale pode ser mais enérgica e cobrar com mais veemência para que seja priorizada a contratação do itabirano.
“Chega de covardia e desrespeito ao trabalhador itabirano. Essa situação tem-se repetido e precisa mudar”, diz ele, que considera inadmissível trazer trabalhadores de outras cidades quando há mão de obra qualificada desempregada no município.
Isto já foi denunciado anteriormente, inclusive participei de uma reunião sobre este assunto e nada foi feito. O Agnaldo Enfermeiro esteve presente e na ocasião foi falado sobre o SINE de Mariana. Lá só aceita candidatos que comprovem residência no município. Ficaram de fazer uma visita a Mariana para encontrarem uma solução, mas o que parece ficou só na conversa.