Na batucada de bamba, FCCDA abre vagas gratuitas para as oficinas do bloco Altamente no ginásio Maestro Silvério Faustino

As novas vagas são limitadas, apenas 20 e devem ser preenchidas rapidamente. Mas mesmo para quem não se inscrever, vale a pena acompanhar e ouvir os tambores afrodescendentes do bloco Altamente, que oferece ao público itabirano duas semanas de aulas com o professor Juninho Ibituruna, agora sob o patrocínio da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.

As inscrições e a própria participação nas oficinas são gratuitas – e devem ser feitas na sede da FCCDA de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Trata-se da oficina Batucada Brasileira. As aulas serão ministradas no ginásio poliesportivo Maestro Silvério Faustino (ao lado da EEMZA), entre os dias 10 e 13 e 17 e 20 de dezembro, começando às 19h.

Precursores 

Tobias, o menestrel do samba (Fotos; Ângelo Marques, Gustavo Linhares e Carlos Cruz)

O célebre José “Tobias” Caetano Belisário foi quem trouxe a “batucada de bamba” para Itabira, no final da década de 1950, quando criou a primeira escola de samba da cidade, a Gente Humilde de Itabira. “Juntava a meninada e como não havia instrumentos de percussão, batucávamos na lata”, recorda o sambista. Leia mais aqui e aqui.

Já nas décadas de 1970/80 foi a vez das escolas de samba desfilarem nas avenidas. Mas tudo isso acabou, como muitas outras coisas boas que aconteceram na cidade e que hoje são páginas viradas da história.

Juninho Ibituruna tem, pois, o mérito de trazer de volta a batucada para as ruas de Itabira.

Bloco pré-carnavalesco mostra que o itabirano também tem ritmo de sambista

Bloco Altamente teve início no ano passado e segue com muito ritmo para animar o pré-carnaval itabirano

O bloco Altamente surgiu das oficinas ministradas desde o ano passado pelo percussionista, que por mais de três meses ensaiou nas praças da cidade. E num sábado de fevereiro (23) deste ano, realizou o primeiro cortejo, quando a turma mostrou que aprendeu o ritmo, desfilando e arrastando uma multidão pelo centro histórico, numa cidade onde nem carnaval existe mais.

O bloco é pré-carnavalesco. Assim, quando chega o tríduo momesco, ele se desfaz com cada integrante procurando sol, água e batucada em outras paragens. Mas até lá vale pegar a baqueta e os tambores. E assim mostrar que o itabirano continua tendo ritmo nas mãos e nos pés, como tinha a meninada da Gente Humilde, do Tobias.

Os 20 novos integrantes irão se somar com os atuais 50 ritmistas do bloco. Nas oficinas, além de ensinar os fundamentos desse ritmo genuinamente brasileiro que é o samba, Ibituruna busca trabalhar a musicalização por meio de técnicas simples, ministradas para pessoas que ainda não têm intimidade com as baquetas.

Além do samba de roda outros ritmos também se farão presentes nas oficinas, como os afoxés, samba-reggae, samba enredo e o congado mineiro.

E também serão inseridos, como propostas artísticas, o tambor de folia e as batidas das tradições mineiras e nordestinas — Conga, Marcha Grave, Afoxé e Moçambique Serra Acima.

Do mundo

Juninho Ibituruna é craque no que faz. E tem currículo que o torna reconhecido no país e no exterior. De Governador Valadares, onde nasceu, para Itabira onde mora, embora seja do mundo, ele segue desenvolvendo a sua carreira internacional.

Baterista, percussionista, programador de áudio, DJ e professor, Ibituruna já se apresentou em Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Holanda, Alemanha, Bélgica e Singapura. Como se vê, o mundo é um moinho para o percussionista valadarense.

 

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