Morre Gal Costa, uma das maiores vozes da música brasileira, aos 77 anos
Gal Costa em show no FIG, o Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco, em julho
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Informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da artista, que cancelou show em SP no último fim de semana
Folha de S.Paulo – Gal Costa, uma das maiores vozes da música popular brasileira, morreu na manhã desta quarta-feira (9), aos 77 anos. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da artista e a causa da morte é desconhecida.
A cantora era uma das atrações do festival Primavera Sound, que aconteceu em São Paulo no último fim de semana, mas teve sua participação cancelada de última hora.
De acordo com sua equipe, ela precisava se recuperar após a retirada de um nódulo na fossa nasal direita e ficaria fora dos palcos até o final de novembro, seguindo recomendações médicas.
A cirurgia ocorreu em setembro, pouco após sua apresentação em outro festival de música em São Paulo, o Coala. De lá para cá, ela não havia voltado aos shows, mas já tinha datas da turnê As Várias Pontas de uma Estrela marcadas para dezembro e janeiro.
Nascida Maria da Graça Costa Penna Burgos, em Salvador, na Bahia, em 1945, Gal Costa sempre foi incentivada pela mãe a seguir carreira na música. Já o pai, morto em sua adolescência, foi uma figura ausente.
Ela trabalhou como balconista de uma loja de discos na capital baiana, a Roni Discos, uma das principais da cidade. No início dos anos 1960, foi apresentada a Caetano Veloso, encontro a partir do qual foi criado um vínculo pessoal a artístico que perduraria até sua morte.
Gal foi uma revolução das vozes e dos costumes na música brasileira desde seu surgimento na cena nacional, nessa mesma década.
Aproximou-se ainda adolescente aos também baianos Maria Bethânia e Gilberto Gil, além de Caetano, com quem integraria o grupo conhecido como Doces Bárbaros, responsável mais tarde por um disco definidor da década de 1970.
Tinha ainda pouco mais de 20 anos quando participou do álbum “Tropicália ou Panis et Circencis”, pedra fundamental do movimento tropicalista. Logo depois, em 1971, fez um dos espetáculos de maior repercussão da história da MPB, “Fa-Tal”, que viraria também um álbum cultuado.
A partir dali, sua voz foi se tornando cada vez mais popular por canções como “Modinha para Gabriela”, sucesso estrondoso de Dorival Caymmi que abria a novela da Globo inspirada em Jorge Amado, e por hits reunidos no álbum “Água Viva”, de 1978, como “Folhetim”, de Chico Buarque, e “Paula e Bebeto”, de Milton Nascimento e Caetano.
Foi nesta fase que a cantora se incorporou mais ao mainstream das grandes redes e rádios, começando a se descolar da imagem de ícone da subversão tropicalista.
A parceria com Caetano nunca esmoreceu, mas Gal passou a tirar seus hits de compositores de correntes diversas, como Chico — “A História de Lily Braun”, “Futuros Amantes”—, Djavan, de “Azul” e “Nuvem Negra”, e Moraes Moreira, de “Festa do Interior”.
Fotos do filme ‘Meu Nome é Gal’
Bianka Vieira , Mônica Bergamo , Walter Porto e Silas Martí
Gal,
ah, Gal,
isto não se faz assim de repente.
ninguém estava preparado para saber que Gal viverá pra sempre em sua voz e seus movimentos, mas sem a pessoa Gal.
umas lágrimas se fazem aqui em mim
— poesia também vira fato.
– fatal, Gal é vapor barato, baby, a música símbolo
Puxa vida perder Elza Soares e Gal Costa no mesmo ano ?
Não, não posso acreditar
Isso é demais para mim!