Marco Antônio Lage faz balanço dos 100 primeiros dias de seu governo que ainda não mudaram Itabira, mas planeja realizações sociais, econômicas e culturais
Ao fazer o balanço de seus primeiros 100 dias de governo, em seu pronunciamento semanal pela rede social, nessa quinta-feira (15), quando foram completados 106 dias desde a sua posse, Marco Antônio Lage (PSB) frisou que foi o tempo necessário para se fazer um diagnóstico da situação encontrada, como também de planejar as ações futuras.
O prefeito quer, por exemplo, definir instrumentos eficazes para melhorar o ensino básico em Itabira. Embora o ensino municipal tenha ficado com 6.1 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2019, dentro da meta projetada, está longe da qualidade desejada para um município que aloca mais de 25% de sua receita tributária no setor, que é o mínimo definido pela Constituição Federal.
“A nossa grande meta é projetar um Ideb para os próximos anos que figure entre os dez melhores índices de Minas Gerais”, afirmou o prefeito, para quem os 100 primeiros dias foram de muito trabalho para todas as equipes do governo.
“Foi o tempo necessário para conhecer a realidade que encontramos na prefeitura, para traçar planos e ações para que possamos fazer uma administração realista e voltada para o desenvolvimento das pessoas e da diversificação econômica, com objetivos e metas de curto, médio e longo prazo”, explicou.
Para conhecer a realidade foi feito um diagnóstico da situação encontrada nas secretárias, Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), no Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e na Empresa de Desenvolvimento Urbano de Itabira (Itaurb).
“O relatório situacional está publicado no portal da Prefeitura. Mostra uma realidade bem diferente da que foi propagandeada pela administração passada”, convida o prefeito para que o interessado acesse esse documento no site www.itabira.mg.gov.br.
Maquiagem
De acordo com Marco Antônio Lage, o governo passado apresentou um balanço maquiado de final de administração, a começar pelos recursos deixados em caixa.
“A gestão anterior publicou uma revista caríssima dizendo que deixou R$ 150 milhões, mas esse número foi maquiado, com montantes que não são de livre aplicações. No final das contas, sobraram R$ 24,8 milhões sem nota fiscal para pagar em janeiro”, contabilizou.
De qualquer forma, trata-se de uma situação financeira bem mais tranquila em relação à que foi encontrada pelo ex-prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) em sua posse, em 2017, uma vez que, segundo ele, teria herdado dívida próxima do valor que propagandeou como tendo deixado em caixa.
Acertos necessários
Mas mesmo que ainda sem “grandes obras”, é fato que depois dos desacertos iniciais, por exemplo, na coleta de resíduos e varrições na cidade, aos poucos essa situação vai se acertando com a retomada de serviços que foram terceirizados.
A “primarização” desses serviços, que fazia a festa de empresas terceirizadas, já se traduz em economia de 18% no custeio mensal da Itaurb, informou o prefeito em sua live semanal. “Renegociamos a dívida tributária, que caiu de R$ 49 milhões para R$ 30 milhões e com pagamento parcelado.”
Com o parcelamento da dívida tributária, a Itaurb já pode obter a Certidão Negativa de Débitos (CND), tornando-se novamente apta a participar de concorrências públicas.
Desse modo, pode voltar às suas origens, capitalizando-se com obras e serviços para os quais tem condições de realizar, reassumindo as suas tarefas iniciais voltadas para o desenvolvimento urbano da cidade.
No Saae, por meio de um plano emergencial, o prefeito disse ter melhorado a qualidade da água servida à população, que tem sofrido com a sua falta em vários bairros da cidade, mesmo no período de chuvas, como ocorrido neste início de ano.
“Foi feita a limpeza dos reservatórios, com mais descargas nas pontas de redes para diminuir a turbidez, além de aumentar o número de análises laboratoriais da água servida à população”, explicou.
Outras gestões estão sendo feitas para que não falte água no período de estiagem, inclusive com negociações com a mineradora Vale, que detém a maior parte das outorgas no município.
A empresa é obrigada a cumprir Termos de Ajustamento de Condutas (TACs) firmados com o Ministério Público de Minas Gerais, para que não falte água nas torneiras das residências itabiranas.
Isso até que se resolva em definitivo o problema da escassez com a captação e transposição de água do rio Tanque. O prazo previsto é de quatro anos, mas o prefeito faz gestão junto à Vale para que esse tempo seja encurtado.
Planejamento
Pois é somente com planejamento estratégico que se faz um bom governo. Que esse planejamento seja participativo e não saia apenas das cabeças iluminadas da “equipe técnica”.
E sem se esquecer que é na política que conflitos são resolvidos e são construídos consensos, que não precisam ser unanimes, sob pena de se dar com os burros n’água.
Não só de grandes obras se faz um bom governo
O prefeito Marco Antônio Lage tem sido cobrado, nesses seus primeiros cento e poucos dias de governo, por realizações que, para os seus opositores já declarados e também para outros ainda não declarados, são traduzidas em obras.
É evidente que essas ainda não existem, até pela exiguidade de tempo de novo governo, que se limita, ainda, a dar continuidade aquelas que foram iniciadas pela administração passada, como a construção dos novos prédios da Unifei, com recursos repassados pela mineradora Vale.
Essa visão de que governo bom é aquele que realiza obras vem de um passado, de triste memória. Remonta ao regime militar (1964-85), que propagandeava a sua eficiência não só em perseguir adversários políticos, com torturas e assassinatos, mas também com a realização de obras faraônicas (Transamazônica, ponte Rio-Niterói, hidrelétrica de Itaipu).
Foram obras que viraram vertedouros de dinheiro público para os bolsos de governantes e grandes empreiteiras, por meio de pagamentos superfaturados e de propinas. Os escândalos em torno desses obras se sucederam e foram noticiados pela imprensa alternativa, a única que ousava denunciar essas falcatruas, desafiando a censura e a própria ditadura militar.
O ex-governador biônico de Santa Catarina (1975/79) Antônio Carlos Konder Reis, já falecido, da extinta Arena (1975/79), também dizia que “governar é encurtar distâncias”.
Espalhou o chão preto do asfalto sobre a “terra roxa’, interligando o litoral ao interior do estado, o que alterou o cenário do agronegócio nessa rica região Sul do país. Mas Konder Reis foi também acusado de receber gordas propinas das empreiteiras.
Em Minas Gerais o ex-governador Newton Cardoso (PMDB, 1987/91) foi outro político que apostou na força eleitoral do “chão preto” – usado também para desviar recursos públicos para fazer “caixa” de campanhas eleitorais. E, também, para o enriquecimento ilícito, conforme ele foi seguidamente denunciado pelos seus opositores na Assembleia Legislativa e por inúmeros desafetos políticos.
Em Itabira, o ex-prefeito Ronaldo Magalhães fez campanha nas eleições passadas vangloriando de ser um “tocador de obras”, citando as realizações de seu primeiro e segundo governos.
Resultado: não colou e a maioria dos eleitores itabiranos preferiu apostar em uma nova proposta política, sem promessas de obras, mas de realizações em áreas que foram negligenciadas no passado recente.
Tenho muito receio pelo Marco Antônio na Prefeitura. Ele deve de estar amargando o pão que o diabo amassou com os potentados de Itabira, são ignaros, atrasados, caretas e traidores, fazem tudo somente pelo dinheiro.
Mais uma vez vou dar uma dica pro prefeito no caso da água: criar um programa para que as moradias instalem recolhimento de água de chuva e de águas cinzas. É simples, eficiente e ecológico.
E no mais prefeito, seja duro, antipático mesmo com esses inconsequentes que receitam cloroquina e os que querem abrir tudo. Você pode prefeito, você em sua vida profissional interagiu com gente de negócios do mundo inteiro. Portanto pode botar no chinelo a mediocridade dos potentados da idiotia rural de Itabira. Seja duro prefeito, rijo como uma madeira de lei.