Marcinho “da Loteria” rebate acusação de receber dinheiro e ser linha auxiliar de Ronaldo Magalhães para a sua reeleição

Em nota distribuída à imprensa, na manhã deste sábado (31), o candidato Márcio Lúcio Moreira Couto, o Marcinho “da Loteria” (Avante), repudia a acusação de que a sua candidatura a prefeito de Itabira não passaria de linha auxiliar à campanha pela reeleição do prefeito Ronaldo Magalhães (PTB).

A acusação contra o candidato é de que ele teria recebido recursos financeiros por parte do prefeito. Em decorrência da denúncia, a 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Itabira instaurou procedimento preparatório eleitoral para investigar o caso, que corre sob sigilo.

O procedimento visa “apurar se o atual prefeito Ronaldo Lage Magalhães determinou a realização de pagamentos à empresa de Luzardo Drumond, com repasse de parte do pagamento ao senhor Adílio Fernandes, presidente do partido Avante, para lançamento de candidato com objetivo de dividir votos em proveito de sua reeleição”.

Defesa

“Marcinho da Loteria não tem qualquer envolvimento com grupos políticos ou econômicos que tenham relação com o poder público municipal, e sua participação nesta eleição é pautada pelo cumprimento da legislação eleitoral vigente e principalmente pelo compromisso com a verdade”, diz o candidato por meio de seu comitê eleitoral.

Informa ainda que, desde o dia 14 de outubro, quando foi instaurado o procedimento preparatório eleitoral para investigar a denúncia, o seu partido encaminhou as informações solicitadas pelo representante do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

“Marcinho da Loteria lamenta que manobras deste tipo ainda figurem no cenário político de nosso município”, diz a nota do partido Avante, assegurando que mantém “a sua candidatura alicerçada na honestidade, legalidade e independência”.

O candidato sustenta ainda que essas informações, “aparentemente tendenciosas e com suposições inverídicas  acerca do propósito e financiamento de sua candidatura estão sendo compartilhadas na internet e em redes de mensagens” com o claro objetivo de denegrir a sua imagem pública.

Embora o procedimento instaurado pelo MPMG seja datado de 14 de outubro, somente nessa sexta-feira (30) foi noticiado, em primeira mão, pelo site do jornal A Notícia, de João Monlevade.

O jornal tem entre os seus sócios fundadores o marqueteiro Márcio Passos, que hoje coordena a candidatura de Marco Antônio Lage. Nas eleições municipais de 2017, Passos coordenou a campanha vitoriosa de Ronaldo Magalhães.

Finanças

Pela prestação de contas no site do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), a candidatura de Marcinho “da Loteria” é modesta, dispondo de apenas R$ 55,4 mil. E já gastou R$ 46,4 mil com fornecedores.

Do valor arrecadado, R$ 50,7 mil (91,5%) são provenientes do Fundo Especial, repassados pelo seu partido Avante. O restante vem de recurso próprio (2,7%) e de doação em igual valor de terceiro.

Evidentemente que, caso se confirme a denúncia de o candidato ter recebido recursos para dividir os votos das oposições, isso entraria no caixa 2, o que é crime.

Cabe agora ao MPMG provar ou inocentar o candidato do Avante da acusação, o que precisa ocorrer antes de 15 de novembro. Trata-se de denúncia grave, que interfere no sufrágio municipal.

Esclarecimentos

Também procurada pela reportagem deste site, a Frente Itabira, Ação e Desenvolvimento, que apoia a candidatura à reeleição de Ronaldo Magalhães, informa que tem prestado todos os esclarecimentos solicitados ao poder judiciário por meio de sua representação jurídica,

“O fato preponderante a ser esclarecido é que não houve quaisquer pagamentos ao senhor Luzardo Drumond, conforme citado. Todo o trabalho realizado na campanha eleitoral da Frente transcorre com transparência e legalidade, comprometido com a concepção de uma sociedade melhor e mais justa.”

Homologação

As candidaturas de Marcinho “da Loteria”, Ronaldo Magalhães e Alexandre “Banana” (PT) já estão deferidas pela Justiça Eleitoral.

A candidatura de Marco Antônio Lage (PSB) ainda aguarda julgamento. Ele foi denunciado por supostamente não ter se desincompatibilizado da diretoria de Comunicação, Sustentabilidade e Relações Institucionais da Cemig ao aceitar o cargo de conselheiro do Cruzeiro Esporte Clube.

E que, também em tempo hábil, não teria se desligado do Instituto Minas Pela Paz, do qual foi um dos fundadores. O candidato nega as acusações, que seriam factóides da situação. E que já apresentou toda documentação comprobatória à Justiça, daí que prossegue normalmente com a sua campanha.

Já as candidaturas de Cleverson Boim (Republicanos) e Jânio Nunes (PSOL) foram indeferidas pela Justiça Eleitoral, mas eles recorreram – e também aguardam julgamentos, enquanto prosseguem em campanha.

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