Marchamos
Nesta cidade, ao entrar o mês de agosto, nota-se uma certa animação estranha que agita e mobiliza os espíritos, os mais pacatos.
Não nos admiramos que a aproximação da visita da canícula aqueça os espíritos ardentes e moços, fervendo-lhe o sangue.
Pasma-nos, porém, que a sua ação se entorne, por completo, nas pessoas que se arrastão os pés e em cujas cabeças vão passando, levemente, as nevoas da velhice, tornado as moças e rapazes de um encontro sério e perigoso com o rapazio que é ágil e destro.
É um encontro para os meninos que vivem para os risos e brincos presenciarem, todas as tardes, estender-se alas e alas de homens, senhoras, catitamente preparados para o combate, acompanhados de soberbos papagaios de todas as cores e tamanhos, formosos pelas mil formas, em procura de amenos e pitorescos altos do Cruzeiro e do Pico do Amor para, em interessantes colóquios, entre gritos e palmas, entre risos e galhofas, jogando as mais inocentes pilherias, cruzarem o horizonte da cidade com centenares papagaios, que vão-se astros em seus soberbos voos.
Mãos, trovão soberbo e terríveis combates, dos quais muitas vezes saem feridos para beijarem a terra com as pernas estragadas, asas quebradas, incapazes para novos encantos.
A vocação itabirana para divertir no Pico do Amor e do Cruzeiro ou mesmo na av. Central:
Em ema de suas últimas charges com que habitualmente aprimora uma das páginas da Revista da Semana, Raul Petuneiras se referiu a papagaios, explicando que destes há uns que constituem apreciadíssimos brinquedos dos guris e marmanjos, nas horas vagas.
Entretanto, há muita gente aqui que estranha o fato de, todas as tardes, na av. Central, soltarem garbosos papagaios os nossos amigos, dr. Altivo Andrade, dr. José de Grisolia e o farmacêutico dr. João Duarte.
[Jornal de Itabira, n. 49, maio de 1932/BN-Rio/pesqmcs1375]
Já participei de festival de papagaios no pousada dos Pinheiros. Era muito bacana ver num domingo de agosto o céu colorido por papagaios dos mais variados formatos , era lindo!