Manoel Torres Bersan, artista itabirano
Por Cristina Silveira
Decomposição do tempo: exposição virtual de fotos de obras de arte criadas pelo artista Manoel Torres Bersan
As obras expostas aqui neste site Vila de Utopia pertencem a uma série inacabada e diariamente acrescida de sentidos de abandono, de putrefações, de auto dilacerações.
Uma loucura, mas com método, com unidade e unicidade.
Foi pensada e está sendo realizada com lucidez abstrata – e é um testamento da angústia permanente, as impossibilidades sucessivas, da rejeição, da solidão.
É do diário do Mariano, um alter ego, as frases da Decomposição do Tempo. As instalações, representam a resistência do artista sem tela e tinta, sem o branco.
Na inquietante angústia encontra pedaços, sobras, fragmentos, o que não serve mais para o outro, o descartado.
Às sobras, todas elas avistadas nas ruas. O artista expressa a descoberta do rompimento com a arte em tela e com uma realidade golpista.
Que horas são?
Um pouco mais sobre o artista
Manoel Bersan tem vários alter egos. O Mariano é o seu absoluto. Os outros, são outros possuídos de partes do ego de Mariano com outros nomes, femininos e masculinos.
Mariano é o autor das frases da Decomposição do Tempo. E é o resultado de processos criativos do Manoel. Parte desses processos de criação ele registrou por escrito em cadernos.
As instalações representam a resistência do artista sem tela e tinta, sem o branco puro.
A angústia permanente, a impossibilidades de afeto, a solidão imposta pela rejeição, e, o encontro de uma possibilidade: quem tem cão, caça com o gato.
Ou com madeira, cola e betume – uma explosão de escuros e muitos escuros, sem o preto, constantes em suas tintas sobre tela.
Sem cola e betume, a inquietante angústia encontra a ideia de unir pedaços, sobras, fragmentos, o que não serve mais para os outros, o descartado.
O banner, a lona de capotaria, a jaqueta de couro, perfurados com cabo elétrico, vermelho inerte; a renda do vestido rosa perdido no carnaval; a privada abandonada no prédio envidraçado do respeitável Senhor X E. Batista.
Às sobras, todas elas avistadas nas ruas. Ele pintou o rompimento, o auto dilaceramento. E também a aceitação de uma realidade.
A Porta da Revolução é de fato uma porta de casa colonial, está em processo criativo há quatro anos. E só agora ganhou uma discreta faixa vermelha, eu gosto muito desta porta…
Parabéns Cristina Silveira, mais uma manifestação carinhosa e de verdadeira amizade pelo meu amado irmão Manoel Bersan. Hoje com 54 anos, fez essa triste escolha para sua vida, há mais de 10 anos. Nunca o abandonaram, ele abandonou seus amigos e sua família, após todas as tentativas de tratamento no qual ele nunca aceitou, fugindo das respectivas clinicas. Tentamos traze-lo de volta ao seio da família, com amor, carinho, mas ele também não quis. Ele tem livre arbítrio e as portas estão abertas por todos para novos tratamentos se assim desejar. Vou aproveitar e postar varias telas dele em Vila da Utopia. Obrigada, que Deus a abençoe sempre e abençoe a ele também. Nunca é tarde para mudar e a voltar a se amar.
A exposição fotográfica da obra do Bersan Manoel não tem o objetivo de tratar de doença, mas sim e absolutamente sim, de Arte. Foi organizada pra atender a necessidade de expor sua expressão artística. Não é sobre nada além da arte, É o Essencial. Afinal…
,Bom dia Rita. Ontem 05/11/20 a Marília passou-me o link da viladeutopia de obras do seu irmão Manoel Torres Bersan e repassou para você o rascunho do poema que fiz , de impromptu, sobre ele. Repasso aqui e agora como está o poema na minha página no site Recanto das Letras:
http://www.recantodasletras.com.br/poesias-do-social/7104970
Abrs&sds,
Eugenio Malta
Rita, acho que entendo um pouco o Manoel…
Alma tão sensível, tão diferente da sociedade que vivemos… acho que a opção dele foi fuga… um artista nato. Que Deus abençoe a todos vcs. Beijo enorme.
Todo artista tem seu próprio modo de se expressar!Fico feliz em ver que meu irmao,continua com sua essencia de verdadeiro artista dentro dele,se é por melancólia,utopia,solidao,abandono,desapego,sem lá,mas continua um artista dentro das opçoes que como homem resolveu a viver nessa existencia tao passageira!Tudo muito lindo que cabe muito bem a alma de um artista que se expressa na vida de acordo com suas verdadeira emoçoes!A vida nada é mais do que queremos com o que podemos e temos,sao simplesmente nossas escolhas,nao há culpados,omissos!Somos o que queremos ser…somos o que podemos ser,sonhos que podemos ter,independente de outros!Tá tudo lindo irmao!Que DEus continue te abençoando com seus talentos,quem me dera poder com tanta categoria bordar o vestido da Carol!Bjs!Te amo!Obrigada Cristina por expor os sentimentos de um artista que nao tem dimençoes!
Carminha, te amo, gostei muito de seu emeio, você foi a primeira a falar do trabalho. Obrigada!, seu irmão Manoel Bersa
Manoel
boa tarde! Como vai?? Perdemos o seu contato. Você pode nos ligar aqui na Lemos de sá Galeria
Oi Manoel (Abóbora kkkkk) você é inesquecível amigo! Guardo na memória e no coração todas as paredes que vi você pintar com tanto sentimento e expressão de vida! Andréa (PV kkkkkk) Grande abraço!
Olá Manuel.
Laurinha aqui, morando ainda nos Estados Unidos e ficam todos americanos amando o seu quadro na minha casa. Te amo para sempre !!
Deus é um sujeito muito lembrado, à ele pedem muito e Ele pouco faz aos pedintes. Para o professor S. Freud a parada é a seguinte: “Para os caminhos obscuros de Deus, ninguém ainda inventou uma lanterna.”
Esta simples exposição virtual virou chororô… Nós do Coletivo do Ateliê na Laura estamos decepcionados com os comentários, com a exposição desnecessária da doença do artista, pois ele não deixa de ser artista por causa da cardiopatia, por exemplo.
O Maneuzin da Laura está incomodo com a exposição da doença dele, que é assunto íntimo, afetou profundamente o seu estado de espírito, não houve uma única manifestação (era o que esperávamos) sobre as obras.
Esclareço que Bersan Manoel não é fugitivo da família (eles sabem o endereço dele), não é fugitivo da polícia, e, ele como todos nós do Ateliê na Laura somos apenas Esquisitos-Marginais.
O que era pra ser alegria, prazer virou dor, depressão…
Pardon Carlos, por tudo isso e ele tinha ficado feliz quando você aceitou publicar a exposição, que está aberta na Laura para o Des-Respeitável público, e, tá bombando… E se você puder tirar do seu site a exposição, achamos que vai ser melhor pra você que foi muito gentil e lhe agradecemos.
Nao tem que agradecer irmao,fico feliz em ve-lo focado na arte que com certeza é sua essencia!Te amo sempre!Bjs.
Parabens Bersan! Seu trabalho esta, como sempre, de tirar o folego! Sou sua fa incondicional, voce sabe! E sortuda em te-lo como amigo! Beijos
Oi, vocês estão falando de Manoel, irmão de Ítalo que morou na rua martita no campestre? se for ele eu gostaria de saber notícias nós eramos muito amigos… morei na mesma rua estudamos no primeiro de junho, e depois no CCI, depois nunca mais tive notícias dele, sempre alegre e brincalhão!!!
Bersan, q bom poder apreciar tua arte tão particular! Bjos em vc e se puder, responda-me
Manoel, meu colega de classe no antigo CCI, artista nato, naquela época fazia desenhos que encantavam meus olhos, fazia- nos rir com os comentários na sala de aula!!! Décadas depois, noticias dele na França, que orgulho senti do artista que tive o prazer de ter como colega de sala!! Anos depois o encontrei em um supermercado em Itabira super feliz. Manuel, arte proposital, expressão única!!!
Ontem tive o prazer de conhecer ou ouvir o Manoel, fiquei um tanto espantada com a sensibilidade deste homem, artista, conterrâneo. Fiquei ouvindo-o meia maravilhosa com sua fala, seus gestos e sua mente. Achei-o um homem diferente, inteligente, esclarecido, audacioso, corajoso ao expôr suas idéias e sentimentos. Ser humano bondoso e evoluído e talvez por ser diferente mal-compreendido. Colocou sua carência na má compreensão dos seus ideais. Quero deixar um abraço ao mesmo e dizê lo q tornei sua fã por tudo q demonstrou ser. Abraços a ele e desejo de sucesso sempre para esta alma linda.
Manuel sempre profundo, escorregadio, livre… eu amo Manuel! Desde meus 14 anos… parabéns, Cristina, texto perfeito.